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Monólogo ‘A luta’, com Amaury Lorenzo, chega a JF

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Em cena, Amaury Lorenzo, que faz parte do elenco da novela “Terra e paixão”, conta as histórias das batalhas ocorridas em Canudos, narrada em “Os sertões” (Foto: Sérgio Lobato)
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Neste domingo (12), o Teatro Paschoal Carlos Magno recebe a peça “A luta”, um monólogo estrelado pelo ator Amaury Lorenzo, baseado na terceira parte do clássico “Os sertões”, de Euclides da Cunha. O espetáculo, que tem direção de Rose Abdallah e dramaturgia de Ivan Jaf, começa às 20h. E os ingressos estão disponíveis no link.

Em cena, Amaury, que, inclusive, faz parte do elenco da atual novela das nove, “Terra e paixão”, tem a missão de contar as histórias das batalhas ocorridas em Canudos, em 1896, sobre a qual Euclides da Cunha lançou seu olhar no livro datado de 1902. A Guerra de Canudos, de um lado, tinha como chefe Antônio Conselheiro, que, com sua tropa, lutava contra as forças militares da recém-proclamada República do Brasil.

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Mais que encenar, a ideia foi mesmo de colocar Amaury como um contador de história. “Houve a intenção de evocar os rapsodos, os contadores de histórias épicas na Grécia antiga. Foram eles que passaram adiante longos poemas de batalhas, como a Ilíada, de Homero. Imaginei que a Guerra de Canudos pode se perpetuar assim também, contada por um só homem, usando apenas seu corpo e sua voz”, explica Ivan.

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(Foto: Nando Machado)

Recontar é preciso

Mesmo tantos anos depois da guerra, o dramaturgo ainda acha necessário recontar essa história, nos dias atuais. “Acho que a Guerra de Canudos é uma história que precisa ser contada, principalmente do ponto de vista de Euclides da Cunha, que reconheceu no episódio uma metáfora forte e reveladora das relações sociais do ‘Brasil profundo’. A partir dela, ele criou uma obra-prima da literatura. Mas para que essa obra literária se perpetue, é necessário mantê-la viva, adaptá-la a outros formatos de narrativa. O teatro é uma das melhores formas de se contar uma história.”

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Para que fosse possível contar a história de uma guerra a partir de um livro com quase 400 páginas, foi necessário escolher, então, uma das partes. E, foi, então, exatamente a que leva o nome da peça: “A luta”. Ainda assim, Ivan acredita que as outras partes “A terra” e “O homem” também foram essenciais para que se pensasse no texto e na direção, sobretudo porque as duas primeiras são alicerce da terceira parte. Essa escolha tem, sim, uma justificativa: “As primeiras duas partes do clássico são fundamentais para a obra literária, (…) mas não se prestariam à minha dramaturgia, baseada na emoção, no conflito, no drama”. E segue: “As duas primeiras partes são textos árduos como a caatinga, mais para as ciências exatas do que humanas”.

Um único ator em cena dá conta de passar o recado. E, então, agora, em “A luta”, o texto de Euclides passa também pelo olhar de Rose e Ivan, e, sobretudo, pelo olhar de Amaury. Já que, um texto no mundo, é mesmo do mundo. Mas, ainda assim, Ivan conta que fez questão de manter a visão do autor do livro, claro que com adaptações que a dramaturgia exige. Mas toda a energia vem do corpo do ator que encara o público no monólogo e dá vida a personagens tão importantes na história do Brasil.

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