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‘Deu Preto na Memória’: mostra resgata imagens do povo negro de Juiz de Fora

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A coleção evidencia a presença negra em momentos de celebração, em seus convívios sociais e em seus ofícios, com algumas fotos que datam da década de 1920 (Foto: Divulgação)
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Questionar o que é memória e refletir sobre qual memória se deve manter viva e qual deve ser suprimida, é a proposta da mostra “Deu Preto na Memória” composta por 43 fotografias, com organização da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) por meio da  Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa). A abertura da exposição acontece nesta quinta-feira (23), às 18h30, no Espaço Cidade, localizado no Paço Municipal. O evento é parte da Agenda Novembro Negro e permanecerá em cartaz até o dia 3 de dezembro, com visitação gratuita de terça a sexta-feira, das 10h às 18h; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 15h.

Conforme a Funalfa, as fotos foram cedidas pelo público a partir de um chamamento lançado pela própria fundação. “Solicitamos que as pessoas abrissem seus álbuns, suas latinhas e caixinhas de sapato em busca de imagens de familiares e amigos que, em muitos casos, foram guardadas por gerações. Definimos o recorte temporal até o fim da década de 1970 e estabelecemos a obrigatoriedade de as imagens serem de pessoas pretas, registradas em Juiz de Fora”, destaca, por meio da assessoria de comunicação, o fotógrafo Fabio Domingos, que divide a curadoria da exposição com Selmara Balbino, ambos servidores da Funalfa.

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De acordo com ele, movimentos e instituições sociais ligados às causas raciais apoiaram a divulgação da convocatória. “Nos surpreendemos com a resposta do público. Recebemos mais de 450 imagens, de extrema beleza e relevância histórica e social. Então teve início o desafio da seleção, já que a concepção expositiva foi pensada para cerca de 40 imagens.” Fábio antecipa que está sendo avaliada a possibilidade de criação de um banco virtual para disponibilizar todas as imagens recebidas. 

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Ao abordar a questão da memória, o curador pontua que entre apagamentos deliberados, que se desdobram em esquecimentos, a herança histórica negra de Juiz de Fora sobrevive, apesar dos inúmeros obstáculos institucionalmente impostos ao longo da história. A coleção apresentada evidencia a presença negra em momentos de celebração, em seus convívios sociais, em seus ofícios. As fotos mais antigas datam da década de 1920.

A Funalfa ressalta que  o projeto foi viabilizado com patrocínio do Fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural (Fumpac). Na cerimônia de abertura, haverá uma apresentação de jongo, com o Grupo Makamba. 

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