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Mostra Ratazana será realizada neste fim de semana

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A ideia do festival continua sendo exibições fora das salas de cinema, incentivando pessoas fora dos circuitos acadêmico e audiovisual a fazer filmes (Foto: Divulgação)
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Antes, alguns esclarecimentos: o tom irônico pode ser bem-vindo – e isso não quer dizer que não exista seriedade no processo – filme alternativo de baixo custo não é sinônimo de filme ruim (aliás: isso de ser bom ou ruim não vem ao caso – o negócio é fazer). Dito isso, pode-se apresentar a Mostra Ratazana: um festival juiz-forano alternativo de filmes que também podem ser considerados alternativos. Sua terceira edição vai acontecer neste fim de semana, de sexta (14) a domingo (16), com exibições e atividades no Museu Ferroviário (Avenida Brasil 2001 – Centro). Vinte e quatro filmes, que devem ser curtas-metragens de baixo orçamento, serão exibidos na Mostra Competitiva Sem Esportiva. A entrada é gratuita.

Lá em 2014, a primeira edição aconteceu em um bar, o antigo Observatório. A ideia do Ratazana surgiu de Diego Navarro, que, na época, era sócio de Francisco Franco, que, ainda hoje, assume a produção do festival, além de ser um dos fundadores do estúdio Inhamis. Em 2014, como lembra Francisco, as tecnologias DSLR e LED ainda estavam começando. “A maioria dos filmes não apresentavam esse look cinematográfico. Mas, independente da tecnologia, a megalomania do cinema sempre existiu e essa foi a deixa para a mostra: se levar menos a sério”, explica.

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Em 2018 e 2019, a Ratazana surgiu como uma agenda noturna do Primeiro Plano. A ideia continuava a mesma: essa máxima de se levar menos a sério e, ainda assim, produzir. Mas, de certa forma, o ambiente foi se alterando. E, por isso, estar em um espaço alternativo à sala de cinema ajuda nessa proposta de descontração. “Acredito que por ser um festival (Primeiro Plano) voltado para o primeiro filme do realizador existe uma cobrança e uma expectativa grande dentro da sala de cinema. Mas quando o realizador sai e vê um filme não selecionado em outro ambiente, em um bar, por exemplo, a sétima arte se torna mais acessível e menos pretensiosa.”

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Um tanto impulsionada pelo espaço criado pelo Primeiro Plano e também pela existência de uma faculdade pública de cinema, é fato que Juiz de Fora é uma cidade com crescente realização audiovisual. Ainda assim, os espaços de divulgação e circulação das obras na própria cidade acabam ficando restritos. E por que não fazer um filme por fazer, se há esse espaço, como a Mostra Ratazana? Esse é também um objetivo: “Juiz de Fora é um antro de artistas e é preciso abrir espaços para que a galera dialogue e que oportunidades aconteçam. É preciso se envolver com o espaço onde vivemos e trabalhamos. Buscamos mais a atitude de fazer um filme do que o filme em si. Fazer filmes é como caminhar na rua, já dizia nosso amigo Werner Herzog. Não dá pra fazer filmes sem sair de casa, esse é o objetivo”.

Só muda o lugar

Neste ano, a Ratazana (@mostra.ratazana) acontece e a partir de um edital, o que proporcionou mais recursos para sua produção. Isso fez mudar uma única coisa, de certa forma: de bares e espaços alternativos, a mostra vai para um equipamento cultural. “O espaço diz que a mostra está mais estruturada, num local público e de fácil acesso”, afirma Francisco. Mas isso, no entanto, não muda a ideia cerne do festival: continua fora das salas de cinema, incentivando pessoas fora do ciclo acadêmico, às vezes fora até do circuito audiovisual, a fazer filmes.

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Isso acaba se mostrando nas obras selecionadas, por exemplo. E é isso que faz com que o festival seja de filmes alternativos. “Na seleção encontramos filmes feitos exclusivamente para a mostra, que podem ser entendidos como experimental a partir do ponto de vista do conhecimento prévio, e, para quem está fazendo na tora, alternativo é uma boa tag.” Mais que isso: todo o fazer é coletivo: “O audiovisual é coletivo, mas isso não quer dizer que é uma bolha. Juiz de Fora é uma cidade segregada e isso não é novidade para ninguém, por isso acreditamos no viés social da mostra”.

Dois filmes terão sua premiere na Mostra: “Ernesto”, do estúdio Inhamis, que é um curta de animação para adultos que, de acordo com Francisco, fala sobre a “virtualização e gourmetização enfadonha da vida ordinária”, e do documentário “Do Paraybuna pra cá”, de Rodrigo Ferreira e Ciro Cavalcante, que reúne os artistas Mallones, Laura Conceição, Makoomba e Dona Chapa de maneira a registrar a cena atual da música juiz-forana. Além deles, um tanto de filmes vão estar disponíveis, bem como duas masterclass, com inscrição gratuita pelo site mostraratazana.com.br, e atividades noturnas.

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Confira a programação completa:

Sexta-feira (14)
17h – Abertura dos portões
18h – Cerimônia de Abertura e exibição dos curtas:
. Vencedores das edições anteriores da Mostra Competitiva Sem Esportiva
. Documentário “Umbaúba”, de Maurício Nascimento.
. Première da animação surrealista “Ernesto”, do estúdio Inhamis.

Sábado (15)
14h às 16h30 – Masterclass com Cláudio Oliveira e Hugo Drumond
16h30 às 18h – Mostra Competitiva Sem Esportiva (+ de 20 filmes)
18h – Discotecagem de Amanda Fie

Domingo (16)
13h30 – Abertura dos portões
14h – Sessão Marmelada (filmes eliminados na Competitiva Sem Esportiva devido a conexão entre o diretor e o staff da mostra)
15h – Première do documentário “Do Paraybuna pra cá”, de Rodrigo Ferreira e Ciro Cavalcante, e debate entre os realizadores e personagens do filme.
16h – Cerimônia de encerramento e premiação
17h – Discotecagem de Gramboy
20h – After no Beco (Avenida Garibaldi Campinhos 38 – Vitorino Braga) com o DJ EverBeatz.
Censura 18 anos

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