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Saiba quais são os filmes brasileiros exibidos no Festival de Cannes 2024

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O Festival de Cannes é uma das mostras de filmes mais prestigiadas e tradicionais do mundo. Filmes como “Anatomia de uma queda”, “Parasita”, “Pulp Fiction”, “Paris, Texas” e “Taxi Driver” são alguns dos vencedores da premiação, que traz sempre um júri qualificado e composto por grandes nomes do cinema. A edição de 2024 é significativa para os brasileiros – o diretor Karim Aïnouz participa da competição principal, em busca da Palma de Ouro, com “Motel destino”, enquanto Marcelo Caetano terá o filme “Baby” exibido na competição da Semana da Crítica. Além disso, André Hayato Saito participa da seleção de curtas-metragens com “Amarela”, Valentina Homem está na mostra paralela Quinzena dos Realizadores com o curta de animação “A menina e o pote” e Eryk Rocha e Gabriela Carneiro levam “A queda do céu” para a Quinzena dos Cineastas. Um filme sobre o presidente Lula também está sendo exibido, mas conta com a direção do cineasta norte-americano Oliver Stone.

Não é a primeira vez que o Brasil se destaca dentro da competição. O filme “O pagador de promessas”, de Anselmo Duarte, conquistou o Palma de Ouro em 1962. Esse longa conta a história de Zé do Burro, um homem que enfrenta a intransigência da Igreja por buscar cumprir uma promessa feita em um terreiro de Candomblé e carregar uma cruz de madeira por um grande percurso. A história é inclusive baseada em uma peça teatral de Dias Gomes. Em 1969, Glauber Rocha venceu o prêmio de Melhor Diretor no festival com “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, e Fernanda Torres também já foi reconhecida por sua atuação no festival, tendo ganhado como a Melhor Interpretação Feminina e sendo a primeira atriz brasileira a ganhar esse prestígio internacional. As vitórias mais recentes foram de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que ganharam o Prêmio do Júri por “Bacurau” em 2019, e “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, de Karim Aïnouz, que venceu o prêmio de melhor filme na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2019. 

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O júri do Festival de Cannes 2024 é presidido por Greta Gerwig (diretora de “Barbie”, “Mulherzinhas” e “Lady bird”), sendo a segunda vez na história do festival que uma mulher ocupa esse espaço. Em entrevista sobre o festival, a diretora afirmou: “Eu amo filmes – amo fazê-los, amo assisti-los, amo falar sobre eles. Como cinéfila, Cannes sempre foi a epítome do cinema como linguagem universal… estar naquela posição de vulnerabilidade, em uma sala lotada de estranhos, assistindo a um filme novo, é minha sensação preferida”. Entre os destaques da premiação deste ano, estão “Megalopolis” de Francis Ford Coppola e “Kinds of kindness” de Yorgos Lanthimos. 

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Saiba mais sobre os filmes exibidos no Festival de Cannes:

“Motel destino”, de Karim Aïnouz

Motel Destino (Foto: Divulgação)

O filme “Motel Destino” conta a história de uma mulher que está em um relacionamento abusivo com um ex-policial, dono de um motel, e que vê a sua vida se transformar depois de um encontro com um jovem que acabou de sair de uma instituição socioeducativa na qual cumpria pena. O diretor traz como inspiração para o filme o cinema noir, misturando suspense, perigo, crime e aventura. A obra está sendo elogiada por desafiar o conservadorismo no Brasil e coloca o Ceará em cena, em um Brasil após a pandemia de Covid-19. 

“Baby”, de Marcelo Caetano

Baby (Foto: Divulgação)

O segundo longa de Marcelo Caetano está concorrendo justamente na mostra que reúne sete filmes de diretores que estão entre o seu primeiro ou segundo filme. Foram mais de mil inscritos nessa categoria, e o diretor de “Corpo elétrico” conseguiu ser selecionado com uma obra em que se volta sobre a relação intensa entre dois personagens. Wellington, depois de ter sido liberado de um centro de detenção pra jovens, se vê perdido pelas ruas de São Paulo até que, durante uma visita a um cinema pornô, conhece Ronaldo, um garoto de programa.

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“Amarela”, de André Hayato Saito

Amarela (Foto: Divulgação)

O curta-metragem “Amarela” concorre ao Palma de Ouro dessa categoria com a história de uma adolescente nipo-brasileira. O curta acompanha a personagem Erika Oguihara que, tendo crescido cercada das tradições japonesas de sua família, se vê ansiosa para comemorar um título mundial de futebol pelo Brasil em 1998 – abordando, então, questões de identidade e pertencimento.

“A Menina e o Pote”, de Valentina Homem

A Menina e o Pote (Foto: Divulgação)

A mostra paralela Quinzena dos Realizadores tem como participantes a animação “A Menina e o Pote”, de Valentina Homem. O filme foi pensado a partir de um conto escrito pela diretora, em 2012, que tratava de uma tentativa de traduzir as experiências do início da vida adulta – e que agora é adaptado, por ela, para o cinema. 

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“A queda do céu”, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro

A queda do céu (Foto: Divulgação)

“A queda do céu” tem o papel de levar parte da história dos yanomamis para o Festival de Cannes, servindo como um alerta diante das ameaças que rondam a Amazônia. O documentário tem como base para produção o livro escrito pelo antropólogo francês Bruce Albert e o líder yanomami Davi Kopenawa, mas dessa vez se volta para um dos rituais mais importantes dos yanomami, um “reahu”. 

“Lula”, de Oliver Stone

Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

“Lula”, de Oliver Stone, teve estreia na mostra de Sessões Especiais, fora da competição do Festival de Cannes. O documentário traz um retrato íntimo do Presidente Luiz Inácio da Silva, o Lula, a partir de entrevistas com o presidente e materiais reunidos pela imprensa ao longo da Operação Lava Jato. O diretor aborda a trajetória do presidente, que teve ascensão no movimento sindicalista e chegou ao mundo da política mesmo vindo de família pobre. 

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