O Auditório Geraldo Pereira do Instituto de Artes e Design da UFJF recebe, entre os dias 15 e 17, a segunda edição da Jornada de Estudos em História do Cinema Brasileiro, reunindo na programação, voltada a acadêmicos e interessados, pesquisadores nacionais para um mergulho no cinema brasileiro com objetivo de discutir metodologias, aprofundar recortes e suscitar abordagens ainda pouco exploradas acerca da história e da historiografia do cinema no Brasil.
Integrado à Jornada, o Fórum de Pesquisas em História do Cinema Brasileiro apresenta estudos de caso e trabalhos de preservação e restauração, homenagens, discussões temáticas voltadas para diferentes tópicos como práticas de ensino, metodologia de pesquisa em arquivo, internacionalização da pesquisa e publicações sobre cinema brasileiro – entre várias outras possibilidades.
O tema de destaque deste ano será: “Produtores e produtoras na história do cinema brasileiro”. Ainda que muito se fale em produção, em detrimento de atividades como distribuição, exibição e recepção, não são numerosos os estudos voltados para a figura do produtor, os modos e mecanismos de financiamento (com ou sem a participação do Estado) ou a própria trajetória de produtores e de companhias produtoras ao longo da história do cinema no Brasil, a começar pelos primeiros produtores/financiadores do período silencioso. Também são raras as pesquisas que contemplem empresas menos conhecidas ou que investiguem aspectos ainda pouco explorados da atuação dos grandes estúdios.
Dentre os participantes da II Jornada, confirmaram presença importantes pesquisadores e estudiosos do cinema brasileiro, tais como Rubens Machado (USP), Carlos Roberto de Souza (UFSCar), Sheila Schvarzman (UAM) e Arthur Autran (UFSCar). No primeiro dia, quarta, 15, acontece a homenagem ao centenário do crítico, cineasta e historiador Alex Viany, com exibição do filme “Ana” (1957) e as presenças de sua filha, a atriz Betina Viany, com longa trajetória no cinema, no teatro e na televisão, e de Edward Monteiro, artista plástico, cenógrafo e coordenador técnico do Projeto Alex Viany. O evento encerra na sexta, 17, com o lançamento dos dois volumes de “Nova história do cinema brasileiro”, que contará com uma mesa de debate com os organizadores e autores Sheila Schvarzman (UAM), Fernão Ramos (Unicamp) e João Luiz Vieira (UFF).
Programação Dia 15 (quarta-feira)
14h30 Mesa 1 – O filme está pronto, e agora?”A distribuição e a dublagem brasileira: como a Associação Nacional dos Artistas de Dublagem evidenciou a relação das majors com o direito autoral no Brasil”. Igor Bastos Xavier Nunes e Silva (UFJF)”O filme está pronto, e agora? Uma reflexão sobre as particularidades do processo em torno do trailer de cinema do filme brasileiro”. Fernanda Affonso de André Jaber (UFSCar)”Os espaços de exibição cinematográfica dos bairros de Juiz de Fora: memórias do Cine São Caetano”. Ryan Brandão Barbosa Reinh de Assis (UFF)
16h30 Mesa 2 – Estado e Cinema”Um festival para as chanchadas: as boas relações entre o Festival de Cinema do Distrito Federal e as comédias cariocas (1953-1959)”. Carlos Eduardo Pinto de Pinto (UERJ)”A Procine e a produção de Rio, Maravilha do Mundo (1965)”. Rafael de Luna Freire (UFF)”Os homens que eu tive (1973), de Tereza Trautman: poliamor, ruptura moral e censura ao cinema durante o regime militar brasileiro”. Reinaldo Cardenuto Filho (UFF) 18h30 Apresentação da II Jornada de Estudos em História do Cinema Brasileiro e Abertura do II Fórum de Pesquisas em História do Cinema Brasileiro
18h45 Fórum: Lançamento do site Historiografia Audiovisual com exibição de um filme-surpresa 20h Fórum: Homenagem ao Centenário de Alex Viany, com a presença de Betina Viany e exibição de Ana (Alex Viany, 1957, 25 min.)
Dia 16 (quinta-feira)
9h30 Mesa 3 Produtoras e empresas produtoras”A constituição da Brasil Vita Film nos entraves do studio system e dos projetos governamentais para o cinema brasileiro”. Lívia Maria Gonçalves Cabrera (UFF)”De atriz a produtora: A trajetória da Aurora Duarte Produções Cinematográficas”. Alessandro Constantino Gamo (UFSCar)”De testemunha à protagonista: Beatriz Bojunga _ Diretora de Produção do Instituto Nacional de Cinema Educativo (1936-1960)”. Sheila Schvarzman (UAM)
11h30 Mesa 4 Cinema e crítica de invenção”História e matriz ensaística: análise fílmica como objetividade subjetiva”. Rubens Luis Ribeiro Machado Junior (USP)”Sganzerla, Cinema Cafajeste, Reichenbach”. Daniel Caetano (UFF/USP)”Apontamentos acerca do livro Cinema de Invenção, de Jairo Ferreira”. Renato Coelho Panacci (Unicamp)
14h30 Mesa 5 Imagens do país”Gilberto Rossi – imagens de um produtor”. Carlos Roberto de Souza (UFSCar)”A companhia produtora Amazônia Cine-film e Silvino Santos: problematização de fontes autobiográficas”. Sávio Luis Stoco (USP)”Produção e rede de sociabilidades em Carnets Brésiliens de Pierre Kast”. Alessandra S. M. Brum (UFJF) 16h30 Mesa 6 – Além do mercado”O contexto de produção do filme científico no Brasil segundo B. J. Duarte”. Fernanda Teixeira Mendes (UFJF)”Primeiras janelas da animação experimental no Brasil”. Lucas Murari/Luiz Garcia (UFRJ/UFF)”Helena Ignez e a Belair Filmes: a atriz/produtora e a produção experimental”. Anna Karinne Ballalai (USP) 18h Lançamento de livros
Dia 17 (sexta-feira)
9h30 Mesa 7 – Diálogos transnacionais”Pedagogia da produção: a ‘cinematografia nacional’ nas páginas da Cine-Mundial”. Pedro Butcher (UFF)”O brasileiro Raul Roulien e a negociação da latinidade em Eran trece”. Isabella Regina Oliveira Goulart (USP/FIAM/FAAM)”Não me digas adeus: o filme manifesto dos Estudios San Miguel”. Arthur Autran Franco de Sá Neto (UFSCar) 11h30 Mesa 8 – Produção e exibição no cinema silencioso”Francisco Serrador como produtor cinematográfico e piloto automobilístico em Circuito de São Gonçalo (1909)”. Carolina Azevedo Di Giacomo (USP)”Reflexões sobre a interação entre filme e música nos programas do Cinema-Teatro Chantecler (1911)”. Danielle Crepaldi Carvalho (USP)”Luiz de Barros e a Guanabara-Film: intermidialidade e outras estratégias de atuação”. Luciana Corrêa de Araújo (UFSCar)
14h30 Mesa 9 – Estratégias de produção”Os Trapalhões e o mercado de cinema infantil no Brasil”. Arthur Felipe de Oliveira Fiel (UFF)”O Destino é quem sabe: apuros e reviravoltas na Multifilmes”. Leandro Cesar Caraça (Unicamp)”Estratégias empresariais no cinema brasileiro dos anos 1950: Oswaldo Massaini e Rubens Berardo”. Luís Alberto Rocha Melo (UFJF) 16h30 Fórum: Mesa sobre o livro Nova história do cinema brasileiro, com Sheila Schvarzman, Fernão Ramos e João Luiz Vieira