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Juiz de Fora sedia o festival ‘Dia de Rock’

rOCK LEANDRO MIRANDA
Esta é a segunda edição do festival de rock na cidade e seu objetivo é promover a cultura do gênero entre diferentes públicos (Foto: Leandro Miranda)
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O festival “Dia de Rock” acontece em Juiz de Fora, na Praça da Estação, neste sábado (17), a partir das 16h, e no domingo (18), a partir de meio-dia. O evento conta com shows de bandas de diversos locais do Brasil, incluindo shows do rock mineiro da Black Pantera e da banda punk rock Flicts, além de bandas da cidade que também estão inseridas dentro do contexto musical. O objetivo do evento é justamente levar o tema “Rock é resistência” adiante, valorizando a diversidade desse ritmo e apresentando músicas para as novas gerações. O festival conta com praça de alimentação diversa, a presença da cervejaria São Bartolomeu e uma loja de suvenir. Ele conta apoio da Claro, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e com apoio da Cervejaria São Bartolomeu, Jim Beam, Zine Cultural, Funalfa e Prefeitura de Juiz de Fora. 

É a segunda edição na cidade, sendo mais uma forma de, segundo os idealizadores, conseguir promover a cultura do rock entre diferentes públicos. Sobre o tema, o idealizador Daniel Moura explica que o ritmo já traz resistência desde sua origem, já que surgiu dentro de um contexto conservador e segregacionista para propor algo novo. “Foram das mãos de Rosetta Nubin, mais conhecida como Sister Rosetta Thaper, uma mulher negra que o Rock n’ Roll recebeu os seus primeiros acordes e, em pouco tempo, o gênero musical revolucionou o mundo, começou a quebrar paradigmas e se tornou um estilo de vida”, conta. Para ele, o rock é muito mais do que se imagina ou mesmo do que se pode definir facilmente. “É o grito da alma, é atitude, rebeldia, liberdade, é protesto”, continua.

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Seja nos anos 60 servindo como combustível para o desenvolvimento da cultura hippie em protesto contra a Guerra do Vietnã ou nos anos 80 mostrando ao mundo a situação da Irlanda ao coro de “Sunday Blood Sunday”, Moura deixa claro que o rock sempre está presente.  “Seja aos berros indignados de Zack de la Rocha, seja no contorcionismo de Chico Science que usou o gênero para misturar todos os ritmos brasileiros e mostrar um país que o Brasil não conhecia. O rock mantém nossos punhos cerrados e erguidos para protestar e resistir”, diz. Apesar disso, ele entende que com o passar dos anos o mercado comercial passou a exigir outros estilos mais convencionais, e que isso fez com que muitas pessoas pensassem que o rock morreu. Ele pensa o contrário. “Mal perceberam que o Rock expandiu e resiste como sempre. Pois o Rock é imortal porque consiste na essência humana de romper grilhões e buscarmos juntos um mundo melhor”, diz.

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Por isso, na programação do evento, vai estar o Black Pantera, que toca pela primeira vez em Juiz de Fora e vem de Uberaba (MG), sendo  formada pelos irmãos Charles Gama (na guitarra e vocal) e Chaene da Gama (no baixo e vocal) e Rodrigo Pancho (na bateria). O grupo é conhecido por trazer influências do heavy metal e por incorporar de forma potente o ativismo contra discriminações e injustiças sociais. A banda Flicts, por sua vez, é conhecida por ser  uma das maiores referências do punk rock nacional, representando o rock underground paulista. O grupo formado por Arthur, Rafael e Jeferson chega ao Dia de Rock para apresentar um repertório de luta, como o clássico disco “Canções de Batalha” (2003). Já no encerramento do evento, as bandas locais, Martiataka e Venice, ficam por conta de uma apresentação de “Beatles Vs Stones”, trazendo para os palcos uma das maiores “rivalidades” da música e cantando os clássicos das duas bandas. 

Valorização de músicos locais

Para pensar neste line-up, foi levado em conta que, de acordo com Moura, “Juiz de Fora tem uma cena do Rock muito forte e que precisa ser valorizada”. Por isso, as bandas que tocaram na primeira edição foram novamente convidadas para participar, podendo trazer para o festival a contribuição do que estão produzindo. De acordo com ele, é uma forma também de valorizar músicos locais e uma interação com os fãs de rock da cidade.

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Em sua visão, é importante que se somem experiências assim, trazendo sempre bandas locais e de fora. Da mesma forma, acredita que o festival deve abrir portas para quem está entrando nesse universo mais recentemente  “O festival está de portas abertas para as bandas que possuem trabalhos autorais, tanto as bandas com mais tempo de estrada, quanto aquelas que estão começando”, diz.

Novas gerações

Uma das grandes preocupações do festival, como explica Moura, é conseguir fazer com que o rock e todo o seu potencial possa sempre chegar a mais pessoas, seja onde estiverem. Por isso, também destaca que “o mais importante é atingir as novas gerações, fazendo com elas consumam e pratiquem todas as vertentes do gênero”. Ainda em sua visão, as bandas presentes devem “mostrar a diversidade da nova cena do rock nacional” e conversar com o tema da resistência, que ainda continua presente no rock e causando impactos na vida das pessoas.

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