As músicas dos álbuns “Clube da Esquina” (1972) e “Clube da Esquina 2” (1978) ajudam a contar muitas histórias. Mais que isso. Chamam as pessoas para embarcar em uma busca pela valorização do estar junto, do passar pela vida de outras pessoas. Mesmo antes que as cortinas vermelhas do palco nonagenário do Cine-Theatro Central se abrissem, na noite do sábado (16), havia muitas vidas atravessadas pela sonoridade singular das duas obras fundidas em uma seleção e profundamente conectadas com as imagens cinematográficas costuradas pelas canções.
Aguardando o primeiro show da turnê internacional “Clube da Esquina” – mineiríssima, porque o bairrismo aqui é inevitável – , uma moça contava que conheceu a voz de Milton pela irmã mais velha. A relação delas, assim como a vida da mulher, foram fortemente marcadas pelas composições daquele grupo de jovens, que da esquina entre as Ruas Divinópolis e Paraisópolis, no boêmio Bairro Santa Tereza, na capital Belo Horizonte, criaram pontes entre Minas e o mundo. A moça se encontrou com Milton em algum dos seus caminhos. Contava que estava de passagem, quando o viu e o reconheceu, sentou ao seu lado e conversou com o ídolo. Relatou que apesar de tímido e contido, o músico foi muito simpático e retribuiu o carinho que ela foi levar para ele. Ela teve a oportunidade de dizer a Bituca que ele é a voz de Minas Gerais, algo que talvez todo o teatro, lotado, tivesse vontade de dizer, e disse. Embora ele, humildemente, tenha rebatido, dizendo que não era tudo isso. Confira na íntegra a matéria, clicando abaixo: