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Mulheres lançam doc sobre encontro de roda de samba

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Documentário mostra parte da apresentação realizada em novembro e também reúne depoimentos das participantes (Foto: Reprodução)
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Realizado em diversas cidades brasileiras (mais duas argentinas) em 24 de novembro de 2018, a primeira edição do Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba reuniu dezenas de cantoras, musicistas e outras voluntárias para marcar o espaço feminino no mais brasileiro dos ritmos. E o evento histórico, idealizado por Dorina Barros no Rio de Janeiro, deu samba e também um documentário homônimo, que será lançado nesta sexta-feira (22), às 20h, no Espaço Excalibur, no intervalo da roda de samba que acontece no local e vai reunir Alessandra Crispin, Anna Cláudia, Mariana Assis, Tamires Rampinelli, Wildania Maia e Yara Oliveira, que vão interpretar sambas de Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Mamão e uma inédita: “Mulheres na roda”, composta por Coração após assistir ao show realizado em novembro.

O documentário de oito minutos tem direção de Celine Brillard e Fred Fonseca. Segundo uma das organizadoras do evento de novembro e desta sexta, Andréa Melo, Celine foi convidada para participar do Encontro registrando as imagens do evento e daí saiu a produção, que não se resume a reproduzir a apresentação. “Foi perguntado às mulheres sobre a importância do Encontro, de valorizar, abrir e brigar por esse espaço da mulher dentro da roda de samba; que é um meio machista, sim, com a mulher sempre como coadjuvante, sempre dançando, cozinhando ou até cantando, mas tocando um surdo, pegando um violão ou cavaco era novidade”, conta, acrescentando que este é apenas um dos cenários em que é preciso lutar por mais espaço, melhores condições ou até mesmo lutar pela sobrevivência. “A mulher ainda tem a injustiça salarial, o feminicídio que sempre existiu e agora está em voga, a própria dificuldade de assumir algumas profissões consideradas masculinas e provar que é capaz.”

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Segunda edição

O grupo de mulheres ainda não decidiu os próximos passos em relação ao documentário. Uma possibilidade, sugere, Andréa, é que seja exibido em outros eventos do tipo, em breve, e disponibilizado futuramente nas redes sociais. Mais importante, destaca, é o que representa o Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba para as artistas, tanto que a segunda edição já está marcada para 30 de novembro. De acordo com ela, a homenageada deve ser Leci Brandão.

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“Foi importante registrar, porque é nossa memória cultural, social, política, um momento considerado por todos – não só por nós que trabalhamos no evento, mas por vários compositores importantes da cidade – como histórico, inédito. E não só em Juiz de Fora, mas em quase todas as rodas do Brasil. Até porque teve uma união das mulheres em começar a roda às quatro da tarde, cantando a mesma música (‘Coisa de pele’, escolhida pela homenageada no evento, Beth Carvalho). O registro dessa memória é essencial, pois ainda temos a necessidade de bater nessa tecla. Apesar de estarmos em 2019, a mulher ainda é vista de uma forma arcaica e antiga a respeito do seu papel e responsabilidade, o espaço que pode ocupar.”

Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba
Lançamento do documentário nesta sexta-feira (22), às 20h, no Espaço Excalibur (Rua São Mateus 265). 3211-0373

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