A Estrada Real é a maior rota turística do Brasil. Tem, além disso, outra particularidade: um encontro entre natureza e história que é perceptível em todas as cidades, sejam elas de Minas Gerais, do Rio de Janeiro ou de São Paulo – nas estradas e nos casarões, nas cachoeiras e na gastronomia. Para além de terem sido usadas como passagem para o transporte do ouro, as localidades registram o que já foi o Brasil. Com o tempo, cada lugar foi encontrando outros potenciais turísticos que aumentam a gama de atrativos e, dessa forma, os turistas já são atraídos por esse conjunto. Mas, para que a economia do turismo fosse ainda mais intensificada nos trajetos, pensando até nas pequenas cidades ainda desconhecidas, em 2014 foi lançado o passaporte da Estrada Real: uma forma de fazer com que percorrer os quatro caminhos – Diamantes, Novo, Velho e Sabarabuçu – ficasse ainda mais interessante.
A Estrada Real tem, ao todo, 1.630 quilômetros de extensão. E o passaporte é uma maneira de registrar por onde já se passou. Isso é feito através de carimbos espalhados em 155 pontos, divididos em 65 cidades e localidades que compõem a rota. Cada carimbo, inclusive, traz detalhes e particularidades desses locais. Algumas cidades até tem mais de um ponto e, por isso, mais de um registro. No entanto, para valer de verdade, cada território só poder ser carimbado uma única vez. O indicado é conhecer os pontos de carimbo, disponíveis no site da Estrada Real, e escolher o que mais gostou e, por isso, o que vai marcar a viagem – um registro para sempre.
O intuito é, de fato, preencher o passaporte com os carimbos que comprovam a viagem e a passagem pelas cidades. E, ao final das jornadas, é possível conseguir um certificado para cada um dos quatro caminhos da Estrada Real. Aqueles viajantes que conhecerem todas as cidades da rota e passarem por todos os caminhos, ganham um certificado especial. De acordo com o Instituto Estrada Real (IER), responsável pelo passaporte, de 2014 até 2020, 200 pessoas conseguiram esse feito.
Fomento do turismo
Desde o início do projeto, em 2014, mais de 178 mil passaportes foram retirados. Isso mostra, sobretudo, o empenho e o interesse pela Estrada Real. O resultado é que já se percebe um considerável aumento do turismo em diversas cidades, principalmente aquelas com pontos de carimbo. “Além dos nossos indicadores, a própria população local relata um aumento do turismo na sua cidade ou localidade por causa do passaporte, que agrega valor a viagem por ser um projeto interativo, como uma ‘caça’ aos carimbos”, afirma Geralda Ferreira, analista de projetos do IER. Isso faz, como conta, que os próprios lugares passem a valorizar ainda mais a cultura local e seus atrativos, como um ciclo que faz o turismo seguir rodando e crescendo.
Para Geralda, ainda, viver a Estrada Real, principalmente a partir do passaporte, é um privilégio. “Além da história, o turista vive o destino, interage com os costumes, a cultura e a população local, causando impacto positivo nas comunidades, construindo memórias através de experiências e vivências nas viagens. Hoje, vemos a Estrada Real como um território de muitas riquezas em suas regiões e em seu entorno. Território de legado, história, natureza, cultura, gastronomia capazes de gerar outras riquezas.”
Como obter o passaporte da Estrada Real?
O que deixa esse processo ainda mais interessante é que a emissão do passaporte da Estrada Real é gratuita e simples de ser feita. Basta realizar um cadastro no site ou no aplicativo do instituto e enviar os dados a partir de um formulário disponível. Quando estiver pronto, um código é enviado por e-mail ou no próprio aplicativo. Ele precisa ser apresentado em um dos pontos de retirada, que estão localizados em Diamantina, Ouro Preto, Cocais, Glaura, Tiradentes, Paraty e Petrópolis. No dia de retirada, é preciso levar também 1 kg de alimento que será doado.
Ponto de carimbo em Juiz de Fora e região
Juiz de Fora integra o Caminho Novo da Estrada Real. Na cidade, há um ponto de carimbo localizado no Victory Suítes (Rua Chanceler Oswaldo Aranha 28 – São Matheus). Diversas cidades próximas também possuem o ponto, é o caso de Santos Dumont, Barbacena, Carandaí, Matias Barbosa e Conselheiro Lafaiete – todas elas do Caminho Novo. A lista completa e os endereços estão no site. Lá, também é possível conferir roteiros pelos caminhos que ajudam a guiar as viagens, com dicas de hospedagens e parte das histórias.