O próximo domingo (25) será de estreias na literatura juiz-forana. A escritora Raíssa Varandas inaugura sua “carreira solo” com o lançamento do livro “Afluências”, que trata os diversos tipos de relação da mulher com a sociedade e com o corpo. A obra também coloca em cena um novo “complexo de comunicação e cultura” da cidade, a editora Varanda, que já planeja outros produtos para 2020. O lançamento acontece em uma live com a autora no canal da editora no YouTube, às 18h.
O livro reúne contos, poemas e aforismos escritos pela autora ao longo de dois anos, desde que foi incentivada a iniciar a escrita da obra, ainda em 2018. A diversidade de textos produzidos por Raíssa durante o período se une no tema central, que é a presença feminina. “O eixo do livro é trazer a questão da mulher na sociedade. Embora os textos tenham formas muito distintas, a questão da voz feminina está presente em todos eles”, explica Raíssa, que antes havia publicado um conto na coletânea “Pôquer a seis”.
A escritora define o livro como um trabalho de equipe, fruto da união entre o conteúdo textual e as ilustrações da artista Bruna Bridi. Segundo Raíssa, as duas linguagens conversam na obra e modificaram-se a si mesmas durante os anos em que o livro foi preparado. “Embora as ilustrações tenham vindo depois dos textos, a gente conseguiu fazer essa conversa, e a Bruna conseguiu captar muito bem. Os textos ainda não estavam fechados, e, na revisão, de alguma forma as ilustrações também transformaram os textos”, analisa.
O conto “Nossa língua apunhalada” é uma degustação da obra e pode ser lido gratuitamente em formato PDF no site da editora: aquinavaranda.com.br. A pré-venda acontece também no site da Varanda, com envios a partir da próxima segunda-feira (26).
Estreias
O “Afluências” marca a entrada em cena de Raíssa Varandas e da Editora Varanda, com um livro que surgiu da conversa da escritora com o editor Ulisses Belleigoli. “Logo que ele (Ulisses) começou a montar a editora, me convidou para ser a primeira autora. Eu acho uma honra e, ainda, no meu livro de estreia”, celebra Raíssa.
A editora é um dos braços do complexo de comunicação Varanda, que ainda trabalha com outros projetos como o podcast Complexo, a oficina de criação literária e o blog “Aqui na Varanda”. “Nós somos mais um movimento cultural, um lugar para a gente compartilhar os nossos projetos e os projetos de outras pessoas. Mais do que produtores, nós somos consumidores também. Então a gente dá lugar para coisas que achamos que valem a pena ser compartilhadas”, explica Ulisses, que dividiu a criação do complexo com André Porteira, Guilherme Madeira e Laís Cerqueira.
Um fator impensável em 2018, tanto para o editor quanto para a escritora, seria a pandemia de coronavírus, que impede o lançamento – da obra e da editora – de maneira presencial. Apesar do baque inicial, a equipe optou por manter o lançamento mesmo dentro do período epidêmico, pensando em maneiras criativas de divulgação e contato com o público. “Como o livro já estava nos últimos processos, optamos por lançá-lo”, conta Belleigoli. A live – que será mediada por outra das idealizadoras do Varanda, a jornalista Laís Cerqueira – foi a alternativa encontrada para oferecer interatividade sem fugir das medidas de isolamento social.
Próximos lançamentos
O momento atípico também não assusta a editora a ponto de travar os próximos lançamentos. A Varanda planeja lançar outras duas obras até o final de 2020: “O quase último Aum”, de autoria do próprio Ulisses Belleigoli está em pré-venda, com envios a partir de 8 de dezembro; “O sol vertical”, do escritor Rafael Salgado, ainda não está disponível para vendas, mas também deverá constar nas prateleiras da editora até dezembro.