As “pequenas coisas” das quais o cineasta Marcos Pimentel tanto fala ganharam um grande espaço na noite do último domingo (15) no Festival do Rio. “A parte do mundo que me pertence” ganhou o troféu Redentor na categoria melhor longa-metragem da mostra Première Brasil: Novos Rumos. Além do troféu, o longa recebeu o Prêmio Petrobras de Distribuição, que garante a exibição do filme em salas de cinema por todo o país.
Em seu discurso de agradecimento, Marcos, que é diretor e um dos roteiristas do filme, exalta a simplicidade na construção do mesmo: “No dia da abertura, na primeira exibição do filme, eu falei que estava muito feliz por ter conseguido colocar na imensa tela do Festival do Rio um filme pequeno, porque, apesar de ser um longa-metragem, meu filme é de pequenas dimensões, feito de uma forma extremamente simples e artesanal e que fala de coisas muito simples também. Isso comprova o poder de transcendência da simplicidade das pequenas coisas”.
O filme retrata os sonhos e os desejos triviais de pessoas comuns. “Ganhar um prêmio como esse por um filme feito sobre sonhos e desejos, que são essas coisas que a gente tem dentro da gente, e que ninguém rouba… Estamos vivendo um momento complicado no país, onde está voltando uma série de coisas que a gente achou que não ia precisar encarar mais; conservadorismo extremo, censura, machismo, golpe, uma série de coisas terríveis acontecendo, mas esses caras que estão no poder não vão conseguir arrancar o que a gente tem aqui dentro, ninguém tira. Eles não vão levar nossos sonhos de jeito nenhum.”
Ainda sem data para ser exibido nas salas de cinema, “A parte do mundo que me pertence” cumpre a carreira por festivais brasileiros. A próxima parada é em Juiz de Fora, no festival Primeiro Plano, que será realizado no Alameda. O filme será exibido no próximo dia 28, às 18h.