A ideia do bate-papo “Sobre alguns temas da arquitetura na modernidade a partir de Juiz de Fora: um diálogo lítero-musical”, veio do arquiteto e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Marcos Olender, a partir da procura pelo seu livro “Ornamento, ponto e nó. Da Urdidura Pantaleônica às Tramas Arquitetônicas De Raphael Arcuri” (2011, Editora UFJF). A conversa, que acontece na livraria Autoria Casa de Cultura, no Granbery, nesta terça-feira (15), será entremeada por canções interpretadas por Cacaudio, também professor da UFJF e diretor do Cine-Theatro Central. O repertório conta com músicas como “Três apitos” (Noel Rosa), “Vitrines” (Chico Buarque), “Alma” (Zélia Duncan), “Feira moderna” (Beto Guedes, Lô Borges e Fernando Brant) , “O tempo não para” (Cazuza) e a autoral “Carente coração”, parceria com Nathan Santos.
“Essa curadoria foi feita trocando ideias com o próprio Marcos Olender, em função da temática. Algumas dessas canções são colocadas em epígrafe (citações) no livro e trocando ideias com ele sobre questões das cidades, do ponto de vista arquitetônico, das construções”, explica Cacáudio, por áudio de WhatsApp.
“A ideia é fazer um bate-papo que dialoga com o livro, sobre essa produção da arquitetura da cidade contemporânea, começando por Juiz de Fora. No livro, partindo da produção arquitetônica da Companhia Pantaleone Arcuri, principalmente quando o Rafael assume a direção técnica, eu discuto questões maiores sobre as dimensões, as características e as implicações dessa arquitetura contemporânea. Não deixa de ser um exercício de microhistória, a partir de um estudo específico, mostrar que essa questão pode estar ligada, na verdade, a questões maiores, que podem ser estudadas a partir de questões locais”, explica Olender.
E segue o autor: “O tema principal da minha tese nesse livro é o papel do ornamento nessa arquitetura da modernidade ocidental. A partir dessa nova função do ornamento, você percebe uma postura estética diferente. Esses ornamentos passam a ser superficiais, caso não tenham funcionalidade, são descartados”.
O professor discute também como o cartão postal e, atualmente, a Internet pervertem a apreensão da arquitetura. “O cartão-postal vai te orientar como usar a arquitetura. Depois deles e da internet, você já vai a Roma interessado naquilo que você quer ver. Ou seja, Roma se torna uma mercadoria. Você já vai para comprar a Roma que você já viu nos anúncios. Então, a gente pode dizer que, de certa forma, essa perversão da apreensão da arquitetura, ela serve também ao capitalismo.”
Serviço
“Sobre alguns temas da arquitetura na modernidade, a partir de Juiz de Fora: um diálogo lítero-musical”
Terça-feira (15), às 19h
Na Autoria Casa de Cultura (Rua Batista de Oliveira 931/2° andar – Granbery)
Entrada franca
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