De autoria da historiadora Giovana de Carvalho Castro, o e-book “Roza Cabinda dos Sentidos da Liberdade à Liberdade como Sentido”, será lançado neste domingo (23), às 16h, no Museu Ferroviário de Juiz de Fora, localizado na Avenida Brasil 2001, Centro. A obra foi viabilizada com patrocínio do Edital Quilombagens, do Programa Cultural Murilo Mendes, mantido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e gerido pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), e será disponibilizada no link.
Giovana, doutora em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e coordenadora do projeto “Juiz de Fora: Cidade Negra”, falará sobre o processo de construção do livro eletrônico e sobre a representatividade de Roza Cabinda, durante a roda de conversa, com tradução em libras, proposta na programação.
Também pesquisadora e professora, a autora acredita que Juiz de Fora é uma cidade de tradição escravista, cuja trajetória se vincula ao que historiograficamente classifica-se como segunda escravidão. “Essa escravidão do século XIX tem caraterísticas distintas da de períodos anteriores, marcada que é por um intenso processo de racionalização e controle, que vigorou até a assinatura da Lei Áurea, em 1888. Nesse cenário, homens e mulheres cativos utilizaram várias formas de resistência, que culminaram em agências múltiplas atravessadas por diversas instâncias de liberdades parciais e totais”.
Ainda segundo ela, uma das formas de resistência foi acionar a Justiça, utilizando um mecanismo jurídico manifestado na forma de ações de liberdade. “Roza Cabinda é uma das 14 mulheres que utilizaram esse mecanismo para ter garantido seu direito de obter sua carta de alforria. O fato de Roza ter sido escravizada de Halfeld, um dos notáveis locais, transformou sua ação na mais famosa entre essas”, completa Giovana.