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Professora do EJA lança livro com história de alunos

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Estamos acostumados a ouvir e compartilhar histórias de vidas que não nos pertencem. Mas o que fazer quando a oportunidade de contar a nossa própria história aparece? O mínimo a se fazer é tornar esta experiência a melhor possível e fazer com que ela toque as pessoas. Foi assim que surgiu a obra “Caminhos que se encontram: Memórias e histórias de alunos da EJA”, que será lançado na noite desta terça-feira (14) no Centro de Estudos Supletivos (Cesu) Custódio Furtado de Souza. O livro reúne experiências vividas por 33 alunos matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da instituição. Como autores de suas próprias histórias, eles dividem com o leitor um pouco de suas vivências e os motivos que os fizeram retornar aos bancos escolares.

O livro é fruto de um trabalho realizado em sala de aula pela professora de língua portuguesa Joseli Rezende Thomaz, coordenadora do projeto, para auxiliá-la a compreender como poderia trabalhar a disciplina com os estudantes adultos, que, ao contrário das crianças, possuem níveis diferentes de estudos e tornam a dinâmica do aprender um pouco diferente. “A ideia era ver como poderíamos trabalhar a disciplina dentro da realidade de cada um, pois ali havia pessoas que estavam afastadas da escola há mais de 20 anos”, conta a professora.

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Então ela decidiu que cada um contasse a sua própria história para que, a partir da produção de textos, Joseli pudesse aplicar as normas da língua portuguesa e motivar os alunos a exercitar a escrita. Mas a timidez, no começo, foi um grande obstáculo. Como tratavam de lembranças, muitas vezes tristes, os alunos tinham dificuldade em externar as emoções. Foi então que a professora resolveu dar o pontapé inicial e contar sua própria história. “Ao relatar minhas dores e dificuldades pessoais, eles se identificaram e sentiram-se à vontade para dividir suas experiências também. A partir daquele ponto, a hierarquia entre aluno e professor deixou de existir.”

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História na sua essência
O livro dos alunos do EJA não passou pelo crivo ao que os volumes são submetidos quando chegam às editoras. A decisão, segundo Joseli, foi proposital para que as histórias não perdessem a sua essência. “Os textos não foram, digamos, higienizados e editados conforme a norma culta da língua. Claro que você percebe a utilização das regras, mas, pensando neste sentido, o ganho foi muito maior, pois estes alunos se sentiram importantes e valorizados, foram vozes que ganharam espaço e serão ouvidas”, observa.

Os textos foram produzidos pelos alunos ao longo de 2015. O projeto foi custeado pelo Fundo de Apoio à Pesquisa na Educação Básica (Fapeb), da Prefeitura de Juiz de Fora. Foram produzidos mil exemplares, distribuídos para as escolas municipais, bibliotecas da Secretaria de Educação, unidades do Cesu e para os próprios autores. O lançamento está marcado para as 19h30 no Cesu, que fica na Rua Comendador Pantaleone Arcuri 314, Bairro Teixeiras.

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