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Quinteto juiz-forano Blend 87 lança primeiro álbum

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(Foto: divulgação)
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Ao encontrar com três quintos do Blend 87 (a vocalista Bruna Marlière, o tecladista Vinicius Steinbach e o guitarrista Renato da Lapa; o baterista Nathan Itaborahy e o baixista Douglas Poerner não puderam comparecer) na manhã da última segunda-feira para conversar sobre “Concebido por acaso na Terra”, álbum de estreia da banda juiz-forana, o bate-papo inicial foi marcado pelas amenidades típicas do momento, descambando para discussões sobre reality shows de culinária. E poderia ter se desenrolado assim pelo resto da manhã, pois jogar conversa fora (no bom sentido da palavra) é com os dois rapazes e a moça, além da produtora Lara Romano.

Mas o disquinho prateado está na ordem do dia, é bom de se ouvir, então o trio da entrevista também está mais que animado para falar a respeito do trabalho, lançado por meio da Lei Murilo Mendes e que pode ser encontrado tanto no formato físico quanto nas plataformas digitais (Spotify, Deezer etc.). É o ponto mais alto de uma trajetória que começou nos idos de 2012, quando Bruna, Douglas, Vinicus, Renato e Daniel Guimarães (que depois partiu para outro projeto, o Bartok) se reuniram para gravar “There’s a place” em um projeto de tributo aos Beatles. Como lembra Vinicius Steinbach, todos eles já haviam trabalhado em diversos projetos, seja em dupla ou trios, quando decidiram formar o quinteto. “Surgiu com uma ideia musical diferente, com pessoas com visões musicais diferentes, mas com um núcleo em comum muito forte”, define. “Quando nos reunimos, já havia essas composições represadas, e a entrada do Nathan foi significativa porque ele é um grande compositor e deu o tempero e maturidade que faltavam à banda.”

Daí foi questão de ensaiar, subir ao palco e, aos poucos, trocar o repertório calcado, em sua maioria, em versões alheias por uma produção autoral em que os cinco integrantes (já com Nathan na bateria) apresentam suas próprias composições, dando unidade e liga a “Concebido por acaso na Terra”, que foi gravado durante seis dias de outubro de 2016 no estúdio Versão Acústica, em São João Nepomuceno, sob a batuta do produtor Nando Costa.

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Testando todas as possibilidades

A banda passou quatro meses antes da gravação definitiva, preparando nada menos que 33 canções, no que Vinicius define como “dez discos possíveis” a serem gravados. As músicas foram então ouvidas com Nando, e daí foram definidas as 11 que compõem o álbum, que passaram por pequenas modificações a partir de ideias da própria banda e também do produtor. Era acordar de manhã, ir para o estúdio e gravar até a madrugada. O disco tem, ainda, a participação especial de Emmerson Nogueira, que tocou viola caipira em “Possibilidade”.

“Já conhecia o Nando de gravações com outros artistas e sabia que ele era a pessoa certa para a banda. Quando conseguimos, todos viram que era o melhor que poderíamos ter feito”, elogia Renato da Lapa. “Ele respeitou nosso estilo. Exigiu muito de mim nas gravações, me levou a um limite que não sabia que conseguiria”, acrescenta Vinicius. “O Nando tem uma capacidade de captar nosso sentimento, os detalhes que fazem toda a diferença”, opina Bruna.

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Tantas cabeças pensantes ajudam, na opinião de Bruna Marlière, a dar à Blend 87 uma personalidade própria. “Essa diversidade pode parecer uma dificuldade para muitos, mas acaba nos fortalecendo. Nossa síntese musical vem da união de estilos, ideias, e o resultado é um som com a nossa cara”, afirma. “O coletivo é isso: abrir mão de algumas coisas que não combinam com a banda, mas servem para outros projetos”, emenda Vinicius. “Cada um se realiza em outros projeto também, e vê o que pode funcionar com a Blend. Não trabalhamos como banda ‘fechada’.”

Videoclipe na web e show à vista

Além do lançamento do álbum, a Blend 87 aproveitou para colocar na rede o videoclipe da canção “De vagar”, que faz parte de “Concebido por acaso na Terra”. Com direção de Natália Elmôr, ele foi lançado no último dia 1º e gravado no esquema bom, bonito e barato. O registro, em plano-sequência, foi feito em 14 de outubro entre o Cine-Theatro Central até a esquina da Rua Halfeld com a Avenida Rio Branco e conta – além da banda – com a participação de amigos e parentes dos integrantes da Blend 87 – incluindo Francisco, filho de Vinícius, que teve um trecho da música feita em sua homenagem dando o título do álbum. No total, foram cinco takes até banda e diretora ficarem satisfeitos com o resultado.

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“A gente tinha a necessidade de fazer um videoclipe, mas estávamos sem tempo e dinheiro. Tivemos essa ideia e fomos para o calçadão com amigos e parentes, além da diretora, explica Renato da Lapa. “O vídeo é fruto dessa coletividade, todo mundo colocando sua energia positiva nesse trabalho. A Blend 87 é sincera e verdadeira o tempo todo, e o videoclipe mostra isso”, afirma Vinicius.

Por fim, é hora de fazer o disco girar e a banda tocar, tocar e tocar, indo além dos limites da cidade. O primeiro passo é o show de lançamento do disco, marcado para 9 de dezembro no Museu Ferroviário. Depois, pegar a estrada e ver o que dá. “Nisso as plataformas digitais são muito importantes para divulgar nosso som. Tem uma galera do Rio, São Paulo, Nordeste, Região Norte que não conhecemos mas curtem o nosso trabalho”, diz Renato.

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