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Projetos arquitetônicos feitos com jogos e blocos de montar em mostra na UFJF

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Um dos objetivos da pesquisa é desenvolver um jogo de montar projetado pelos estudantes; resultado foi programa para criação de peças com impressora 3D (Foto: Icaro Chagas/Divulgação)
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Uma das lembranças mais marcantes da infância – pelo menos aquela de décadas passadas – são as atividades lúdicas com blocos de montar, os famosos Pinos Mágicos ou, numa época um pouco mais próxima, as peças de Lego. É uma forma de estimular a criatividade e outras habilidades nos primeiros anos de vida: quem tinha os Pinos Mágicos, por exemplo, poderia utilizá-los para montar um avião, criar uma girafa, uma mesa, um carro.

Pois estes brinquedos tão ligados à infância podem ter aplicações práticas no mundo dessa gente grande: é o que mostram os alunos de graduação e mestrado do curso de arquitetura e urbanismo da UFJF com a exposição “Projetando com jogos de montar”, que tem abertura nesta quinta-feira (12), às 17h, no Espaço Reitoria, e permanece no espaço até 4 de maio. No total, são 12 trabalhos criados a partir de nove jogos de montar, sendo apenas dois próprios para o ofício (LEGO Architecture Studio, Arckit, Brincando de Engenheiro, Tegu, Montatudo, Playmags, Pinos Mágicos, Material Dourado e Multiblocks); mais um desenvolvido pelos próprios acadêmicos, o Archbricks; e dois desenvolvidos em computador: um no “Minecrat”, outro no “Lego Digital”.

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Todo o trabalho faz parte do grupo de pesquisa das Lingagens e Expressões da Arquitetura, do Urbanismo e do Design (Leaud), sob coordenação do professor Frederico Braida e com financiamento da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais). De acordo com Frederico Braida, os participantes do projeto tiveram como desafio desenvolver pequenas maquetes com os jogos de montar e, a partir delas, desenvolver um projeto arquitetônico no computador. Daí surgiram ideias que vão de uma unidade residencial a museu e pub, entre outros. A iniciativa conquistou o primeiro lugar em Ciências Sociais Aplicadas no XXI Seminário de Iniciação Científica da UFJF, em 2017. Além de maquetes originais, a mostra exibe painéis com os projetos finalizados no computador e textos a respeito dos materiais utilizados.

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“Um dos objetivos é testar os limites e as possibilidades que cada jogo apresenta, estudando sua linguagem lúdica na arquitetura tanto na sala de aula quanto nas atividades cotidianas”, ressalta o professor, responsável pela disciplina de estudo da forma na UFJF.

Ainda de acordo com Frederico, a pesquisa ajuda a mostrar o arquiteto como um “manipulador de formas”. Inclusive muitos profissionais, segundo ele, utilizam esses jogos atualmente, além de kits específicos criados por empresas como a própria Lego. “Esses blocos, na infância, podem ajudar a criança a ter noções de escala e proporção, espaciais e geométricas, despertar interesses por inúmeras áreas, não só a arquitetura.”

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Para além da academia

O professor Frederico Braida aponta que o resultado foi mais que satisfatório, destacando que muitos alunos ainda estão no processo de formação e viram nos jogos de montar uma possibilidade para criação de futuros projetos. “Ainda mais porque um projeto de pesquisa pode ser penoso, não apresentar resultados imediatos.”

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Para Rafael Henriques Campos Dias, mestrando em arquitetura, o resultado produzido pelos alunos foi interessante não só pelo aspecto lúdico, que está presente no seu objeto de pesquisa, como também pela forma que os trabalhos podem influenciar nessas questões, em futuras análises. “Além disso, a exposição é uma forma de divulgar para a sociedade o que é feito no ambiente acadêmico”, diz outra mestranda, Paloma Almeida Romanos Ferreira.

Outro fruto do trabalho dos integrantes do Leaud é o Archbricks, jogo de montar desenvolvido por eles entre 2016 e 2017, tendo como foco projetos de residências mínimas. Depois de passar por diversos modelos (blocos de madeira, blocos com corte a laser), chegou-se à construção das peças em impressoras 3D, inicialmente sem encaixe até chegar ao formato final. O programa com o jogo será disponibilizado de forma gratuita na internet após o lançamento da exposição, e o arquivo estará disponível para download. “Nosso programa apresenta algumas formas básicas, e quem fizer o download poderá alterar o arquivo para criar novas peças”, destaca Frederico, lembrando que o jogo, por ser educativo, não terá patente, apenas o registro da marca.

Tengu foi um dos jogos utilizados para desenvolver maquete de residência (Foto: Fernando Priamo)

PROJETANDO COM JOGOS DE MONTAR
Abertura nesta quinta-feira (12), às 17h. De segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e sábados das 9h ao meio-dia no Espaço Reitoria (Campus UFJF). Até 4 de maio

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