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Natiruts faz show em Juiz de Fora para turnê de despedida neste sábado

30e Natiruts Leve com voce BSB Creditos @cria
Creditos Pedro Napolinario
“Sem dúvidas, o maior legado do Natiruts na vida das pessoas são as mensagens. As mensagens de paz, amor, esperança e o impacto dessas canções na vida das pessoas” (Foto: Pedro Napolinário)
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A turnê de despedida “Leve com você” foi iniciada e Natiruts toca em Juiz de Fora neste sábado (22), no estacionamento do Estádio Municipal. Formada em Brasília há 30 anos, a banda é um dos pilares do reggae brasileiro e conquistou uma legião de fãs com sucessos como “Quero ser feliz também”, “Sorri, sou rei” e “Andei só”. Essa turnê, que passará por 20 cidades brasileiras e se encerrará em dezembro em Belém, marca o fim de um ciclo tanto nos palcos quanto nos estúdios, deixando uma marca indelével na música brasileira.

Com sentimento de missão cumprida, a banda se despede com um show com um repertório extenso e que promete agradar a todos. “A gente procura tocar algumas músicas muito antigas que a gente não vinha tocando, mas que aquele público e aquele fã mais assíduo gosta de ouvir”. 

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Tribuna: Como foi tomada a decisão de encerrar as atividades da banda e iniciar a turnê de despedida “Leve com você”?

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Luis Mauricio: A nossa decisão de encerrar esse ciclo foi pensada há muito tempo. Já tem um tempo que a gente fala sobre saber terminar em um momento bom, é muito importante a gente saber fechar o ciclo. Gostamos muito de futebol e sempre pegávamos o exemplo do Pelé. Ele decidiu encerrar a carreira quando foi tricampeão do mundo, mesmo sabendo que poderia jogar ainda há mais alguns anos. Então a gente pensou da mesma forma. Alcançamos tudo que tinhámos imaginado e mais um pouco, e, por isso, a gente acha que a nossa missão está cumprida.

Vocês mencionaram que a missão da banda foi cumprida. Qual foi essa missão e como vocês a definem hoje?

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A gente tem essa sensação de missão cumprida e a maior missão que a gente acha que realizou foi o impacto na vida das pessoas. A gente começou a banda pela música, pela arte, não tínhamos noção do impacto que teria na vida das pessoas. Ao longo dos anos fomos ouvindo relatos das pessoas que encontraram acalanto nas nossas músicas, não só em momentos difíceis, mas também de felicidade. Pessoas que se apaixonaram com a nossa música, casaram com nosso som ao fundo. Acho que esse é nosso principal impacto, essa marca que a gente deixou na vida das pessoas.

Vocês têm alguma história marcante de shows anteriores que gostariam de compartilhar com os fãs nesta turnê?

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São muitos relatos emocionantes, como mencionei, ao longo da carreira escutamos relatos de pessoas que saíram de momentos difíceis através de nossas canções e a gente vê que passou de geração para geração. Teve um show em Lisboa, alguns anos atrás, em que estavam presentes três gerações, era um avô com o filho e com o neto. Os três cantando nossas canções. É uma emoção muito grande saber que são muitos anos levando essas músicas e passando de geração para geração.

Qual é o sentimento de ter iniciado a “Leve com você” em Brasília, onde a banda começou há 30 anos?

Ter começado a turnê em Brasília foi um misto de emoções. Aqui foi onde tudo começou. Tinha a presença de muitos parentes, muitos amigos próximos da gente, e a gente estar na nossa casa e conseguir levar 50 mil pessoas para um estádio cantando as nossas músicas, foi muito importante até pra gente ganhar confiança e partir pra essa turnê grandiosa.

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O que os fãs podem esperar dos shows desta turnê em termos de repertório e surpresas?

Para esse show dessa turnê a gente procurou fazer um repertório bem extenso, tentando abraçar todos os nossos álbuns, que são muitos. A gente sabe que sempre vai faltar alguma canção que algum fã gosta muito e gostaria que tivesse no repertório, mas não dá pra tocar tudo, são muitas músicas. Então a gente tem feito um repertório bem extenso e depois do show a gente parte por um bis, em que tem acontecido surpresas. Procuramos tocar algumas músicas muito antigas que a gente não vinha tocando. Então deixamos bem solto e até escuta alguns pedidos da plateia pedir algumas músicas, procurando atender o máximo de fãs possíveis.

Quais são os planos de cada integrante da banda após o encerramento das atividades de Natiruts?

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Em primeiro momento o plano é descansar mesmo, ficar mais próximo da família. Não pretendemos, nenhum de nós, cair na estrada, com trabalhos solos ou outras coisas parecidas. Vamos continuar na nossa vida aqui em Brasília, mais próximo da família, ligados à música, sempre vamos estar tocando, compondo.

Vocês acreditam que a banda poderá se reunir novamente no futuro, mesmo que ocasionalmente, para algum evento especial?

Bom, todo mundo faz essa pergunta se existe a possibilidade de uma reunião no futuro, e, assim, eu sinceramente acho que pode acontecer mesmo porque a gente não está terminando a banda com briga, como vemos em muitos casos. A gente se dá muito bem, mas agora não é hora de falar sobre isso, temos que encerrar esse ciclo mesmo, descansar, dar mais tempo para a gente, para a nossa família, e quem sabe daqui a alguns anos a gente pensa melhor sobre isso.

Como vocês veem a evolução do reggae no Brasil desde que Natiruts começou até hoje?

Sobre o reggae no Brasil, a gente já veio trilhando um caminho que outros pavimentaram pra gente. A gente teve no começo lá o Tribo de Jah, Maranhão, Edson Gomes, o próprio Gilberto Gil, Cidade Negra, todas essas bandas, esses artistas, pavimentaram um caminho. Então a gente chegou já com esse caminho já aberto. Sem dúvidas ajudou a popularizar muito o estilo e, com certeza, depois da gente, estourou muitas bandas pelo Brasil inteiro. Acho que a gente deu a nossa contribuição e até hoje a gente vê surgindo bandas de reggae, bandas misturando reggae de alguma forma. Acho que plantamos uma sementinha e espero que esteja germinando aí por muitas gerações.

Vocês têm alguma mensagem especial que gostariam de deixar para os fãs que acompanharam a banda ao longo dessas três décadas?

A mensagem que a gente gostaria de deixar para os nossos fãs, é uma mensagem de gratidão, de agradecimento, que a gente sabe que quem nos trouxe até aqui, com quase 30 anos de carreira, foi o nosso público e foi esse público que nos abraçou desde o começo e nos deu força nos momentos difíceis, que não foi fácil. São 30 anos trabalhando com música, ainda mais o reggae que sempre sofreu muito preconceito. Então agradeço muito de coração ao público que sempre nos empurrou e nos momentos difíceis nos ajudou a levantar.

O que acham que foi o maior legado que Natiruts deixou para a música brasileira?

É essa mescla de reggae com outros ritmos que a gente sempre procurou não repetir fórmulas. A gente sempre mesclou o nosso reggae com um pouco de MPB, alguns álbuns com rock, alguns álbuns com pop, mesclando com afrobeats. Fizemos talvez o primeiro reggaeton do Brasil que foi o Natiruts Reggae Power, em 2005. Então achamos que esse é o maior legado artístico. Sem dúvidas, o maior legado do Natiruts na vida das pessoas são as mensagens. As mensagens de paz, amor, esperança e o impacto dessas canções na vida das pessoas. Esse é o nosso maior legado sem dúvida.

*Sob supervisão do editor Marcos Araújo

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