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Poeta marginal Nicolas Behr visita Juiz de Fora

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Ecologista reconhecido, escritor vive em Brasília (Foto: Divulgação)
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Considerado um dos maiores nomes da poesia marginal, o poeta mato-grossense, radicado há décadas em Brasília, Nicolas Behr visita Juiz de Fora para participar do 1º Slam da Perifa. O evento conta com apresentações de b-boys, rappers, oficina com Behr e sarau poético, na Escola Municipal do Santa Cândida (Rua Jorge Raimundo 531), a partir das 13h deste sábado (16).

Convidado pelo coletivo Vozes da Rua, do Bairro Santa Cândida, o escritor chegou à cidade na última quinta-feira (14) e logo visitou o Museu de Arte Murilo Mendes. Nesta sexta (15), participa de sarau e recebe homenagens dos alunos e professores da Escola Municipal do Santa Cândida, além de ministrar oficina de poesia na Secretaria de Educação, na Praça Antônio Carlos. No domingo (17), a pedido de Behr, uma caravana formada por integrantes do coletivo e pelo poeta seguem para a cidade de Leopoldina, onde visitarão o túmulo do poeta Augusto dos Anjos, considerado um dos principais nomes do simbolismo e do parnasianismo brasileiro. Nascido na Paraíba, em 1884, Augusto viveu seus últimos anos na cidade mineira, onde era professor e diretor de um grupo escolar.

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O poeta que engoliu Brasília

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Autor de mais de 40 títulos, incluindo seus muitos mimeógrafos característicos da poesia marginal, Nicolas Behr foi preso e processado pelo DOPS durante a ditadura militar, quando lançou “Grande circular”, “Caroço de goiaba” e “Chá com porrada”, em 1978. Acusado de “porte de material pornográfico”, foi absolvido, mas impedido de publicar. Fez, então, a série “O que me der na telha”, toda impressa em telhas cerâmicas.

Ecologista reconhecido, Nicolas Behr produz, desde a década de 1990, espécies nativas do cerrado. Tema de diferentes trabalhos acadêmicos, o homem de discursos incisivos e causas grandiosas teve sua trajetória retratada em “Nicolas Behr – Eu engoli Brasília”, livro do jornalista Carlos Marcelo, publicado em 2004. “A vida que te quer vivo/ a palavra que já não mais/ te salva/ a poesia que já não mais/ te sustenta// quem disse que viver é fácil?”, escreveu em “O bagaço da laranja”, de 2009.

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