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Zé Renato e trio Amaranto estreiam espetáculo em Juiz de Fora

Trio Amaranto e Ze Renatodestacda
Trio Amaranto e Ze Renato
Flávia, Lúcia e Marina Ferraz, do trio Amaranto, se unem a Zé Renato em espetáculo infantil (Foto:  Ana Migliari e Élcio Paraíso/ Divulgação)
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“A música não precisa ser especificamente para criança. O que importa é a conexão.” Em entrevistas diferentes, o músico Zé Renato (ex-Boca Livre) e Flávia Ferraz, do trio Amaranto, disseram a mesma frase. Apesar de nunca terem estado juntos em um mesmo palco, mas algumas vezes dividindo as telas dos celulares com vídeos em redes sociais, o entrosamento já está certo desde antes do lançamento do show dos quatro, “O canto em nós – para crianças”. O espetáculo voltado para o público infantil – mas não só – será apresentado neste domingo (10), no Teatro Solar, às 16h. O ingresso é gratuito e pode ser retirado no aplicativo do Diversão em Cena ou uma hora antes, na bilheteria do teatro.
Zé Renato teve sua primeira incursão na música infantil com o “A arca de Noé”, ainda com o Boca Livre, nos anos 1980. Depois, aos poucos, outros projetos naturalmente foram surgindo. A convite da gravadora Biscoito Fino, o músico produziu, em 2003, o disco “Samba pras crianças” e, em 2006, o “Forró pras crianças”. Nos dois, um coro formado por crianças realizava uma imersão na música popular brasileira. De acordo com ele, a concepção desses álbuns se deu muito com base na sua própria experiência enquanto criança. “Eu acho que a criança pode absorver qualquer coisa. Eu me inspirei naquilo que eu ouvia em casa com meus pais. Foi baseado nas minhas próprias memórias a partir desse tesouro musical brasileiro.”
Com eles, surgiu a vontade de, então, fazer um outro disco apenas com composições próprias, e o “Água pras crianças” saiu no ano passado, quase 16 anos depois. Nele, Zé Renato insere alertas sobre a atual situação ambiental. “Foi uma forma que eu vi de trazer essa questão que a gente vive, e de uma forma muito clara para propor uma reflexão para as crianças”, diz.

Admiração mútua

Já de um outro lado, as irmãs Flávia, Lúcia e Marina Ferraz ouviam Boca Livre quando crianças. A “brincadeira” com os vocais que o grupo fazia foi uma das principais referências para a criação do trio Amaranto, grupo vocal de Belo Horizonte que surgiu há 24 anos. Desde 2006, com o nascimento dos filhos, elas realizam trabalho voltado às crianças. “Mas é engraçado, porque mesmo antes disso a gente já percebia que na frente do palco nos nossos shows várias crianças ficavam atentas a gente”, diz a Flávia. Ela acredita que é o vínculo visível – que extrapola as aparências – entre as três irmãs que desperta a curiosidade nas crianças e cria exatamente a conexão da qual Zé Renato também fala – e, para eles, é isso que importa em um espetáculo infantil.
O encontro entre o trio Amaranto e Zé Renato aconteceu na pandemia, com os convites para gravações de vídeos. A partir disso, tudo foi fluindo naturalmente até desaguar no show “O canto em nós – para crianças”, que reúne música do repertório tanto deles quanto de outros compositores brasileiros. O trio explicitamente traz referências do Boca Livre. Mas, para Zé Renato, esse encontro é, também, uma oportunidade de ele ter de volta o que sentia quando ainda fazia parte do grupo: “Eu tenho muita identificação com elas. Acho que esse encontro é uma forma de eu recompor uma história minha que chegou ao fim com o fim do Boca Livre. Eu encontrei um grupo vocal, que gosto muito, e ainda de uma nova geração. Para mim, o barato da música é esse: estar aberto para conhecer e aprender. E eu aprendo muito com elas”.
Flávia diz que “O canto em nós – para crianças” estreia com vontade de se estender. E a ideia é, mais para frente, pensar em um espetáculo parecido, mas voltado para os adultos. Apesar disso, e por achar que a música não precisa ter diferenciação de idade, ela garante que os adultos também podem se divertir nesse show. “É bom para os adultos porque a gente acaba lembrando do bom da infância, quando bastava a gente mesmo. É como se a gente sentisse que está em casa”, finaliza.

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