Dizer que “a união faz a força” é tão batido quanto andar para frente, dizer que o que cai em pé e corre deitado é a chuva e outros tantos lugares-comuns que seriam capazes de preencher uma página inteira. Mas é inegável que a união é uma das forças que fazem a roda do cenário local continuar girando, resultando em projetos como o “Rise together festival”, que acontece neste domingo, a partir das 16h, no Galpão Lounge e Bar, com a presença de cinco bandas: as pratas da casa Usversus, Obey!, Smouke e Shaver, além dos cariocas do Stereophant.
O festival é fruto de outra iniciativa dos integrantes do Obey! e Usversus, que realizaram a “Rise together tour” inspirados por um projeto semelhante de três bandas (a mineira Pense e as paulistas Manuel e Same Flann Choice) que passou por Juiz de Fora. Com isso, eles pegaram a estrada e tocaram em várias cidades da Região Sudeste, a mais recente sendo Leopoldina. Perceberam que poderiam também realizar algo parecido dentro de casa, convidando bandas locais e de outras cidades para promoverem não só um intercâmbio musical entre os artistas, mas também oferecer novas opções para o público. Foram três meses de preparação para o evento deste domingo.
Para o guitarrista Douglas Rodrigues, do Obey!, há diversas bandas locais trabalhando sério e correndo atrás para divulgar seus trabalhos, e que o “Rise together” quer mais é colocar o público para apreciar as músicas das bandas locais e convidadas. “A cena de Juiz de Fora tem melhorado bastante. Desde o início, bandas têm feito um som de qualidade, e as mais antigas estão cada vez mais se firmando no cenário nacional”, completa o parceiro de banda, o baixista Ge Alvarenga. Ele espera, ainda, que esse intercâmbio possa abrir portas para apresentações dos artistas em outras cidades do país.
As duas bandas estão afinadas, ainda, na questão que explica muito a disposição em tomar como delas a responsabilidade de organizar o evento, mesmo com cenário mais animador: a tarefa ainda árdua de conseguir levar para os shows um público que muitas vezes não conhece o trabalho dos artistas. “É difícil fazer com que o público pague para ver algo que ainda não conhece ou que ainda não esteja consagrado pela grande mídia. Creio que as pessoas desenvolveram preconceito em relação a festivais menores com bandas de rock devido a experiências em eventos em que, às vezes, colocaram no palco músicos despreparados, fazendo com que os shows fossem prejudicados”, argumenta o guitarrista Anderson Marques, da Usverus. “A partir daí, conseguir uma casa de shows para realizar um evento do tipo acaba sendo difícil, pois eles precisam de público e lucrar para sobreviver, então o valor da bilheteria se eleva para pagar as despesas e não ter prejuízo.”
Produzindo e tocando
Como um dos principais requisitos para participar do “Rise together festival” é ter material autoral, as bandas escaladas para o evento têm o que mostrar. O quarteto Shaver, por exemplo, apresenta o EP “Shaver ao vivo no Maquinaria”; os cariocas do Stereophant já lançaram um CD (“Correndo de encontro a tudo”), um single (“Vermelha”) e prepara o novo álbum; a Smouke lançou EP em 2011 e também está no processo de criação de um novo trabalho. Os quatro integrantes do Usversus gravam no estúdio Bioma o primeiro álbum do quarteto, que será o sucessor do mais recente trabalho, o EP “Seguindo em frente”. “Já trabalhamos em nove músicas e pretendemos lançar 14. Estamos gravando em nosso estúdio, onde o material será mixado e masterizado. Tocaremos uma boa quantidade dessas músicas novas no festival”, adianta Anderson.
Quem também prepara o lançamento do primeiro CD é o Obey!, que lançou há pouco mais de um mês o videoclipe de “Assim que vai ser”, música presente no último EP do grupo, “Tudo no seu lugar”. “Estamos no processo de pré-produção, e o álbum deve ser lançado em 2016”, conta Ge Alvarenga. “Desde o ‘Tudo no seu lugar’ que nossas músicas são produzidas por nós mesmos no “home studio” do Ge, nos garantindo maior liberdade na gravação e uma sonoridade mais próxima do que imaginamos”, acrescenta Douglas.
A participação no programa de TV, lembra, ainda rende pontos para o quinteto. “Depois do ‘Breakout’, percebemos que nossa imagem para o público tem melhorado. Fizemos vários contatos, abrimos muitas portas e recebemos o reconhecimento de muita gente. Foi uma experiência e tanto, ainda mais sabendo que foram quase sete mil bandas. Ser lembrado e elogiado até hoje é uma honra para nós”, encerra Ge Alvarenga.
RISE TOGETHER FESTIVAL
Neste domingo, às 16h
Galpão Lounge e Bar
(Av. Vereador Laudelino Schetino 16 – Democrata)