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‘Tartaruga verde da cara rosada’ ganha nova edição

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‘Tartaruga verde da cara rosada’ costuma ser adotado nas escolas para se falar de conservação ambiental e do impacto humano na vida dos animais
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Neste ano, o livro infantil “Tartaruga verde da cara rosada”, lançado pela primeira vez, em 2009, ganha uma nova edição pela editora Bicho de Seda. Dessa vez, a obra, que na ocasião foi escrita e ilustrada por Marcelo Manhães, ganha um novo projeto gráfico feito por Luiza Costa, sua filha, que é ilustradora e parceira em outros trabalhos. Ambos buscaram, a partir do relançamento, trazer à tona questões importantes a respeito da vida marinha e da preservação ambiental, que foram se alterando desde o lançamento e, por isso, refletidos em cada detalhe modificado da obra. Autores também de “O dia em que Gerson pescou a lua”, “Caracóis coloridos” e várias outras obras infantis, seus livros são adotados em diversas salas de aula, e justamente por isso a reedição busca se atualizar e tratar questões ambientais de forma lúdica.

Abordar o trabalho desses dois artistas é também uma comemoração que a Tribuna faz para marcar o Dia Nacional do Livro Infantil, celebrado na próxima terça-feira (18). A data foi escolhida porque, nesse dia, em 1882, nasceu o escritor Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira. A data celebra esse gênero literário e homenageia o escritor, autor de clássicos como “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, “O Saci”, “Fábulas de Narizinho”, “Caçadas de Hans Staden” e “Viagem ao céu”.

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Luiza conta que a relação de pai e filha colaborou para que houvesse liberdade no trabalho de produção do livro (Foto: Divulgação)

A primeira edição de “Tartaruga verde da cara rosada” foi lançada através da Lei Murilo Mendes, e o relançamento já é a oitava impressão. A diferença, como explica Marcelo, é que, desta vez, a obra conta com modificações significativas, pois com o tempo o texto foi ficando defasado em relação a dados mais atuais sobre a vida das tartarugas e, por isso, foi preciso fazer uma reestruturação no mesmo. As imagens utilizadas também foram readequadas por Luiza pensando justamente nisso. “A gente deu uma cara ‘diferentona’ mesmo pro livro, que ainda estava com a mesma capa da primeira edição. Como vieram esses novos problemas discutidos no texto e que são bem refletidos e contados nas ilustrações, fizemos um novo projeto gráfico para o livro que acompanhasse essa história”, explica.

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Enquanto a obra era reescrita, Marcelo explica que foi preciso buscar o projeto Tamar, referência em conservação marinha, para conseguir informações fidedignas em relação a essa espécie de tartaruga, para que o livro também trouxesse aprendizados sobre essa forma de vida marinha. “Pesquisando na internet, vi muitas informações desencontradas e a ideia de entrar em contato com o projeto Tamar deu certo, porque me deram apoio e suporte para desenvolver a produção deste livro. Desde o começo, ficaram muito interessados e me deram muitas informações relevantes”, conta. Essa nova edição, por isso mesmo, também conta com o crivo do projeto Tamar e todas as atualizações foram conferidas com eles. É um livro que, por todos esses motivos, costuma ser adotado com frequência nas escolas para se falar de conservação ambiental e do impacto humano na vida desses animais.

Marcelo buscou o projeto Tamar, referência em conservação marinha, para conseguir informações sobre essa espécie de tartaruga (Foto: Divulgação)

Para Luiza, foi muito significativo poder participar dessa mudança, porque isso fez com que fosse possível acompanhar, em cada detalhe, as novas questões que foram surgindo com o tempo. Para isso, ela conta que unificou as cores utilizadas e fez com que novos elementos surgissem para acompanhar a história, como por exemplo a pesca fantasma, que atrapalha o ciclo desses animais, e as redes de pesca que ficam perdidas pela água e que sufocam esses organismos. Eles decidiram pela reedição assim que o livro estava esgotado, “sem nenhuma caixa” na casa dos dois. Para ela, a obra, que “já estava na boca do povo”, se beneficia da atualização e cria novas camadas. “O ponto central do livro é discutir essa vida marinha. Por isso, as páginas têm a marquinha do azul, as texturas do oceano, de um fundo de mar, e acrescentamos novas letras, algumas iluminuras, pra sempre trazer pro leitor o que tem ali embaixo que precisa ser preservado”, conta.

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Trabalho de pai e filha

Quando a primeira edição do livro foi lançada, Luiza ainda não tinha começado seus estudos na área de artes e tampouco se tornado uma ilustradora e se especializado nesse tipo de projeto. Mesmo assim, ela acompanhou de perto o trabalho do pai e, em 2012, quando começaram a fazer produções juntos, ela já tinha desenvolvido um olhar próprio que a fazia ver coisas que poderiam ser mudadas nessa obra. “Poder deixar a minha marca agora é engraçado”, conta. No momento em que os dois puderam concretizar isso, ela explica que foi fundamental respeitar a forma de pensar um do outro, para que realmente criassem juntos. “A nossa proximidade faz com que a gente tenha liberdade para falar, dizer o que tá ruim, e acontece de ter parcerias em que isso não é tão fácil”, revela.

Para seu pai e autor da obra, a proximidade entre os dois também faz com que ela tenha bastante domínio sobre sua produção e que tenha uma leitura atenta que agrega à história. “Ela conhece meu estilo, sabe das minhas deficiências e me dá dicas, me fala quando estou sendo objetivo ou subjetivo demais. Ela traz uma qualidade bem melhor para a obra”, diz. Em sua visão, o trabalho feito pelos dois forma uma criação conjunta, em que os dois agem com independência mas também formam algo com unidade. “De modo geral, são poucas as minhas intervenções, porque ela tem tido uma visão bastante boa. Não é só um complemento, é algo integrado”, afirma.

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Tema de relevância histórica

Com o tempo, também foi ficando claro para o autor que trabalhar questões ambientais na literatura infantil era de grande importância. “Hoje é ainda mais necessário falar sobre isso, porque as coisas pioraram, todas as condições climáticas. Tendo inspirações e condições, é algo que me agrada escrever sobre”, afirma. Embora seja uma história baseada em aspectos reais, para Marcelo é essencial que o tema sempre seja tratado de forma lúdica e, em muitos casos, com um olhar divertido. É importante, para ele, evitar “uma coisa taxativa pedagógica”, para dar espaço à literatura.

Neste relançamento, Luiza também afirma que o livro já está indo para as salas de aula e que é gostoso ver as pessoas percebendo as mudanças, recepcionando a obra e comentando sobre ela. “A gente produz por trás das portas fechadas, mas o que importa é quando a obra chega nas pessoas e elas podem construir com a gente”, diz. Para adquirir as obras, é possível fazer encomendas através das redes sociais e do WhatsaApp (32 99129-6591), além dos canais da editora Bicho da Seda (e-mail: editorabichodaseda@gmail.com).

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