A relação do chef Fábio Lessa com a culinária começou bem cedo. Sua família paterna sempre cultivou o hábito de se reunir para cozinhar e ele tomou gosto pela gastronomia ao crescer vendo essa rotina se repetir. Mais tarde, se encontrou na carreira de cozinheiro e trabalhou em restaurantes de diferentes regiões do país, o que o fez entender mais sobre o real significado da cozinha brasileira. Nesta segunda-feira (13), Fábio estreia um quadro, a partir das 11h, na Rádio Transamérica, e no próximo domingo (19), sua coluna Gastronomicamente será publicada na Tribuna de Minas, com temas que vão além das receitas em si, buscando refletir sobre a história dos pratos.
Para Fábio, a gastronomia beira mais a antropologia do que simplesmente a prática. O objetivo do seu quadro na Rede Tribuna de Comunicação é mostrar a importância de entender todo esse ciclo, desde a origem da comida, os caminhos que passou e para onde vai.
“A ideia é fazer as pessoas pensarem com a gastronomia, porque ela vai muito além da receita. Você pode ter o passo a passo de uma refeição no Youtube, por exemplo. A arte culinária se inicia mostrando, já a gastronomia é uma forma de pensar a relação do homem com a comida, pois existem aspectos culturais, sociais e políticos envolvidos”, explica.
Conteúdos em vídeos sobre gastronomia
Além do programa na rádio e a coluna na Tribuna, Fábio Lessa, que ao lado do chef Thiago Caiafa comandará a cozinha do Restaurante Dome, vai produzir vídeos conversando sobre gastronomia com outros chefs da cidade enquanto cozinham. O conteúdo audiovisual, em fase de produção, será divulgado nas redes sociais da Tribuna.
Antes de se formar em gastronomia pelo CES (hoje Uniacademia), Fábio cursou Comunicação Social, mas não se identificou com a profissão e decidiu abandonar a área, pois se sentia realizado mesmo era na cozinha. “Eu sempre gostei de estar na cozinha desde pequeno, mas nunca tinha pensado em cozinhar profissionalmente, até que em 2009 eu abri meu primeiro negócio, uma pizzaria, e dali em diante fui me profissionalizando mais.”
Na cozinha do estrelado MEE, do Copacabana Palace
No começo, Fábio trabalhou em restaurantes tradicionais de Juiz de Fora, até que em 2017, surgiu a oportunidade de trabalhar no Copacabana Palace. “Quando fui colar grau da faculdade de gastronomia, recebi uma mensagem do Copacabana Palace me convidando para uma entrevista. Comecei a trabalhar lá no refeitório como ajudante de cozinha, o que muita gente não aceitaria, mas eu vi isso como uma oportunidade de mostrar que eu sabia cozinhar e foi isso que aconteceu.”
Depois Fábio se tornou chef do restaurante Mee, um dos melhores do país, que conta com o reconhecimento de ter uma Estrela Michelin.
Com a pandemia, ele saiu do restaurante e foi trabalhar em um cruzeiro fluvial em Manaus, onde teve a oportunidade de conhecer os insumos locais e saberes dos povos originários. Para ele, a culinária brasileira está ali, entre o Norte e o Nordeste, justamente por ser original e privilegiar ingredientes locais de um período pré-colonização.
“Me apaixonei pelos sabores e técnicas, tive a oportunidade de cozinhar no meio da mata também para os hóspedes do cruzeiro, e desde então, eu comecei a tentar trazer esses ingredientes para cá. Murupi, tacacá, jambu, licuri e uarini se tornaram presentes na minha essência gastronômica, marcas da minha cozinha”, conta Fábio.
Atualmente, o chef administra dois empreendimentos em Juiz de Fora: a Duo Chocolateria, ao lado de sua esposa, e o restaurante Dome gastronomia, com Thiago Caiafa, que será inaugurado em março na Rua Catulo Breviglieri, Bairro Vale do Ipê.