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Funalfa prepara editais do Teatro Paschoal e da Lei Murilo Mendes

romulo veiga corredor cultural
Entre as várias frentes culturais pretendidas para a cidade, Rômulo Veiga quer fomentar o desenvolvimento de games em Juiz de Fora (Foto: Leonardo Costa)
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Até 17 de maio, a Funalfa divulga as atrações do Corredor Cultural, que este ano acontece entre os dias 25 e 27 de maio em diversos pontos da cidade para comemorar os 168 anos de Juiz de Fora. “Assim que tivermos a programação fechada, faremos o anúncio e uma coletiva para divulgar os detalhes do evento”, adianta o superintendente da Funalfa Rômulo Veiga, em entrevista à Tribuna.

Este ano, os artistas e produtores culturais têm até o próximo dia 30 para enviarem suas propostas. O edital de participação no Corredor Cultural foi o primeiro de um do total de três que a Funalfa discutiu com o Conselho Municipal de Cultura nas últimas semanas, e a expectativa é que outros dois sejam publicados em breve. Um deles é o de apoio financeiro a eventos culturais, novidade em Juiz de Fora, e o outro é o aguardado edital de ocupação do Teatro Paschoal Carlos Magno, inaugurado em março e que já recebeu alguns eventos, como o I Encontro Sala de Giz de Teatro e Poéticas do Corpo e show do cantor e compositor Thiago Miranda.

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“Um mês e duas semanas não são suficientes para saber todas as questões referentes ao teatro, mas há toda uma curva de aprendizado em que pudemos avaliar vários pontos, como questões operacionais e valor do ingresso. O Sala de Giz foi muito interessante, por exemplo, porque alguns espetáculos utilizaram o formato de teatro de arena, que não estava na proposta inicial do espaço, tivemos o show do Thiago Miranda também. Mas é preciso mais tempo para entender o teatro e saber qual será o melhor modelo de gestão”, justifica Rômulo sobre edital ainda não definido do Teatro Paschoal.

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Além dos três editais citados, outro que pode não demorar a sair é o da Lei Murilo Mendes, previsto para ser publicado no final de 2017 mas que foi adiado, com previsão inicial para março deste ano. Ainda de acordo com Rômulo Veiga, o decreto de lei aguarda a assinatura do prefeito Antônio Almas – o que vai permitir o lançamento do edital. “O decreto tem mudanças substanciais em relação aos anos anteriores, e vamos explicá-las assim que o edital for disponibilizado”, disse.

Trabalho dobrado

Todas essas ações acontecem num momento em que Rômulo precisa dividir as atenções da Funalfa com o comando interino da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Seddetur), pela qual está responsável desde a última semana. “Muitas ações da Seddetur já estavam sendo debatidas com (o antecessor) João Mattos, e um dos motivos para minha nomeação é que já participava de alguma forma de parte delas. Vou permanecer na pasta até o prefeito encontrar um nome de peso, estratégico, para o cargo, que consiga, assim como o João, ter boa articulação com os setores econômicos da cidade.”

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Com o trabalho dobrado, Rômulo diz que foi preciso delegar aos chefes de departamento decisões a respeito de algumas questões de ordem prática. “Não é preciso da minha tutoria o tempo todo, e tenho confiança na nossa equipe. Muitos estão ali há mais tempo que eu, são competentes”, elogia.

A cultura no centro das políticas públicas

Dentre os compromissos que necessitam de sua presença, ele destaca a participação no último dia 10, em São Paulo, do encontro “Rede Juntos Cultura”, que contou com a presença do titular do Ministério da Cultura (MinC), Sérgio Sá Leitão, de secretários de cultura – ou seus equivalentes – de cidades como Niterói e Paraty (RJ), Campinas (SP), Salvador (BA), Teresina (PI) e Petrolina (PE), artistas e gestores culturais. Na ocasião, assistiram a palestras e puderam trocar experiências de projetos realizados ou em idealização, além de terem discutido políticas públicas para o setor.

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“Uma das ideias do encontro era que elencássemos projetos culturais que possam receber apoio econômico por várias formas, e nisso contamos com o apoio do ministro Sérgio Sá Leitão, inclusive no que tange a possibilidade de repasse por emendas parlamentares”, explica. “No Brasil, incentiva-se muito o consumo de bens, e pouca atenção se dá ao consumo de experiências, onde entram os produtos culturais, sendo que o fomento a essas atividades pode dar um retorno maior que o da indústria automobilística, por exemplo.”

Rômulo acrescenta que o prefeito Antônio Almas solicitou que se incentive ainda mais o consumo de eventos culturais e suas realizações. “É importante que Juiz de Fora não tenhas apenas vocação econômica na área de serviços ou de indústria, mas também na cultura, saúde, educação. A cultura precisa estar no centro das políticas públicas”, afirmou.

Games e a cultura

Por causa disso, um dos projetos que Rômulo levou ao evento em São Paulo faz parte de um setor cada vez mais ligado à cultura: o incentivo ao desenvolvimento de jogos eletrônicos criados no município, sejam eles para desktops ou dispositivos móveis. “Desde 2013, o desenvolvimento de jogos eletrônicos foi colocado nas Políticas Públicas do Audiovisual, o que inclui a Ancine e o Fundo Setorial do Audiovisual. É um projeto de médio a longo prazo, ainda em fase inicial, mas que se justifica se lembrarmos que o Brasil é o quarto maior consumidor de jogos eletrônicos do mundo, mas apenas o 13º na industrialização.”

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Para justificar o investimento na iniciativa, o superintendente da Funalfa destaca que os jogos eletrônicos bebem de toda uma cadeia cultural e que podem dar retorno mesmo a partir de um enfoque específico. “Um exemplo é o jogo ‘The Witcher’, que recebeu financiamento de US$ 7 milhões do governo polonês para incentivar a difusão do folclore do país, e que havia arrecadado cerca de US$ 250 milhões até o início de 2017. Não quero dizer que faremos algo parecido, mas estamos conversando com setores do governo municipal, da UFJF e a Abragames (Associação Brasileira das Empresas Desenvolvedoras de Jogos Digitais) sobre a viabilidade do fomento para o município.”

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