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Mamm recebe lançamento de livro que discute ativismo no meio digital

netativismo
Massimo
Sociólogo pela Universidade La Sapienza de Roma, Massimo Di Felice é fundador do Centro de Pesquisa Internacional sobre Redes Digitais Atopos da USP, diretor científico do Instituto Italiano de Altos Estudos em Toposofia e coordenador de um observatório internacional sobre net-ativismo. (Foto: Divulgação)
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As dimensões contemporâneas resultantes de um conjunto de interações entre atores humanos e não-humanos são o tema central do livro “Net-ativismo – da ação social para o ato conectivo”, que será lançado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Massimo Di Felice, no Museu de Arte Murilo Mendes, na próxima segunda-feira (20), às 18h30. O evento, composto de palestra e debate, é aberto ao público e introduz o curso que autor ministrará na Faculdade de Letras da UFJF entre terça e sexta-feira, intitulado “Ecologias digitais: a ideia de comunicação e a qualidade das interações na época da conectividade”. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Facebook.

Em seus estudos, Massimo descreve que os movimentos de ativismo na internet são expressões de um novo tipo de ação social, não mais direcionadas ao externo, nem apenas resultantes de práticas provocadas por um condicionamento informativo ou técnico. Na última década, o país e o mundo passaram a conhecer grupos nativamente digitais, voltados para o ativismo na rede, como Mídia Ninja e Movimento Brasil Livre (MBL), e a conviver com a articulação de diversos cidadãos em prol de causas relevantes à sociedade, como hashtag #meuprimeiroassédio, com o objetivo de denunciar um caso de abuso sofrido por mulheres.

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Essas interações diversas e complexas, que acabam por impactar a produção jornalística na rede, são denominadas pelo autor de net-ativismo. Elas exprimem não somente o conjunto de interações colaborativas que resultam na sinergia entre atores de diversas naturezas, humanos ou não, mas também a comum condição digital que antecede e forma esses circuitos de informação, apresentando-se como a constituição de um novo tipo de ecologia, não mais separatista e opositiva, mas portadora de uma comum dimensão que a torna conectiva.

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Ecologias comunicativas

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O livro está dividido em quatro partes. A primeira, “As ecologias comunicativas”, trabalha tópicos para além das formas sociais da participação e o que o autor considera por ecologia da interação. Na segunda,  intitulada “As ecologias comunicativas sociais”, Massimo Di Felice discorre também sobre as democracias eletrônicas, comuns nas redes sociais. Na terceira parte, o autor aborda “As ecologias comunicativas da colaboração sócio-técnica”, na qual versa sobre a origem e o desenvolvimento do net-ativismo e as dimensões ecológicas do agir das redes digitais. Para concluir, o último capítulo traz uma abordagem sobre “As ecologias comunicativas transorgânicas”, ou seja, nem humanas, nem tecnológicas.

Na visão do autor, após a difusão das redes digitais, eclodiu uma infinidade de informações em tempo real na web. Essa ação gerou uma comunicação generalizada que tornou possível o constante monitoramento do impacto das atividades humanas nas mais diferentes esferas, sejam elas digitais ou reais. O resultado foi a tomada de consciência dos limites da ação humana e de sua estreita dependência de elementos e estruturas não humanas, como as redes sociais. Com isso, o ambiente, até agora considerado externo e circundante, transformado em informações e fluxos de dados, tornou-se comunicante, distribuindo dados em rede capazes de informar em tempo real sobre alterações provocadas no território.

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Para o professor, a democracia representativa parlamentar, como a conhecemos, deve ser aperfeiçoada, entendendo as tecnologias digitais como grande ecologia de participação contemporânea. As práticas colaborativas e as ações conflituosas, o ativismo e a sustentabilidade, os protestos e os atentados terroristas, não são apenas uma nova instância da esfera pública, âmbito no qual a sociedade civil confronta e debate seus anseios para reivindicá-los a estados e governos. Atualmente, partidos políticos e movimentos sociais tentam monopolizar o anseio legítimo da população, direcionando-os para conteúdos que tentam manipular a vontade ou a pauta de manifestação. São formas de participação difundidas em redes digitais que compõem uma arquitetura comunicativa ao conectar pessoas, dispositivos, dados e lugares.

 

Massimo Di Felice

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Sociólogo pela Universidade La Sapienza de Roma, o italiano Massimo Di Felice é fundador do Centro de Pesquisa Internacional sobre Redes Digitais Atopos da USP, diretor científico do Instituto Italiano de Altos Estudos em Toposofia e coordenador de um observatório internacional sobre net-ativismo. Foi professor visitante das universidades Paris V Sorbonne, Paul-Valery de Montpellier, Roma III, Córdoba e Lusófona do Porto. Seu livro “Paisagens pós-urbanas – o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar” foi publicado em cinco idiomas.

 

Lançamento
Net-ativismo – da ação social para o ato conectivo (Massimo Di Felice)
Segunda (20), às 18h30, no Museu de Arte Murilo Mendes (Rua Benjamin Constant, 790)

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Curso Ecologias Digitais –  com o Professor Massimo Di Felice (USP) 
De 21 a 24 de novembro, das 18h às 21h, na Faculdade de Letras (Campus da UFJF)
Inscrições são gratuitas pelo Facebook.

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