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Todos os tons de Catra MR. CATRA

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Com sua inconfundível voz grave e as risadas entre um verso e outro das letras escrachadas, Mr. Catra está de volta a Juiz de Fora. Desta vez, não veio sozinho. Na turnê de verão 50 tons de Catra, o funkeiro divide o palco com seu filho Alandim, primogênito de seus 21 filhos, contagem que, segundo ele, não deve parar. ‘Catra rumo aos 30!’ A empresa aqui não para, diverte-se. Ao falar da experiência, perde-se de vista o Mr. Catra que entoa a letra de Uh! Papai chegou!, ficando apenas Wagner Domingos, um pai coruja, como tantos outros. Meu filho está fazendo um trabalho lindo! Guardem esse nome : Alandim. Poder estar com ele nesse momento só me deixa muito orgulhoso!

Para Catra, falar de sexo explicitamente em suas músicas nada mais é do que uma expressão de fraqueza, de algo que faz parte da realidade das pessoas. Acho que todo cantor tem essa pegada erótica. Até o Rei já cantou com erotismo! Na música ‘Cama e mesa’, o Roberto Calos diz que quer ser ‘o sabonete que te alisa/ embaixo do chuveiro/a toalha que desliza/ no seu corpo inteiro’… e por aí vai! Deixem eu cantar minhas músicas. Tenho muitos filhos para sustentar, diz ele, aos risos. Canto sobre as coisas que se conversa com os amigos de trabalho, de bar, na boate… É isso! Por isso a galera curte.

Na visão de Mr. Catra, a preocupação com o teor de suas composições é uma discussão vazia e irrelevante, bem como a polêmica decisão do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), em sancionar o projeto de lei chamado Programa de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais, proposto pela deputada Myrian Rios (PSD). Viajo por todo o Brasil levando minha música. Vejo tanta pobreza, problemas de saúde e analfabetismo, que isso não é uma prioridade para nosso país. Espero ver nossos políticos levando uma vida mais digna. Isso sim me deixaria orgulhoso deles.

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Catra também assina composições que falam do cotidiano da favela, abordando sobretudo tráfico e violência, sempre buscando trazer a realidade à tona. Segundo ele, as letras foram ficando um pouco menos sociais com o tempo, mas não deixam de expressar situações do dia a dia. Ainda falo muito do cotidiano, só que agora de brincadeira, de uma forma engraçada. Quero levar felicidade para meu público.ntendem… o papo é reto!

Autor de letras que abusam de vocativos, como cachorra, e que falam das mulheres frequentemente com conotação sexual, o funkeiro explica que a intenção é brincar com o imaginário das pessoas, homens e mulheres, sem perder o bom humor. Acho que toda mulher quer agradar seu parceiro, realizar suas fantasias e as próprias. Amo mulher, e acho que sem elas não seria nada. Nunca vou insultá-las, é tudo brincadeira!, garante o funkeiro, que tem quatro mulheres que convivem em harmonia entre si. Segundo ele, o segredo é a honestidade. Muitos casamentos acabam por falta de lealdade. Sou verdadeiro e não gosto de mentiras.

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Preocupado com a exploração de MCs e DJs, Mr. Catra criou, em 2008, o Sagrada Família, que a princípio seria um selo para lançá-los no mercado musical sob contratos justos. Hoje a Sagrada virou um estúdio, uma grife de roupa, um grupo de hip-hop, e vem muito mais, anuncia o empreendedor.

Depois de gravar o CD Com todo respeito ao samba, em que empresta seu timbre a outro ritmo tipicamente carioca, surpreendendo a crítica, Catra prepara dois novos projetos, um de música eletrônica (EletroCatra) e outro de sertaneja (Mr. Country). Estou sempre buscando coisa nova! Cheguei a fazer uma música para o público GLBT também, e a galera está curtindo. Quando vejo todos cantando minha música, uma casa lotada, chego a ficar emocionado! Amo meu trabalho e amo poder levar minha verdade e minha energia para tantas pessoas.

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Transitando entre o erótico e o explícito, a polêmica e o retrato do cotidiano, Catra comemora seu retorno à Princesa – ou será que ele diria Cachorra? – de Minas. Estou muito feliz com minha volta a Juiz de Fora, sempre fui muito bem recebido na cidade e estou levando minha alegria e minha energia positiva, diz ele, que tem agenda cheia e muito trabalho pela frente. Trabalho todos os dias da semana, às vezes chegando a fazer quatro shows em um dia. Acho que para ter essa energia, só tendo uma família como a minha, sagrada. Sem perceber, Catra acaba sendo descrito tão simples quanto honestamente pelos versos de uma composição do ritmo que o consagrou, hit nos anos 90, assinada pelo Mc Bob Rum: Ele era funkeiro, mas era pai de família.

Hoje, às 22h30

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(Estrada Engenheiro Gentil Forn 1000)

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