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‘Mãe!’, novo longa de Darren Aronofsky, estreia nesta quinta

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Personagem de Jennifer Lawrence sofre o diabo com a invasão de privacidade, enquanto o marido (Javier Bardem, à esquerda) parece gostar da farra. (Foto: divulgação)
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O diretor Darren Aronofsky é ateu, mas isso não impede que parte de sua filmografia seja marcada por produções em que a discussão sobre religião está presente. São os casos de “Pi”, “Fonte da vida”, “Noé” e “Mãe!”, seu mais recente longa e que estreia no Brasil nesta quinta-feira. Estrelado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem, o filme tem dividido a crítica por todo o mundo, com alguns apontando um excesso de pretensão e megalomania por parte do cineasta, enquanto outros destacam a coragem de Aronofsky em criar uma história repleta de simbolismos, significados e tensão.

Essa divisão, porém, não tem feito bem a “Mãe!”, que foi vaiado em sua primeira apresentação oficial, no Festival de Veneza, e arrecadou pouco mais de US$ 7 milhões no final de semana de estreia nos Estados Unidos (pior abertura para um longa estrelado por Jennifer Lawrence), com o público renegando o filme.

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Segundo Aronofsky, que esteve no Brasil esta semana para divulgar o longa, o primeiro roteiro de “Mãe!” foi escrito há dois anos, em apenas cinco dias, e serviu de momento catártico para colocar para fora as angústias com o mundo contemporâneo. Dessa vez, as metáforas com a religião têm a ver com a idéia de Gênese, Paraíso, a mulher como fonte da vida e o caminho que nos levaria ao final de tudo, tendo na personagem de Jennifer Lawrence a vítima que precisa reagir à transformação do seu Éden em um Inferno particular.

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Ela e o marido (Bardem) mudam-se para uma grande casa no meio do nada; ele é um escritor com bloqueio criativo que decide se afastar de tudo a fim de encontrar inspiração e recebe o apoio da esposa que passa a reformar a casa por conta própria. O plano do escritor, a princípio, dá errado, e ele se torna ainda mais distante enquanto ela se torna carente de atenção.

Para piorar, um casal de estranhos (Ed Harris e Michelle Pfeiffer) aparece em busca de abrigo e vai ficando, ficando… e ficando. A situação incomoda a personagem de Lawrence, angustiada ao ver o casal se infiltrando – a ponto de agir como se pertencesse ao local – no cotidiano deles, mas que não encontra apoio do marido, cada vez mais evasivo com a mulher e animado, quase eufórico, com a presença dos estranhos por ali.

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E ainda vai piorar mais. Nem a descoberta da gravidez faz com que o escritor se reaproxime da esposa, que mergulha em um pesadelo particular quando a casa passa a ser “invadida” por mais e mais estranhos com o apoio do marido, que vê nessas “visitas” inesperadas a fonte da criatividade perdida. Ao mesmo tempo, pelo menos para a personagem de Lawrence, a casa parece tomar vida própria, aumentando o seu desespero e loucura já alimentados pela postura invasiva dos estranhos – em especial à da personagem de Michelle Pfeiffer.

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