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Língua, casa e corpo: como representam refúgio no cotidiano e na arte

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  “A língua não pode ser um Mediterrâneo, tem que ser ponte.” Dita em português por uma suíça, país onde convivem quatro distintas línguas, a frase é também depoimento. Prisca Agustoni fala português em casa, com o marido e com os filhos. Com a mãe, que ainda reside na Suíça, conversa em dialeto. Em sala de aula, na Faculdade de Letras da UFJF, leciona italiano e suas literaturas. Escritora, cria em português, italiano e francês. “Sou habitada por muitas línguas”, confirma ela. “Sempre tive facilidade para falar línguas. Escolhi estudar espanhol, fiz letras hispânicas e convivi durante muitos anos com a comunidade latina em Genebra (onde o idioma oficial é o francês). Uma língua que se tornou a do afeto. Eu me lembro que naquela época me perguntavam se eu era chilena. Aqui no Brasil, na medida em que comecei a falar português e as pessoas me perguntaram se eu era do Sul, comecei a achar que a chavinha havia virado. Foram os outros que me fizeram entender que a língua tinha virado minha. Sinto naturalidade na fala e no pensamento, sinto em português e penso em português”, conta. Tinha, portanto, mais um idioma onde se refugiar. “A língua é um elemento que te permite uma aparente adesão real. Se você vai a um lugar e tem dificuldade de se comunicar, isso te reenvia constantemente ao sentimento de estrangeiro.” Continue lendo aqui.

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