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Espetáculo híbrido ‘Uma bicha, Um preto, Uma mulher’ estreia nesta quarta-feira

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Espetáculo “Uma bicha, Um preto, Uma mulher” tem criação de Letícia Nabuco, Nino de Barros e Vanderson Silva (Foto: Marcella Calixto)
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O espetáculo “Uma bicha, Um preto, Uma mulher” chega ao Teatro Paschoal Carlos Magno, nesta quarta-feira (18), para a primeira apresentação. Mesclando teatro e dança contemporânea, a iniciativa híbrida de Letícia Nabuco, Nino de Barros e Vanderson Silva aborda questões estruturais de racismo, machismo e LGBTQIAPN+fobia na sociedade. Além dos três, a compositora Laura Jannuzzi assina a trilha sonora original do espetáculo, que é executada ao vivo. O público pode conferir essa e as outras apresentações, que acontecem nos dias 25 e 26 de setembro e 3 de outubro, às 20h, de forma gratuita. A classificação indicativa é 16 anos.

O projeto do Diversão e Arte Espaço Cultural foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo e, além das apresentações, também promove um debate sobre questões de gênero, sexualidade e raça, com a participação de representantes dos coletivos 8M, Movimento Negro Unificado JF e Conselho Municipal LGBTQI+ de Juiz de Fora. Como conta a diretora artística Letícia Nabuco, a ideia surgiu da vontade dos participantes em unirem forças para contarem sobre essas vivências, que têm suas especificidades e sofrem a violência social de formas diversas. 

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A importância de usar essa linguagem artística para falar sobre esses temas e apresentar em público as vivências desses corpos, para ela, é central. “Todas as maneiras de a gente se expressar, dentro do que a gente vive e pensa sobre o mundo são válidas. Mas a linguagem artística pode tocar as pessoas para além do que é racional, então, podemos chegar em lugares diferentes”, afirma. Como destaca, a vontade dos envolvidos era trazer esses temas de forma mais pessoal, e não por um viés pedagógico. A estreia e o debate também contam com tradução simultânea em Libras, e as duas apresentações seguintes vão ter rodas de conversa sobre o processo de criação (sendo a primeira dessas sessões também acompanhada por tradução simultânea em Libras). 

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Para conseguir o resultado desejado, a apresentação usa toda uma gama de recursos poéticos e artísticos para falar sobre os aspectos individuais e gerais que envolvem essas questões.  “Existem pessoas com suas individualidades, mas que dividem experiências comuns também. Quando falamos em uma bicha, um preto e uma mulher, estamos falando dos grupos aos quais  essas pessoas pertencem, mas também das nossas experiências pessoais”, conta. O resultado, como ela destaca, não é de  um espetáculo fácil ou que traga conforto para o público. “É um espetáculo que exige do público. Essas características da vida de pessoas que estão dentro de agrupamentos são trazidas na dramaturgia, não só nas temáticas. Os desconfortos, os constrangimentos, os esforços, os fracassos – de alguma maneira isso está colocado”, afirma. 

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