A artista plástica Samara Danelon, 33, de São João Nepomuceno, foi convidada, pela Embaixada do Brasil em Estocolmo, a participar, com uma pintura, de uma exposição de artes conjunta Brasil-Argentina, para marcar o Dia Internacional de Combate à Violência contra Mulheres e Meninas, no dia 25 de novembro. A exposição estará aberta para visitação por três semanas. Além de Samara, participam da mostra as brasileiras Hadryah, Paula Rindborg, Joana Öberg e Alyne Dallacqua, a sueca Annika Sjölén e os argentinos Carola Compá, Luciana Amado Sandberg, Marcos Herrera, Paula Elion, Sebastián Scaglione e Pablo Lembo.
Samara Danelon é natural de São João Nepomuceno, cerca de 64 km de Juiz de Fora, e é bacharel em Artes e Design e Moda pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Sua produção se concentra, principalmente, na pintura a óleo e na aquarela, integrando linhas, bordados e materiais têxteis. Seu trabalho tensiona discussões sobre as amarras sociais e violências sofridas pelas mulheres, utilizando-se de elementos simbólicos como o pássaro e a gaiola.
Filha de operários da indústria têxtil, cresceu visitando a antiga fábrica de tecelagem Santa Marta, com seu pai, e entre as máquinas de costura de sua mãe. A linha e a costura que marcaram sua vida são ressignificadas como objetos artísticos. Sua mais recente série, “O paradoxo do pássaro livre”, participou de quatro exposições individuais, em 2024: uma delas na Casa D’ Itália e outra no Centro Cultural Dnar Rocha. Elementos domésticos, como louças e bordados, são incorporados às peças, a fim de contextualizar a visão associada às mulheres.
Samara em Estolcomo
“Eu tive uma indicação de que Estocolmo promovia muitas exposições de artistas brasileiros, por meio da Embaixada do Brasil, então, resolvi pesquisar mais sobre a cidade. Eu acho que a Suécia não é um roteiro muito popular entre os brasileiros, eu, particularmente, não conhecia muito e me surpreendi bastante com a cultura, principalmente em relação às mulheres. É um país bem feminista, com uma ideologia de igualmente de gênero e social muito forte. Então eu resolvi enviar um e-mail para o setor cultural da embaixada, com uma proposta de exposição, com as obras do ‘Paradoxo do pássaro livre’. Para minha surpresa, na mesma semana, eles me responderam e disseram que estavam começando a organizar uma exposição coletiva. Eu fiquei muito empolgada com o tema, porque tinha muita relação com a minha pesquisa, então a chance de me aprovarem era grande”, conta a artista. O que, de fato, aconteceu. Além disso, a viagem foi viabilizada através da Lei Municipal de Circulação de São João Nepomuceno.
Entenda o Dia Internacional de Combate à Violência contra Mulheres e Meninas
O Dia Internacional de Combate à Violência contra Mulheres e Meninas foi declarado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1999, em homenagem ao sacrifício de Las Mariposas. A partir do dia 25 de novembro, começa uma campanha internacional de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, que se encerra no dia 10 de dezembro, aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No Brasil, o Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher é comemorado no dia 10 de outubro, data criada em 1980 a partir de um movimento nacional realizado em São Paulo.