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Prefeitura de Juiz de Fora confirma pré-carnaval 2018

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Real Grandeza, escola que ensaia num posto de gasolina próximo, aguarda condições para reabrir quadra, famosa pelas festas e feijoadas (Foto: Fernando Priamo)
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“Para não ter surpresa e ganhar de presente um abacaxi para descascar, nesse carnaval use camisinha e previna-se contra as DSTs.” “Não seja um banana. Se um ‘brother’ seu vacilar com alguma garota, fala para ele que ele tá mandando malzão. Respeita as mina. “Ela chapou os coco e tá doidona?! Aproveite para ajudar e mostrar que você é um cara legal. Sexo sem consentimento é estupro. E estupro dá cadeia.” Personagens da campanha de conscientização contra preconceitos, violências, abusos e atos inseguros, as frutas estampam todo material gráfico que a Funalfa produz para o carnaval de Juiz de Fora, que começa no dia 26 de janeiro. Espalhada em estandartes, bottons e outras peças pelos blocos, shows e festas, as frases de efeito buscam a viralização na internet, como aconteceu com produções anteriores de cidades como Recife, que levou para a folia de 2017 seu “Pequeno manual prático de como não ser um babaca no carnaval”.

De acordo com o superintendente da Funalfa, a ideia é usar do bom-humor para disseminar mensagens positivas. “Vamos aproveitar que o carnaval mobiliza a paixão das pessoas para incutir valores positivos na população”, comenta, destacando que as frases, bem como os layouts, ainda estão em estudo e podem sofrer alterações. “As frutas trazem essa coisa brasileira, tropical e deixam as peças bem carnavalesca e colorida. O slogan é ‘Festa para todos gostos’ e até quem não gosta de carnaval vai ser beneficiado, podendo saber por onde não passar”, aponta o diretor de cultura da fundação, Zezinho Mancini, referindo-se, ainda, à presença da folia local no aplicativo Waze, que terá sinalizadas as alterações de trânsito repassadas pela Settra.

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Para que as escolas gerem receita

No contraponto dos frutos, as raízes também estão no centro das atenções do carnaval juiz-forano. Anunciado nesta quinta (11), o repasse de R$ 150 mil para um fundo de requalificação das escolas de samba representa a tentativa que visa restabelecer os desfiles apostando na força das comunidades. Desmanteladas nos últimos anos, as quadras das agremiações permanecem, em sua maioria, desde 2013, interditadas pelo Corpo de Bombeiros, gerando o endividamentos das escolas e a desmobilização de seus componentes. Ainda aquém do necessário para a revitalização dos espaços, o montante servirá, de acordo com Rômulo Veiga, como um pontapé inicial.

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Considerada o berço do samba na cidade, Juventude Imperial é retrato da desarticulação e desmantelamento dos desfiles carnavalescos na cidade (Foto: Fernando Priamo)

Distribuído por edital – que será redigido em parceria com as escolas de samba de Juiz de Fora – previsto para o primeiro semestre, o valor subsidiará eventos e pequenos reparos nos endereços que, há décadas, foram doados pela Prefeitura, tendo como contrapartida as ações sociais que seriam desenvolvidas nos espaços. “O investimento nas escolas de samba se faz necessário. Os desfiles, sim, devem ser incentivados pelo Poder Público, mas não só por ele. Temos que ter um modelo de sustentabilidade econômica”, defende o superintendente. “As escolas de Juiz de Fora, para gerar receita, precisam de estrutura. A maioria não encontra isso por diversos motivos”, pontua Rômulo.

“Essas escolas podem ser um vetor de transformação cultural.” Reconhecendo a força do carnaval de desfiles, o superintendente diz acreditar, também, na urgência de reformulação de um modelo que se mostra insuficiente para a evolução das agremiações e asfixiante para os cofres públicos. “Não ficamos felizes que não tenha desfiles, mas o formato adotado em Juiz de Fora é muito antiquado”, afirma, garantindo reformular o projeto para, novamente, aprovar na Lei Rouanet a captação de recursos com a iniciativa privada para a realização dos desfiles em 2019.

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Folia antes e durante

Com previsão orçamentária próxima à de 2017, quando a Funalfa despendeu R$ 480 mil com o carnaval de rua, a folia deste ano já conta com 40 blocos inscritos no edital de apoio às entidades carnavalescas, cujas inscrições terminam nesta sexta (12). Após passarem por uma comissão mista, composta por órgãos de segurança e de gestão na cidade, as solicitações resultarão na agenda da festa local, que já tem confirmado o desfile do Parangolé Valvulado, o maior bloco de rua da cidade, que volta a desfilar, enfrentando a Avenida Getúlio Vargas no próximo dia 4, um domingo.

Interessada no alcance proporcionado pela internet, a fundação – que no carnaval passa a usar nova logomarca, bastante identificada com o universo virtual, onde espera inserir todos os produtos culturais locais – promete criar um mapa da folia on-line, com todos os eventos cadastrados e a possibilidade de filtragem por região, estilo, dentre outras marcações. Iniciada em 2014, a antecipação do carnaval em Juiz de Fora mantém-se em 2018, ganhando, porém, um show no domingo (11), das 10h às 17h, na Praça Antônio Carlos, reverenciando o centenário do sambista Geraldo Pereira, cujas raízes estão em Juiz de Fora e os frutos no Rio de Janeiro, para onde mudou-se aos 10 anos.

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