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Mayra Itaborahy canta seu samba-bossa-nova nesta quinta, com participações locais

mayra capa
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Sim, “Ô sorte!” de ter nascido em uma família de músicos e, por isso, aos 7 anos ter começado a aprender violão nesse convívio diário com tanta gente boa. Seu bisavô, por exemplo, Oscar Itaborahy, foi professor de música de Ary Barroso. Mas o brilho dela é próprio, a intuição e afinidade com a música são presença de espírito que carrega em si mesma, nos cachos que descem desenhando as músicas que compõe. Mayra Itaborahy, apesar de nascida aqui, desde os 19 anos não se apresenta em Juiz de Fora, a última vez conta que tocou no Bon Vivant. Mas nesta quinta-feira, 20, retorna para o concerto de seu último disco “Quem convidou”, no Café Muzik, às 20h30. Uma noite com participações conterrâneas de Roger Resende, Mamão e Ronaldo Itaborahy.

Para quem gosta de bossa, o abre-alas do álbum “Quem convidou” (2016) é puro deleite. A canção otimista é a cara do Rio de Janeiro, lugar que elegeu para viver. Imagino-a de cabelos aos vento, vestidos soltos, sandália baixa, sorriso no rosto e a música entrelaçada nos fatos corriqueiros que soam notas e acordes de música brasileira. “Tô fora”, faixa n° 2, feita em parceria com Edmundo Guedes, tem letra que chega até ao ‘Calango da Lacraia’ de Luiz Gonzaga, ao mesmo tempo em que cita expressões totalmente populares “o meu angu só tem caroço, eu sou carne de pescoço, osso duro de roer”.

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Quem foi que convidou?

A faixa-título do álbum é a hora que ela se coloca ainda mais em seu lugar de fala, impõe respeito e mostra quem é. “Quem manda aqui sou eu, procure o seu lugar, dê meia volta, se retire e nem se atreva a voltar”. Ao mesmo tempo em que com um chorinho, canção e carinhos, ela parece abrir facilmente sua casa, deixando a razão de lado. Tem percussão gostosa de samba acompanhada de solo de flauta, em nuances que despertam aconchego e vontade de sambar bem de levinho. Os arranjos são todos assinados pelo Guto Wirtti, fora a última faixa, uma composição dos juiz-foranos Rodrigo Barbosa e Ronaldo Itaborahy, seu tio. Em “Último juízo”, Diogo Martins é o arranjador, além disso, ele é o atual violonista que acompanha a banda de Mayra que virá a Juiz de Fora. Essa formação também carrega o baixista Rodrigo Ferreira, o saxofonista e flautista Samuel de Oliveira e o Felipe Tauil, percussionista. Já a banda de gravação do disco tem David Feldman no piano, Eduardo Neves na flauta, o Guto no baixo e o Marcelo Costa na bateria, no entanto essa reunião aconteceu exclusivamente para o disco e seu show de lançamento.

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O trabalho foi todo gravado de maneira independente, sem apoio de selo ou gravadora, e Mayra lançou um financiamento coletivo, através da plataforma Benfeitoria, para custear as etapas de finalização desse processo. Desde os 8 anos, a compositora já criava suas primeiras músicas junto ao pai, Cezar Itaborahy, e saiu cedo de Juiz de Fora para morar em Vitória (ES), além de ter vivido pelo Rio de Janeiro em alguns momentos de sua vida. Mas foi em 2014, quando decidiu fazer uma série de cursos na Escola Portátil de Música, que foi de vez morar nessa cidade natural da música que te encanta e faz criar. No show desta quinta, também entraram para o repertório Edu Lobo, Chico Buarque, Aldir Blanc e Geraldo Pereira, sambista e compositor brasileiro também nascido em Juiz de Fora.

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