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Semana da Cachaça da Zona da Mata começa nesta terça-feira

Felipe Couri cachacas DESTACADA semana da cachaca 7
Felipe Couri cachacas semana da cachaca 7
Semana vai proporcionar a troca de experiência entre nomes que representam o segmento da cachaça nacionalmente e aqueles que ainda estão começando (Foto: Felipe Couri)
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A mineiridade tem cheiro de terra, comida temperada e cachaça. Por mais antiga que seja Minas Gerais, aquilo que foi plantado lá no começo ainda segue sendo colhido. Mas não fechando os olhos para as mazelas: recriando formas de valorizar a raiz, visitando o que já fomos e pensando no que somos hoje. Ter na cachaça um patrimônio do estado nem sempre foi tão bem aceito. Isso porque, por mais tradicional e significativa que seja sua produção, outras definições foram sendo somadas ao seu conceito e ganhando até adjetivos mal vistos. Olhar para ela como resgate popular e entender sua importância na persistência de uma Minas verdadeira, daquilo que é colhido na terra, é a intenção da primeira Semana da Cachaça da Zona da Mata, promovida pelo Reza Forte e pelo sommelier João Simoncini. O evento tem início nesta terça-feira (13), Dia Nacional da Cachaça, e se estende até a quinta-feira (15).

Valorizar a cachaça é, também, valorizar tudo aquilo que está ao redor de sua produção. “Fazer da cachaça um elemento de destaque é valorizar um produto 100% brasileiro, cuja produção é 99% proveniente de microempresas de estrutura predominantemente familiar”, diz Hugo Fernandes, um dos responsáveis pelo Reza Forte. Para enriquecer o início desse processo, que começa, como o próprio bar acredita, no local, eles convidaram produtores da região em diversos níveis de negócio para um encontro com aqueles que já estão representando o segmento em âmbito nacional, como as cachaças Bem me Quer, Havana, Pindorama e Salineira. Essa conversa, que aborda temas desde a regularização do alambique até a situação do mercado, vai ser mediada por João Simoncini, a partir das 9h, no Anfiteatro da Uniacademia, um dos apoiadores da semana, junto com a TV Diversa, a Abrasel e a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Prefeitura de Juiz de Fora.

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Mais que beber, consumir cachaça

Mas a ideia, de acordo com Hugo Fernandes, é também pensar no consumo da cachaça de uma maneira mais ampla: “Nosso objetivo é interligar e fortalecer diversos agentes dessa cadeia: clientes, bartenders, donos de bares e restaurantes e produtores de cachaça”. Por isso, já no Reza Forte, durante todos os três dias, a casa vai promover exposições que unem arquitetura, produção de queijo, doce e produções de cachaças locais. “Convidamos a oficina Malungo e a Kcos Arquitetura para dialogar com esse universo: réguas de degustação, suporte para garrafas, rolhas, embalagens para presente e estruturas para transporte. São incontáveis os contextos em que a cachaça é muito bem-vinda e a gente mostra isso: torresmo enrolado, massa de pastel, barreado, tiramissu e até no brigadeiro.”

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Na quarta-feira (14), também no bar, um minicurso vai promover, além de uma conversa sobre o tema, uma degustação guiada e harmonizada com Simoncini. Para complementar o cardápio da cozinha já conhecida, a Queijeira Terruá da Mantiqueira e o Alfarr Dedicação Artesanal somam na produção. Atrações musicais vão fechar as noites. Além disso, a semana vai contar com o lançamento do rótulo do Reza Forte, Saudade – cachaça prata com 13 anos de descanso.

História e economia

O olhar para a comida brasileira, sobretudo mineira, precisa se debruçar sobre a cachaça. “Quando olhamos para a cozinha caipira, mancha que estende pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, encontramos alambiques improvisados nos quintais em meio às plantações de milho, cana-de-açúcar e mandioca. História que, por sua vez, se confirmou quando da abordagem dos produtores rurais de nossa cidade: muitos deles produzem cachaça para consumo familiar”, enfatiza Fernandes, que ainda lembra que o plano de fundo de idealização dos botecos sempre foi a própria cachaça.

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Por outro lado, fortalecer a produção na região é, também, uma medida econômica: “Pagamos mais caro por destilados importados de qualidade razoável enquanto poderíamos contemplar cachaças de alambiques que não estão a mais de 100km de distância de nós. E essa máxima vale para os quatro cantos do nosso estado. Minas Gerais concentra 60% da produção da cachaça de alambique do país. Tomando como parâmetro a nossa região, por exemplo, temos inúmeros rótulos à disposição: Dom Bré, Cabilê, DuBotti, Duquesa, Araci, Taruana”, exemplifica.

Semana da Cachaça da Zona da Mata

Programação

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13 de setembro (terça-feira):

9h30 – Roda de conversa sobre regularização de alambique, premiações de cachaça, tendências e mercado, mediada pelo professor João Simoncini, no Anfiteatro do Uniacademia (Rua Halfeld 1179 – Centro)

14h a 17h – Oficina sobre o uso da cachaça na massa de pastel, com o professor Felipe Caffini, no Anfiteatro do Uniacademia (Rua Halfeld 1179 – Centro)

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18h – Comemoração do Dia Nacional da Cachaça, com exposição de produtos ligados à cachaça, exposição de docerias, queijaria e cachaças locais, no Reza Forte (Rua Doutor João Pinheiro 356 – Jardim Glória)

20h – Apresentação musical de Mano a Mano (Diegho Salles e Natan Santos) e DJ Filipe Mattos, no Reza Forte (Rua Doutor João Pinheiro 356 – Jardim Glória)

14 de setembro (quarta-feira):
18h – Exposição de produtos ligados à cachaça, exposição de docerias, queijaria e cachaças locais, no Reza Forte (Rua Doutor João Pinheiro 356 – Jardim Glória)

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19h – Minicurso com apresentação de trabalho do grupo de estudos da cachaça, degustação guiada e harmonizada, com o professor João Simoncini, e conversa sobre a evolução do mercado de cachaça, com Milton Lima, embaixador da cachaça Pindorama, no Reza Forte (Rua Doutor João Pinheiro 356 – Jardim Glória)

15 de setembro (quinta-feira):
18h – Exposição de produtos ligados à cachaça, exposição de docerias, queijaria e cachaças locais, no Reza Forte (Rua Doutor João Pinheiro 356 – Jardim Glória)

20h – Apresentação musical de Carlos Fernando Cunha e grupo

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