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Beco, novo espaço cultural de JF, abre neste final de semana

BECO by natalia elmordestacada
Beco
Beco teve uma movimentada pré-inauguração na última sexta-feira (Foto: Natália Elmôr/Divulgação)
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A vila esconde o beco, entremeado de outras construções, inclusive um galpão enorme que já foi cenário de outras histórias. A verdade é que o Beco – com letra maiúscula por se tratar, agora, de um novo espaço cultural de Juiz de Fora – é gerado a partir também de histórias, construídas em outros pontos da cidade. A junção do Uthopia, d’OAndarDeBaixo, da cozinha e da cervejaria do São Bartolomeu formam essa nova casa, às margens do Rio Paraibuna. Nas vésperas de oficialmente abrir, o lugar ainda passa por reforma e adaptações, mas já é possível ver, em cada detalhe, um pouco de cada uma dessas outras casas.
Por que Beco? “Por ele ser o que é. Quando viemos para cá, começamos as obras e tínhamos que dar referência, a gente sempre respondia e todo mundo entendia: é naquele beco do lado do Sayonara. Pronto”, respondeu Guilherme Imbroisi, que tocava o Uthopia no São Pedro. O novo bar-balada-teatro-restaurante abre suas portas nesta sexta-feira (19), com Roça Nova e Mauloa. No sábado (20), é a vez de Muvuka e Gabrielacaju. Já no domingo (21), à tarde, tem roda de samba com Carlos Fernando, que convida Mamão, e forró com o grupo Sagarana, além de discotecagem com DJ Kalango.
Uma fábrica de roupas de crochê deu lugar ao Beco. Depois de Guilherme tentar e insistir em lives logo no começo da pandemia, viu que era hora de fechar as portas do Uthopia e passar o espaço. Subiu, então, a serra de Ibitipoca para respirar novos ares e acalmar a agitação da produção cultural – mesmo que com algumas saídas para idealizar um negócio e outros eventos. Lá mesmo encontrou a responsável pela antiga fábrica, que passou por situação parecida de ver um negócio acabar – ou quase – e logo sugeriu a ele ir ver o espaço. O lugar, sendo maior que o que abrigava o Uthopia, dava margem para ampliar, também, sua ideia. Dito e feito.

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Junção de vertentes de possibilidades

Desde que entrou no espaço, ainda sem o Beco na cabeça, Guilherme sabia que precisaria de parceiros para lançar um empreendimento ali. O São Bartolomeu já era amigo da casa e preencheria a lacuna da gastronomia. Já OAndarDeBaixo entrou na parceria por uma coincidência – assim como muitas coisas desse projeto. Mas teve um casamento de ideias e vontades. Agora, é a parte da experimentação, de ver na prática como isso funciona. Uma amostra já foi sentida na última sexta-feira (12), com show de lançamento de Laura Conceição. Nessa noite, de acordo com Guilherme, já foi possível entender para onde a casa vai caminhando. E as ideias também não param de surgir. “É um tempo de experimentação, tanto nosso quanto do público e das pessoas que trabalham aqui. É um processo que, a cada dia, a gente vai desenvolvendo.”
Foram necessários seis meses de obras para transformar a fábrica em um espaço que conseguisse abrigar shows, cozinha, espaços internos e externos, assim como jeitos e lugares para criar novas possibilidades de produção cultural. É como um centro cultural, sendo que essa sempre foi a vontade de Guilherme que, no entanto, quando tinha o Uthopia, não conseguia pensar em outras coisas para além da grade de shows e do funcionamento de todas as burocracias que envolvem isso. Com OAndarDeBaixo, vai ser possível pensar em oficinas, dias para peças teatrais; com o São Bartolomeu, em um cardápio mais amplo; “e o que mais der na telha nessa bagunça”, diz Guilherme. “Isso não é o fim do Uthopia. Eu penso que, na verdade, a casinha cresceu e ganhou novos membros”, continua. Ter um nome novo foi necessário para mostrar que é, sim, um novo lugar, com outra capacidade e proposta, apesar das continuidades. É importante para que não haja comparações e dê contexto de criação para as novas histórias que vão surgir por ali.
Guilherme acredita que, com essa união, é possível fazer crescer a cena cultural da cidade: juntar as propostas para preparar o terreno de Juiz de Fora para as bandas e, com isso, para os próprios artistas para conquistarem novos lugares, até unindo o teatro com as apresentações musicais, desde a preparação para os shows até a hora do ato. Também faz parte do processo a boa vizinhança. Nesse endereço, quem está em volta também será atraído, para além da população universitária que, majoritariamente, frequentava o Uthopia, e os artistas, principalmente, do teatro que iam a’OAndarDeBaixo. Ou seja: é uma forma de ampliar o acesso a essa cultura.
A casa foi pensada de maneira a impedir o vazamento de qualquer barulho. Aquela atmosfera que a porta com isolamento acústico propunha no Uthopia, de parecer estar em um outro lugar, fora da cidade, como dentro de uma bolha, eles quiseram manter no Beco. Assim como a desconfiança e curiosidade de passar por um corredor sem saber o que vem à frente. Segundo Guilherme, “o Beco é a saída” porque as possibilidades são várias e, inclusive, podem variar a depender da hora e do dia.

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