O filme “A noite das bruxas”, nova adaptação de uma história de Agatha Christie, chega aos cinemas, nesta quinta-feira (14). Essa é a terceira aventura com o detetive Hercule Poirot, interpretado e dirigido por Kenneth Branagh. A trama se passa em Veneza, quando o famoso detetive já está aposentado, e apresenta um encontro entre o mistério típico de filmes como esse com o sobrenatural. O personagem está completamente isolado de clientes, até que a autora e sua amiga pessoal Ariadne Oliver entra em contato, para pedir ajuda a respeito de um caso especial: uma festa de Halloween sucedida por uma sessão espírita comandada pela médium Joyce Reynolds, a fim de desmascarar a mulher que parece conversar com os mortos pela quantia certa. Poirot topa, então, acompanhar a amiga em uma sessão espírita encomendada por uma socialite que a filha, aparentemente, cometeu suicídio.
Tudo começa quando Rowena Drake faz uma grande festa de Halloween em seu palazzo, e quando as crianças vão embora para pedir ‘gostosuras ou travessuras’, a sessão comandada pela médium Joyce Reynolds começa. Na ocasião, estão presentes pessoas do convívio de Rowena, como um médico traumatizado pelos horrores da Segunda Guerra, uma governanta assustada com histórias da mansão e o noivo da jovem morta. O cenário da bela cidade italiana, então, fica concentrado neste ambiente e, lá, vai se fortalecendo uma atmosfera sinistra. Desde o começo, Poirot deixa claro que não acredita em fantasmas ou em elementos sobrenaturais e que pretende solucionar esse caso da forma que sempre trabalhou – inclusive se precisar aprisionar todos dentro da mansão.
Branagh já adaptou, anteriormente, duas das histórias mais populares escritas por Agatha Christie, fazendo apenas pequenas alterações na narrativa. Dessa vez, no entanto, com ‘A noite das bruxas’, que é um livro bem menos conhecido e que foi escrito na fase final da carreira da autora, ele se atreve mais. O enredo da história passa por grandes alterações, aproveitando basicamente os nomes de personagens, algumas situações e temáticas, para fazer com que o filme seja o mais original da trilogia que começou anos antes.
Essa relação com o sobrenatural faz com que o diretor possa usar elementos de terror, apesar do elemento policial continuar forte. As escolhas feitas alteram, no entanto, a estrutura narrativa esperada para os filmes de Poirot, principalmente na escolha de ângulos tradicionais, iluminação macabra e enquadramentos de cena que lembram até mesmo os ‘jumpscares’. Assim como nos filmes anteriores, no entanto, o elenco conta com nomes prestigiados de Hollywood e um orçamento de 70 milhões de dólares. Outro diferencial são as locações reais do filme, que se passa em Veneza e aproveita bem o que o local tem a oferecer.