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Bratislava lança ‘Parte do que vem’ em Juiz de Fora

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Bratislava é composta hoje por Victor Meire, Gustavo Franco, Zé Roberto, Jonas Andrade e Felipe Gonçalves (Foto: Lívia Wu/ Divulgação)
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Cada disco é o retrato daquele momento de uma banda. As coisas vão mudando e, consequentemente, acaba que até a sonoridade vai se adaptando a uma nova realidade, ou formação ou momento mesmo, apesar de outras tantas se manterem. A banda paulistana Bratislava já tem 12 anos de estrada. De lá para cá, além de ter algumas mudanças de formação, o consumo da música mudou, assim como a forma como eles enxergam o próprio trabalho e a música que sai da junção de, agora, Victor Meire (vocal e teclado), Gustavo Franco (bateria), Zé Roberto (baixo), Jonas Andrade (guitarra) e Felipe Gonçalves (guitarra). A pandemia também fez mudar muita coisa. E fruto de tudo isso é o disco “Parte do que vem”, lançado neste ano, que vai ser apresentado neste sábado (24) no Maquinaria, a partir das 21h. Eles dividem a noite com One Inch Galaxy.

Para explicar o que é a banda é necessário voltar lá no início, antes de 2010, quando Victor tinha um projeto com amigos, que, no caso, não deu certo. Mas foi a partir disso que o embrião da Bratislava surgiu. No começo, a brincadeira era tirar músicas de outros compositores. E era um repertório que ia de Gogol Bordello a Caetano Veloso de uma vez só. “Um tiro para cada lado”, assume o vocalista, que ainda diz que, de certa forma, isso se mantém nas composições atuais da banda.

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Nesse tempo, que foi de descoberta deles mesmos enquanto músicos, a Bratislava já lançou quatro álbuns: “Carne”, de 2012, “Um pouco mais de silêncio”, de 2015, “Fogo”, de 2017 e o mais recente “Parte do que vem”. Eles são o que melhor define cada fase da banda, com a mudança de formação e a maturidade das escolhas. Victor, à frente desde o começo das composições, também foi alterando sua posição e sua forma de compor. Saiu do baixo e foi para o teclado, consequentemente passou a compor também a partir das teclas, dando abertura harmônica às músicas. O que garante a continuidade no grupo é a voz de Victor e seu olhar para o mundo.

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Disco-retrato da Bratislava

“Parte do que vem” é retrato da pandemia. O disco aborda as sensações de cada momento que parecia interminável, mas com certa esperança. “Terra do nunca mais” é sobre o lugar sombrio, aquele para onde não se quer voltar. Enquanto “Pode chegar” mostra outro sentido: “É uma composição que é um exercício que a gente fez na pandemia de imaginar esse momento pós-pandemia de reencontro com os amigos: ‘Pode chegar, entra sem bater’. Essa festa e tudo mais, só que ela foi composta no meio daquilo tudo, imaginando só, projetando esse momento”, explica Victor.

Já “Velhos rituais”, que ganhou um clipe, recupera os momentos pré-pandemia: os rituais de sempre, as casas de sempre, os encontros de sempre. Para ilustrar no clipe, os integrantes da Bratislava estiveram na fachada de várias casas de show que foram importantes para eles na cidade de São Paulo e tiveram suas portas fechadas. Por ter a projeção do que ainda virá, Victor acredita que é isso que o diferencia dos outros discos, além de trazer mais canções. “Nos outros discos, a gente encontra elementos experimentais. Esse é basicamente um disco de canções. O que quer dizer que as estruturas das músicas vão ter estrofe, refrão, as partes tradicionais que se encontram em um canção pop. Nesse sentido, ele, inclusive, passa a ser um divisor de águas, que a gente passa a entender a banda não mais como rock alternativo, mas como um pop rock.”

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A Bratislava já esteve em palcos juiz-foranos em 2016. Mas Victor considera o show de sábado como uma estreia. “O caráter desse show é de estreia mesmo na cidade. É o sexto ou sétimo show da turnê.” A experiência tem sido a de ver agora no palco as músicas que, um dia, foram compostas pensando exatamente nesse momento: a criação de novos rituais.

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