E se Juiz de Fora tivesse praia? Geograficamente, isso é impossível. Mas não existem limites para a arte. A ideia do coletivo Mercúrio Líquido é transformar o Parque Halfeld em “praia” em dois sábados de fevereiro. Até lá, os artistas Ayslan Melo, Thalita Reis, Rodrigo Medsan e Rafael da Costa, com direção de Letícia Nabuco, do espaço Diversão e Arte, convocam outros artistas para os ensaios, que vão acontecer no último fim de semana de janeiro e na primeira semana de fevereiro. As informações para participação estão detalhadas no Instragram @diversao_e_arte_espaco_.
Letícia explica que a maioria dos integrantes do coletivo são nativos ou tiveram experiências em cidades litorâneas. De lá, eles perceberam uma diferença entre a maneira de ser na praia e na cidade do interior. Para ela, o litoral propõe uma expansão, que reflete no corpo e nas relações. A ideia, então, é fazer com que esse sentimento seja refletido em Juiz de Fora, em praça pública.
A convocação para a intervenção está limitada aos artistas, mas não aos corpos. Entre os dez selecionados, eles buscam diferentes corpos, para além daqueles que estão estampados na mídia. “A gente que quer tanto uma praia em Juiz de Fora, que a gente possa estar inventando essa praia, que é a que a gente quer: ampla, convidativa, inclusiva, que celebra a diferença. Entendendo que a praia é esse espaço acessível, gratuito, onde todos podem conviver – independente de classe social, identidade de gênero, racialização, sexualidade, tamanho do manequim, idade”, finaliza.
A intervenção foi aprovada pelo Edital Pau Brasil, do Programa Cultural Murilo Mendes. O edital incentivava o desenvolvimento de projetos que explorem as várias maneiras do fazer artístico, em comemoração aos cem anos da Semana de Arte Moderna, que aconteceu entre 11 e 18 de fevereiro de 1922.