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Lagum estreia ‘Depois do fim’ em Juiz de Fora no Festival Pop Up

Lagum
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‘Depois do fim’ registra uma nova fase da banda, que, além da nova formação, assume estética mais serena, incorporando novas harmonias e novos formatos de se apresentar (Foto: Weber Padua/ Divulgação)

Parece que a banda mineira Lagum se sentiu realmente em casa em Juiz de Fora. Isso porque a cidade foi escolhida para estrear a turnê do álbum “Depois do fim”, lançado em abril. O show faz parte do Festival Pop Up, que acontece em dois dias, neste final de semana, no Terrazzo. O primeiro, nesta sexta-feira (12), além de Lagum, conta com apresentações de Lamparina, Vitor Kley e Fresno, a partir das 18h30. Já no sábado (13), o evento recebe os shows de ETC, Big Up, Dora Sanches, Nobat, Clara x Sofia, Vitão, Priscilla Alcantara e Pitty, a partir das 15h.

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“Depois do fim”, um álbum com 14 faixas, dá continuidade ao “Fim”, EP lançado em março, que já apontava os novos caminhos que a banda, agora, assumiu encarar. Quando o grupo, formado, atualmente, por Pedro Calais (vocal), Zani Furtado (guitarra), Jorge Borges (guitarra) e Chico Jardim (baixista), esteve em Juiz de Fora, há um ano, lançado ainda o disco “Memórias”, vivia um intenso processo de luto após a perda do baterista da banda, conhecido como Tio Wilson. Esse sentimento, impulsionado pela pandemia, fez com que eles se apresentassem mais introspectivos, reflexivos em relação ao que são e para onde iriam.

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Todo esse processo guia “Depois do fim”, que registra uma nova fase da banda. Para além da nova formação, eles assumem uma estética mais serena, incorporando harmonias novas e novos formatos de se apresentar. Foi uma escolha de maturidade, para além de tudo, de assumir, realmente, quem são os quatro juntos. Já de cara, na música de introdução, eles reafirmam essa escolha e já anunciam que é mesmo o acaso quem guia. Em coletiva de imprensa, no lançamento do disco, Pedro declarou: “O ponto chave desse disco é o recomeço. A gente está indo para um novo rumo. É sobre um mergulho para dentro de si, enfiando a cabeça debaixo d’água, indo lá no fundo, e subindo de novo para respirar outros ares”.

O interessante é que essa ideia de recomeço permeia grande parte das músicas, sobretudo as que dizem respeito aos relacionamentos amorosos. “É uma ressaca do término”, brinca Pedro. O nome já sugere essa ressaca. Glauco, inclusive, disse que acredita que, falando sobre esses términos, acaba ajudando outras pessoas que se encontram em situação semelhante. “Internamente, passamos por diversos fins. A música acaba sendo impactada, as relações também. O fim está presente na vida de todo mundo, mas, mesmo assim, ele é temido. A nossa ideia é tocar as pessoas.” Pedro ainda completou: “Quem foi ao fundo do seu próprio poço tem o que falar, não importa a profundidade”.

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Anúncio de um novo Lagum

Incorporar a estética de uma banda sem baterista foi importante para que eles encontrassem um caminho que não substituísse o instrumento, mas que desse possibilidade de novas experimentações. Sem feat, eles apostam nos samples e nos recursos eletrônicos. Essa é a nova cara do Lagum. As referências são as mais diversas: dos anos 1990 até o jazz, passando por João Gilberto a Pink Floyd. E cada um dos integrantes colou uma parte de si no projeto.

O que ajudou a entender como seria “Depois do fim” foi a imersão feita em Campinas para pensar no disco que queriam apresentar. Por causa dela, de maneira natural, o álbum acabou se tornando também visual. As próprias canções, por terem temas em comum, falar de um grande assunto em plano de fundo, têm uma narrativa que se completa. O roteiro já estava dado. Sem cortes, como se o espectador estivesse acompanhando todo o processo, eles lançaram os vídeos, disponíveis no YouTube.

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Para que cada música fosse capaz de transpassar os sentimentos da composição, Pedro conta que usou diversas técnicas na gravação. Ele, na hora, se transporta para o momento da composição de maneira a entender como estava se sentindo naquele momento. Canta com choro agarrado na garganta, medo ou raiva na voz. A grande ideia de tudo é fazer mesmo o outro sentir.

Em momentos cada vez mais propensos ao pop, Lagum se atira em outro rumo. Fincam o pé no lugar onde se sentem confortáveis agora. “Nosso propósito é muito maior do que fazer sucesso”, reiteram, na coletiva. O novo é que deixa os quatro, juntos, empolgados. Agora, a começar por Juiz de Fora, eles testam como essa nova forma de ser Lagum funciona nos shows, confiantes de que entregaram um disco melhor que o último e que o que ainda virá será ainda melhor que “Depois do fim”.

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