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Péricles faz show em JF neste sábado

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Péricles chega a Juiz de Fora prometendo um show que recupera seus clássicos, “para que todo mundo cante junte” (Foto: Divulgação)

“Calendário”, disco mais recente de Péricles, chega mostrando que, por mais consagrado que seja o músico, ele precisa estar sempre aberto. Uma das vozes mais potentes do pagode gosta de experimentar e não teme as transformações. E seu novo álbum mostra isso. Cada trabalho novo é uma experiência diferente. Desta vez, sua maneira de apresentar o álbum foi lançando uma música por semana até que todas, juntas, deram origem ao “Calendário”, em outubro deste ano. Como uma série, foi a forma de ir deixando o gostinho do que viria para seus ouvintes fieis, que o acompanham desde o Exaltasamba. “A cada lançamento a gente vem pensando uma maneira de deixar aguçada a atenção das pessoas que gostam do nosso trabalho”, justifica. E é prometendo um show que recupera seus clássicos, “para que todo mundo cante junte”, que Péricles chega a Juiz de Fora neste sábado (25), no evento Meu Samba É Forte, no Terrazzo, a partir das 19h. Além dele, tem ainda Di Propósito e, no palco Samba Nas Altura, Grupo Alquimia convida NTI, Safadiar e Bombasamba.

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Por mais que cada lançamento seja pensado de uma forma, uma coisa é certa: Péricles vai falar de amor. O pagode romântico tem sua cara, porque sempre foi assim. Dos amores que deram certo aos frustrados. Das dores que ficam. Enfim, ele gosta e entende que é uma forma de, quem sabe, mudar o mundo, ou, pelo menos, as pessoas. “Cada vez que a gente, hoje em dia, fala mais de amor, a gente planta uma semente.” Ele, inclusive, entende que algumas mudanças, hoje, na sociedade, são reflexo dessa semente plantada através das músicas que se permitiam falar de amor, de chorar, e, então, amar mesmo – tudo, com respeito. “Essa semente deu frutos. A sociedade é um pouquinho mais respeitadora e tranquila. A gente está longe ainda do ideal, mas eu vejo que falando de amor e plantando amor no coração das pessoas a gente consegue pelo menos uma luz no fim do túnel de uma mudança no panorama da sociedade como um todo.”

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Falar do amor que deu certo é ótimo. Mas Péricles não larga mão dos que não foram para frente. Tanto que, atualmente, sua música “Até que durou” é uma das mais pedidas nas rodas de pagode e nos shows. “Eu acho que falar de amor não tão bem-sucedido faz com que as pessoas queiram estar no pagode. E o jeito que o brasileiro sofre, o jeito que o brasileiro curte o samba, é muito bonito. Ele sofre, chora, mas sempre de braço aberto, um sorriso no rosto. Chora, afoga as mágoas, mas está pronto para o outro dia.” E seus shows são mesmo um convite a esse deleite.

Em “Calendário”, Péricles selecionou sete músicas dentre as 800 que ouviu. São seis músicas inéditas, além de uma versão de “Desculpe o auê”, de Rita Lee, que, como ele conta, influenciou muito sua maneira de compor. “Eu quis prestar essa homenagem.” Em sua versão, a música parece que nasceu para ser um samba, “apesar de ser pensada para pessoas que não gostam de samba ou gostam, mas não sabem”. A primeira parte é uma bossa nova, que deságua em sua segunda parte de puro suingue pagodeiro. Pensar nisso foi fácil, para Péricles. “Porque eu vejo samba em tudo e nunca foi diferente a minha maneira de enxergar a música. Incluindo no repertório é uma maneira de fazer com que nossos grandes ídolos jamais sejam esquecidos. E os outros gêneros que eu ouço sempre, estou sempre ouvindo de tudo um pouquinho e procuro trazer para a nossa música, para o nosso samba, para que as barreiras principalmente sejam quebradas. Essa é a nossa intenção.”

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Atento ao novo

Além dessa versão, o álbum traz ainda a faixa-título, uma composição dele, com seu filho, Lucas Morato, e seu sobrinho, Clayson Leandro. “Para fazer um disco, a gente ouve muitas canções e escolhe um repertório que caiba dentro do assunto. Escolher ‘Calendário’ foi ótimo para nós. Escolhemos a melhor canção e, com isso, o esqueleto do disco, o que a gente pensou para o disco, está muito bem abordado dentro das músicas”. Para isso, Péricles conta que se mantém atento aos novos artistas, de forma que eles somam, também, em seus trabalhos. “Tem muita gente boa que apenas precisa de uma oportunidade. Eu tenho visto isso e se eu puder ser essa porta de entrada para outros grandes compositores, grandes cantores, é meu trabalho também. Do mesmo jeito que alguém um dia me estendeu a mão, eu quero fazer da mesma forma.” Para ele, ainda, o samba tem vivido um de seus melhores momentos. “Onde tiver um pandeiro, onde tiver um surdo, onde tiver um cavaquinho, o samba está inserido. Então o samba está aí sempre.”

Esse olhar para o novo, inclusive, vai além de seu trabalho como músico. Em suas redes sociais, Péricles é um usuário ativo e conversa diretamente com a nova geração. Em uma selfie, coloca como legenda uma frase motivadora. E as curtidas são inúmeras. Além de conversar com os fãs, é uma forma de fazer com que seu trabalho chegue a cada vez mais pessoas. “Eu acho que esse é o melhor caminho: mandar boas mensagens, enaltecer as pessoas, mostrar que elas são lutadoras e são vencedoras. Esse é um caminho que eu procurei adotar e esse caminho me trouxe muito próximo das pessoas que, primeiro, gostam do meu trabalho e, segundo, as que não gostavam, passaram a gostar mais, passaram a conhecer. E eu só posso agradecer por ter sido abraçado dessa forma”, finaliza.

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