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Músicos da Filarmônica de MG tocam de Mozart a Piazzolla

Filarmônica
Quarteto batizado de Francisco Mignone presta homenagem ao compositor brasileiro do século XX (Foto: Divulgação)
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Quem for ao Teatro Pró-Música nesta terça-feira, 24, vai assistir ao Quarteto Francisco Mignone, com participação especial de Gustavo Trindade, às 20h. Formado em 2017 por quatro músicos integrantes da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e de grande afinidade artística — os violinistas Jovana Trifunovic e Rodrigo Monteiro, o violista João Carlos Ferreira e o violoncelista Robson Fonseca —, o grupo homenageia em seu nome um compositor brasileiro do século XX, Francisco Mignone (1897-1986), que é a própria expressão dos ideais do quarteto, por ter criado valsas, maxixes e tangos com a mesma maestria com que compôs balés e sinfonias, conciliando os palcos dos grandes teatros com a intimidade das rodas de choro. No repertório, gênios do passado, como Mozart e Beethoven, além de nomes imprescindíveis da contemporaneidade, como Bartók e Ligeti, transitando ainda pela tradição Clássica e Romântica e também pela música popular e pelas trilhas sonoras.

De acordo com o violista João Carlos Ferreira, a trompa, antes conhecida como trompa de caça (corno da caccia), era um instrumento que estava se desenvolvendo muito na época em que Mozart compôs sua obra e que, por tradição, se relacionava a peças de caráter mais vibrante e heróico, exatamente como é a peça escolhida para o programa. Já o Quarteto de Cordas é em tonalidade menor, “o que na época significava muita coisa, com temas mais melancólicos e um caráter mais interno, sem perder a destreza da música mozartiana”.

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De Piazzolla, o grupo tocará um ballé em seis cenas, escrito em 1956 e transcrito para quarteto de cordas pelo violoncelista do grupo do compositor argentino, José Bragato. “Essa peça demonstra bem o trabalho de Piazzolla em revisitar o tango tradicional com influências do jazz e da música clássica, já que temos o tango e o ballet inseridos dentro da forma de uma Suíte, que é uma tradição antiga de se juntar danças”, explica Ferreira. Essa ousadia e a originalidade de Piazzolla dificultaram sua aceitação em seu país, como observa o violista, “já que sua música era vista como uma desagregação à história do tango na Argentina”. O público do Festival terá a oportunidade de avaliar por si mesmo o resultado alcançado pelo importante compositor.

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“Eu estou muito empolgado e satisfeito de poder contribuir para uma semana de imersão em música, assim também repassando o que aprendi em edições anteriores desse mesmo festival”, afirma João Carlos Fonseca, que começou seus estudos de música aos 8 anos no Centro Cultural Pró-Música/UFJF, em Juiz de Fora, e desde 2009 é o violista principal da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Em sua opinião, o tradicional evento juiz-forano já faz parte do calendário cultural da cidade e também dos alunos de música clássica do país, “por isso a necessidade da continuidade do projeto, para que as marcas deixadas na nossa sociedade possam ser ainda mais profundas”, disse em release da UFJF. João Carlos Ferreira também ministrará uma oficina de viola durante o Festival.

Festival de Música Antiga

Dia 24
Quarteto Francisco Mignone, com participação especial de Gustavo Trindade, às 20h, no Teatro Pró-Música

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Dia 25
Quinteto BH Brass, às 20h, no Teatro Pró-Música

Dia 26
Trio de Choro com Nilton Moreira, Pedro Mota e Marcos Flávio, às 20h, no Teatro Pró-Música

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Dia 27
Canções de Lorenzo Fernandez, com Veruschka Mainhard, Marcus Medeiros e Quinteto de Cordas, às 20h, no Teatro Pró-Música

Dia 28
Violino e Piano, com Paulo Bosisio e Valéria Gazire, às 20h
Teatro Pró-Música

Dia 29
Encerramento, com Ópera “Vendado es amor, no es ciego” (José de Nebra), às 20h, no Cine Theatro Central

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* Todos os concertos serão precedidos de palestras ministradas pelo Prof. Rodolfo Valverde (UFJF), com início às 19h, nos mesmos locais das apresentações. Os convites, em geral, serão distribuídos gratuitamente no Centro Cultural Pró-Música, no dia da apresentação, das 8h30 às 17h30.

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