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Bob Marley é retratado em cinebiografia

Bob Marley
Bob Marley
Cinebiografia traz recorte do período em que Bob Marley saiu da Jamaica até seu retorno (Foto: Divulgação)
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Chegou aos cinemas, nesta semana, o filme “Bob Marley: One love”, a cinebiografia do maior nome do reggae. Dirigido por Reinaldo Marcus Green (“King Richard – Criando campeãs”, “Top boy” e “A cidade é nossa”), o longa contou com a produção executiva de, entre outras pessoas, Brad Pitt e da família do protagonista, incluindo dois de seus filhos, Cedella e Ziggy Marley, e sua esposa, Rita. Ele é estrelado por Kingsley Ben-Adir, que interpreta Marley e Lashana Lynch, que faz Rita.

O filme sobre Bob Marley traz no enredo um trecho específico. Apesar de uma curta vida de 36 anos, a vida do reggaeiro é, mesmo, uma montanha-russa de acontecimentos e envolvimentos que vão muito além da música e se entrelaçam, sobretudo, com a política e as situações do país onde nasceu, a Jamaica.

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“Bob Marley: One love” começa em dezembro de 1976, às vésperas do show, o “Smile Jamaica”. Em plena Guerra Fria e com as tensões em alta em sua cidade natal, sua casa é alvo de mais de 80 tiros – o que faz com que ele e sua família decidam mudar de cidade e se exilar em Londres. O principal motivo é sua fé: ele era rastafári, e os partidos de direita iam contra a religião. Além das tensões políticas, o filme tem como um dos fios condutores a relação entre Bob e sua esposa Rita, e deixa amostra as dificuldades que eles e seus cinco filhos tiveram, apesar da fama.

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O recorte do filme contempla, além do exílio, o diagnóstico do câncer responsável por sua morte em 1981, além da sua decidida volta à Jamaica, por um bem maior, pelos seus conterrâneos, no show “One love peace concert”, que uniu, em 22 de abril de 1978, no palco, as oposições da Guerra Fria que reinava, dentre outras atrações. Na data, Bob Marley já era músico consagrado e o filme destaca as questões que motivaram essa retorno que envolvem, principalmente, suas opiniões políticas, sua busca pela paz e a conexão com o lugar onde nasceu.

Nessa mesma trajetória que “Bob Marley: One love” retrata, acompanha-se o processo de composições de várias músicas conhecidas na voz do reggaeiro. Por trata-se, claro, de um filme sobre um artista, a música perpassa os diversos momentos, que incluem aqueles mais íntimos do protagonista às suas explosões no palco e suas apresentações para além da Jamaica.

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São dessa época álbuns como “Rastaman vibration”, “Kaya” e “Exodus”, um dos seus trabalhos, ainda hoje, mais ouvidos. É por isso que, na trilha, marcam presença músicas como “Three little birds”, “Is this love” e “One love”, registrada logo de cara no nome do longa. Ao programa Fantástico, Ziggy, filho de Bob, comentou sobre a presença de seu pai e a forma como o ator que o interpreta retrata isso: “É introvertida e sensível. Se você olha o Bob no palco não acredita, mas ele era muito na dele”.

Além de deixar em destaque esse período específico, o flashback é recurso recorrente na trama, de maneira a mostrar quem foi Bob Marley na infância, recortes do seu crescimento e, principalmente, a ausência do seu pai. Grande parte do elenco (exceto Kingsley Ben-Adir, que é inglês) é jamaicano e também a maior parte das imagens foram gravadas na Jamaica e no lugar onde nasceu, Trenchtown, localizada no subúrbio de Kingston.

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Relação entre Bob Marley e Rita é retratada na cinebiografia do cantor jamaicano (Foto: Divulgação)

Família de Bob Marley dentro do set

Mais que mostrar a ascensão de um ícone, o diretor de “Bob Marley: One love” se compromete com o dia a dia e a rotina do protagonista, de forma a humanizar também sua história e aproximar o espectador do enredo. É, pois, um filme não só para os fãs do reggae.

Para que isso fosse possível, ter a família de Bob Marley na construção do filme foi fundamental, como comenta Kingsley também ao Fantástico: “Tem coisas que não estão nos livros. Pra buscar a dimensão humana do Bob, foi fundamental consultar o tempo todo quem conviveu com ele”.

Além de ser um processo de os próprios espectadores conhecerem melhor Bob Marley, foi ainda, principalmente para os filhos, uma forma de ver a relação do pai e da mãe com outro olhar, como disse Cedella, em um dos vídeos de divulgação do filme. “Foi uma montanha russa de emoções porque eu não vi nada disso [os momentos entre o casal na turnê]”. E completa: “Nós tínhamos as pessoas que viveram essa trajetória com meu pai, nos ajudando a contar a nossa história. Isso foi o que nos fez ter certeza. Todos os dias em que eu estava no set, eu mandava trechos de cenas para minha mãe e ela sempre tinha algum comentário. Minha mãe é a voz do meu pai agora”.

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Em outro vídeo, finaliza, sobre o intuito do filme: “A missão é sempre espelhar a música do meu pai em todos os cantos da terra e nós tivemos muito cuidado na escolha dos artistas que foram selecionados. Poder recriar as suas músicas ao mesmo tempo em que mostramos sua história para o mundo através desse filme é algo que minha família e eu estamos extremamente orgulhosos em fazer parte”.

Álbum de covers

Além dos vídeos de divulgação para o lançamento do filme, ainda foi feito um álbum com covers de músicas de Bob Marley e disponibilizado nas plataformas. As canções foram escolhidas pela própria família de Bob Marley e contou com interpretações de nomes como Daniel Caesar, Kacey Musgraves, Wizkid, Leon Bridges, Jessie Reyez, Bloody Civilian e Skip Marley, neto do cantor. As músicas são: “Natural mystic”, “Exodus”, “Waiting in vain”, “Three little birds”, “One love”, “Is this love” e “Redemption song”.

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