Ícone do site Tribuna de Minas

A questão espiritual da arte na obra de Wassily Kandinsky, coreografada pela Cia Druw

Cia Druw Ludico rodrigo netto 7
“Lúdico”, da Cia Druw (Fotos: Rodrigo Netto)
PUBLICIDADE

A paulistana Cia Druw tem realizado espetáculos inspirados em obras de artistas visuais consagrados, como “Vila Tarsila” (2009), sobre a modernista Tarsila do Amaral, “Girassóis” (2011), sobre Vincent Van Gogh, “Poetas da Cor”(2015), a partir de Cândido Portinari, e “Daqui, Dalí ou De lá? “ (2018), sobre Salvador Dalí. Neste final de semana, sábado (12) e domingo (13), a companhia passa por Juiz de Fora, no Teatro Solar, com duas apresentações com acessibilidade e entrada franca de “Lúdico”, inspirado nas cores e formas do pintor russo Wassily Kandinsky, professor da famosa escola Bauhaus que introduziu a abstração no campo das artes visuais. A peça propõe, de forma colorida e poética, um passeio pelo universo de criação de uma obra de arte, onde as cores e as formas se agitam em busca de um lugar para habitar.

Miriam Druwe, diretora da Cia Druw, criou o espetáculo com Cristiane Paoli Quito. “A ideia de coreografar Kandinsky para crianças surgiu da leitura do livro ‘Do Espiritual na Arte’, que é um tratado filosófico sobre a cor, a forma, a questão espiritual da arte, e como cada obra deve partir de uma necessidade interior, como cada artista deve seguir a voz do coração, e isso me tocou profundamente. Como ele atribuía sentimentos e sensações a essas formas e personalidade, eu e a Cristiane Paoli Quito nos juntamos, ganhamos fomento à dança, e iniciamos essa pesquisa. Um dos capítulos do livro se chama ‘A Tela Vazia’, no qual ele falava sobre as personalidades”, conta Miriam, por e-mail.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Ela também falou à Tribuna de Minas sobre a experiência da acessibilidade dentro do Diversão em Cena, projeto da ArcelorMittal. “O retorno tem sido incrível, porque, depois da apresentação, temos feito bate-papos com os participantes, que é quando, no caso de pessoas com deficiência visual, eles têm acesso aos objetos, tateiam, escrevem as suas sensações, fazem perguntas. Tem sido maravilhoso poder ter essa experiência, tanto para nós e, acredito, para eles também”, conta.

O elenco é formado por sete bailarinos em cena: Alessandra Fioravantti, Letícia Rossi, Manu Fadul, Elizandro Carneiro, Orlando Dantas, Anderson Gouvea e a própria Miriam Druwe.  Esse foi o primeiro espetáculo da companhia direcionado ao público infantil. A peça narra a transformação de uma tela branca em quadro, enquanto personagens inusitados, como a reta, a curva e o ponto, invadem o palco em busca de seu lugar. A reta sabe muito bem o que quer, tem destino certo; a curva é uma reta distraída, sinuosa, assanhada, elástica, pode ceder e evitar, é capaz de desviar; e o ponto é o início de tudo. Por ser o princípio, a tela branca foge de todos, porque se acha linda e tenta convencer a todos que o mais simples é o que tem mais graça e também expectativa.

PUBLICIDADE

SERVIÇO

Lúdico, da Cia Druw (1h de duração)
•  Sábado (12), com audiodescrição, e domingo (13), com intérprete de libras, às 16h.
•  No Teatro Solar (Av. Presidente Itamar Franco 2104, São Mateus)
Entrada Gratuita, faixa etária livre

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile