Começa, nesta terça-feira (24), a 22ª edição do Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades. Ao todo, 24 filmes fazem parte da Mostra Competitiva Mercocidades, composto por filmes realizados em toda a América do Sul, e mais 33 da Mostra Competitiva Regional, que tem como foco as produções localizadas na Zona da Mata e no Campo das Vertentes de Minas Gerais. As exibições vão acontecer, neste ano, no Teatro Paschoal Carlos Magno, e a programação, que é gratuita, segue até o próximo domingo.
O que pautou a curadoria deste ano, de acordo com Marília Lima, do grupo Luzes da Cidade, que é responsável pela realização do Primeiro Plano, foi o contexto político, cultural e estético do país. “Quando os filmes chegam, eles já chegam com essa cara, dentro de um contexto político, cultural, de produção cinematográfica, seguindo tendências de linguagem e também narrativa”. De acordo com ela, os caminhos políticos atuais acabaram influenciando nessa escolha curatorial, que guiou a programação. “Tudo isso juntou para a gente pensar um tema que se volta para a democracia. A gente trouxe uma gama de filmes diversos, inclusive de formatos: tem documentários, animações, ficções, de diferentes partes do Brasil. E, com isso, a gente consegue construir um espaço democrático de discussão de cinema. Não é uma curadoria que foi feita a partir de filmes que a gente gosta, mas que a gente pode conseguir colocar em diálogo para criar um debate que faz parte do espaço democrático”. E isso de forma a pensar e fortalecer as políticas públicas que dão seguimento e força à produção cinematográfica do Brasil, sobretudo nos interiores.
Além disso, este ano foi marcado também por recorde de inscrições na Mostra Competitiva Regional. Foram 68 da região inscritos na categoria. Para Marília, isso é reflexo do retorno das atividades nas faculdades de cinema, principalmente em Juiz de Fora. Os filmes, que se mostram cada vez mais fruto do coletivo, são, em sua grande maioria, produzidos dentro das instituições como produtos de matérias. “Esses alunos voltaram para as aulas, fizeram suas produções coletivas e a gente avalia isso de forma positiva. É uma forma de a gente pensar em outras formas de produção, não necessariamente que vão ficar fragmentadas nas funções, mas todo mundo tem que produzir e pensar junto. É, pois, resultado dessa vontade de estar, mais uma vez, nos sets, produzindo e encontrando.
Coisa que não muda nunca é a especificidade do Primeiro Plano em exibir filmes que, majoritariamente, são a estreia dos cineastas em festivais. É considerado o único do Brasil com esse olhar totalmente voltado para os primeiros filmes. E sempre foi assim. E sempre vai ser. “Isso é fundamental. Quando a gente recebe os filmes a gente olha que aquele é o primeiro filme da pessoa. Ele pode ter questões e problemas, mas principalmente é um trabalho de estreia da pessoa que se colocou no risco de fazer o seu primeiro filme. Isso que a gente acha super importante: dar oportunidade dessa pessoa colocar seu filme para ser exibido, em debate para as pessoas analisarem e verem que é possível fazer filmes diferentes, renovar, manter seu estilo ou criar um outro estilo”. O que acontece muito é que esses estreantes voltam, tempos depois, com outros filmes, outras possibilidades, exibindo, inclusive, longas-metragens. “A gente acompanha esse processo, que muitos festivais não conseguem mostrar”. Todos esses realizadores, inclusive, participam de um debate, de quinta-feira até domingo, no Anfiteatro João Carriço, a partir das 14h.
O que muda, por vezes, é o lugar onde o Primeiro Plano acontece. Neste ano, ele volta ao Paschoal Carlos Magno que, apesar de não ser um cinema, consegue ser adaptado para tal, como já foi feito em outras edições. Marília comemora esse retorno, ao mesmo tempo que lamenta a perda dos cinemas de rua, que possibilitavam que o festival acontecesse no lugar feito para isso. “A gente fica contente em poder voltar para esse teatro, que é acessível. Ainda mais em um contexto em que a gente não tem mais cinema de rua, só em shopping. Assim, o teatro virou a nossa opção mais adequada para receber o Primeiro Plano”, afirma.
Isso, no entanto, não diminui o brilho nos olhares, tanto da organização quanto do público, neste momento que é de reencontro, com as pessoas e com o cinema. Pelo contrário. É tanta luta e força para fazê-lo acontecer que cada edição é uma vitória, para Marília. “É sempre novo. Parece que estamos fazendo um festival pela primeira vez todos os anos. Os contextos são sempre diferentes, os nossos orçamentos são sempre diferentes, os espaços mudam, e o momento de vida de cada um de nós também é diferente. Cada edição a gente comemora muito. É sempre uma vitória. E, durante a premiação, é sempre legal. É o melhor momento. Eu sempre choro e quando anuncia os filmes vencedores eu olho para a pessoa que ganha o prêmio e penso: ‘É por isso que a gente faz festival, para ver todo mundo feliz e contente’. No fim das contas, vale muito a pena.”
Confira a programação completa do Primeiro Plano
Terça-feira (24)
20h – Abertura
“Ver tigem”, de José Sette de Barros (8 min)
“Festa para duas”, de Marina Polidoro Marques (15 min)
“Apto 101”, de Kamila Weber (14 min)
“Meio Éden”, de Clara Estolano (20 min)
“A verdade por dentro do meu armário”, de Laura de Souza (14 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
Quarta-feira (25)
15h – Sessão Lanterninha
“Amei te ver”, de Ricardo Garcia (15 min)
“Eu nunca contei a ninguém”, de Douglas Duan (10 min)
“Coaxo”, de Cecilia Silva Martinez (4 min)
“Enquadro”, de Gabriel Dôco, Lucas Shin-iti, Luísa Martins e Yari Delgado (4 min)
“De miau a pior”, de Rodrigo Lobato Toporov (5 min)
“Rosas brancas”, de Diogo de Oliveira Aurich, Valentina Angel e Souza Garcia (5 min)
“Cadim”, de Luiza Pugliesi Villaça (6 min)
“Maréu”, de Nicole Schlegel (10 min)
Classificação Indicativa: Livre
17h – Mostra Competitiva Regional 1
“A sorte e as mortes de Quincas Berro de Gato”, de Antônio Marinho, Eybraian Bonifácio, Melo Caramelo, Pedro Aquino, Rogério Terra e Yuri Camelo (11 min)
“Eclipse”, de Jorge Abreu e Pedro Augusto Teixeira (8 min)
“Auto”, de Larissa Oliveira (3 min)
“Coração mofado”, de Mirielen de Arantes e Gabriela Alves (6 min)
“Invocações”, de Natália Reis (3 min)
“Rei afogado”, de Arthur Figueiredo, Clarissa Sayuri, Esthefany Nascimento, Gabriel Caldeira, Karla Souza e Marcos Faustino (12 min)
“Troca de Papel”, de Vinícius Sales (6 min)
“Os suspeitos”, de Caio Marques (7 min)
“(TRANS)crições”, de Ma Leri (24 min)
“Arbítrio”, de Eduardo Albuquerque, Nina Camurça e Samuel Lacerda (11 min)
Classificação Indicativa: 12 anos
19h – Mostra Competitiva Mercocidades 1
“A nossa festa já vai começar”, de Cadu Marques (14 min)
“Fronteiras”, de Isadora Canguçu (16 min)
“Imagens daqui”, de Arthur Assumpção (18 min)
“Aurora, 2068”, de Gustavo SD Brandão e Javier A. Contreras (13 min)
“O macho / Il macho”, de Lemuel Righi (18 min)
“Carcinização”, de Denis Souza (11 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
21h – Estreia do longa metragem “A cidade dos abismos”, de Priscyla Bettim e Renato Coelho
Classificação Indicativa: 16 anos
Agenda Noturna – Vizú (Rua Morais e Castro 835 _ Passos)
Quinta-feira (26)
15h – Sessão Lanterninha
“Amei te ver”, de Ricardo Garcia (15 min)
“Eu nunca contei a ninguém”, de Douglas Duan (10 min)
“Coaxo”, de Cecilia Silva Martinez (4 min)
“Enquadro”, de Gabriel Dôco, Lucas Shin-iti, Luísa Martins e Yari Delgado (4 min)
“De miau a pior”, de Rodrigo Lobato Toporov (5 min)
“Rosas brancas”, de Diogo de Oliveira Aurich, Valentina Angel e Souza Garcia (5 min)
“Cadim”, de Luiza Pugliesi Villaça (6 min)
“Maréu”, de Nicole Schlegel (10 min)
Classificação Indicativa: Livre
17h – Mostra Competitiva Regional 2
“Tynna”, de Rodrigo Medsan (15 min)
“Ausência”, de Fernanda Terra Costa (9 min)
“Astro frequência”, de João Carvalho (7 min)
“À deriva”, de Tainá Varandas e Marcella Paiva (13 min)
“Só não esquece a cabeça”, de Luisa Moraes (1 min)
“Moscas mortas”, de Carolina Cardoso (15 min)
“Mãe de todos”, de Juliano Mendes (15 min)
“Adeus”, de Alice Abreu, Ana Carolina Martins, Gustavo Fernandes, Isabelle Veras Cruz, Lucas Marques, Maria Eduarda dos Santos Alves e Raphaela Cunha (15 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
19h – Mostra Competitiva Mercocidades 2
“Cassandra”, de Paula Granato (6 min)
“Crimes holandeses”, de Maria Clara Almeida (22 min)
“Caixa”, de Lucas Piotto (17 min)
“Labirinto”, de Yago Matheus e Augusto A. Sauandaj (17 min)
“Desejo e necessidade”, de Milso Roberto (11 min)
“Takanakuy”, de Gustavo Vokos (18 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
21h – Estreia de Longa Metragem
“Quando o céu desce ao chão”, de Marcos Yoshi (17 min)
“Bem vindos de novo”, de Marcos Yoshi (105 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
Agenda Noturna – Gema (Rua Barão de São João Nepomuceno 123 – Centro)
Sexta-feira (27)
15h – Sessão Lanterninha
“Amei te ver”, de Ricardo Garcia (15 min)
“Eu nunca contei a ninguém”, de Douglas Duan (10 min)
“Coaxo”, de Cecilia Silva Martinez 4
“Enquadro”, de Gabriel Dôco, Lucas Shin-iti, Luísa Martins e Yari Delgado (4 min)
“De miau a pior”, de Rodrigo Lobato Toporov (5 min)
“Rosas brancas”, de Diogo de Oliveira Aurich, Valentina Angel e Souza Garcia (5 min)
“Cadim”, de Luiza Pugliesi Villaça (6 min)
“Maréu”, de Nicole Schlegel (10 min)
Classificação Indicativa: Livre
17h – Mostra Competitiva Regional
“Não me esqueças”, de Ana Luiza Pires, Eleisiele Eduarda, Glauber Machado, Juliano Mendes, Mariana Albuquerque, Melina Simão e Thais dos Santos (17 min)
“Onde o nó faz a curva”, de Julia Bioni (16 min)
“Nossos filhos estão destinados a morte”, de Vinicius da Costa (11 min)
“Os silêncios de Maria”, de Laís Machado, João Pedro Fagundes, Luísa Neves, João Pedro Rezende, Luiza Ratto, Yan Florentino, Stella Teixeira (18 min)
“A cor do veneno”, de Erick Veríssimo (13 min)
“Rancharia”, de Adonai Iacovo Martins, Arthur Martins Marcal Huruta, Bernardo Brandão Lobato Pereira, Izabel Cristina de Avila, Nathan Reever de Paula Lage, Pamela Delgado da Silva, Wylliam Cesário da silva, Neymar Otavio da Silva (19 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
19h – Mostra Competitiva Mercocidades
“Linhas”, de Luis Gomes (18 min)
“Nunca pensei que seria assim”, de Meibe Rodrigues (10 min)
“Entrelaços”, de Giulia Tomasini e Marina Pessato (14 min)
“Do tanto de telha no mundo”, de Bruno Brasileiro (23 min)
“Raiz do grito”, de Arthur Assumpção e Leonardo Vaccaro (18 min)
“Pilona”, de July Naters (15 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
21h – Estreia de Longa Metragem
“Como matar a besta / Matar a la Bestia”, de Agustina San Martín (80 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
Agenda Noturna – Beco (Avenida Garibalde Campinhos 38 – Vitorino Braga)
Sábado (28)
15h – Estreia de Longa-metragem 4 (73 min)
“Surdes”, de Carol Argamim Gouvêa e Thays Prado (com audiodescrição e legendagem descritiva) (73 min)
Classificação Indicativa: 12 anos
17h – Mostra Competitiva Regional
“Punica granatum”, de Letícia Tanaka (5 min)
“Agarra”, de Clara Estolano (5 min)
“O convite”, de Miguel Chagas Possani (12 min)
“Morte súbita”, de Isabelle Veras Cruz (6 min)
“Não dito”, de Verônica Barbosa (12 min)
“Autorretrato”, de Gabriel Souza de Tilio (24 min)
“Jurassic Crack”, de Vincenzo Salvatore (1 min)
“Dano lunático”, de Bruno Ferreira (8 min)
“A pedra do relógio”, de Ricardo Valle (17 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
19h – Mostra Competitiva Mercocidades
“Provisório”, de Wilq Vicente (25 min)
“Nostalgia para el lago”, de Arturo Maciel (13 min)
“Por onde eu for não haverá rastros”, de Daniel Pires (19 min)
“Fantasmagoría”, de Juan Francisco González (14 min)
“Como água que sobre a água corresse”, de Lucia Bronstein (18 min)
“Enquadro”, de Gabriel Dôco, Lucas Shin-iti, Luísa Martins e Yari Delgado (4 min)
Classificação Indicativa: 12 anos
21h – Estreia de Longa Metragem
“Afronte”, Bruno Victor e Marcus Azevedo (15 min)
“Rumo”, de Bruno Victor e Marcus Azevedo (71 min)
Classificação Indicativa: Livre
Agenda Noturna – Maquinaria (Rua São Mateus 552 _ São Mateus)
Domingo (29)
15h – Mostra Audiovisual Juiz de Fora
“O Cangaceiro da moviola”, de Luís Rocha Melo (95 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
17h – Mostra Audiovisual Juiz de Fora
“Pele”, de Marcos Pimentel
Classificação Indicativa: Livre
19h – Mostra Audiovisual Juiz de Fora
“Eu não sei costurar, lembra?”, de Gabriel Biittencourt (3 min)
“Ernesto”, de Fernanda Roque (15 min)
“My Big Family Revisited”, de Mauro Pianta (20 min)
“Outono da Vida”, de Açucena Arbex e Amy Braga (21 min)
Classificação Indicativa: 14 anos
20h30 – Cerimônia de Encerramento
“Serrão”, de Marcelo Lin (19 min)
“Chão”, de Fábrica Nina Kopko (24 min)
Premiação dos filmes
Classificação Indicativa: 14 anos
Agenda Noturna – Queens (Avenida Presidente Itamar Franco 2515 _ São Mateus)