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Terror no espaço (ou: se correr, o alien pega; se ficar…)

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Ícone do cinema de ficção científica e terror, xenomorfo volta à franquia ‘Alien’ disposto a tirar o atraso (Foto: Divulgação)
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O ano era 1979, e de repente o mundo do cinema foi assoberbado por um longa-metragem que misturava ficção científica com o melhor dos filmes de terror. Obra de um diretor, Ridley Scott, que largou a carreira no ramo da publicidade na Inglaterra para tentar fazer a vida em Hollywood. Seu segundo filme, “Alien: O oitavo passageiro”, tornou-se um marco e referência no gênero ao apostar no clima claustrofóbico de horror na nave-cargueiro Nostromo, com uma criatura alienígena matando todos até sobrar apenas uma sobrevivente, que consegue o impensável: matar a criatura. Os legados? Uma nova estrela, Sigourney Weaver; a emblemática e apavorante criatura xenomorfa criada pelo designer suíço H.R. Giger, que se tornou um dos ícones pop do final do século XX; uma continuação arrebatadora dirigida por James Cameron; e outros dois longas que dividiram crítica e público, além dos derivados da franquia “Alien vs. Predador”.

Então chega 2017, e Ridley Scott lança o terceiro longa da franquia com sua assinatura. “Alien: Covenant” tem pré-estreia nesta quarta-feira e continua a história de “Prometheus”, de 2012, ambas servindo de prequel para a história contada há quase quatro décadas. O novo filme, porém, deixa para trás as questões existenciais de seu antecessor para investir num cruzamento de “O oitavo passageiro” com “Predadores” e – por que não dizer? – “Sexta-feira 13”, e aí pode ter quem goste ou não do resultado. A crítica, em geral, vem se dividindo entre o “ah, até que é legal” e o “mas que decepção!”.

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Nova rota – literalmente

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Equipe da Covenant encara uma roubada mortal no novo longa de Ridley Scott (Foto: Divulgação)

A história de “Alien: Covenant” se passa dez anos após os acontecimentos de “Prometheus”, e a diferença entre as tramas é visível. O filme de 2012 tentava responder a algumas perguntas deixadas no ar desde o primeiro longa da franquia – sendo a principal delas saber de onde viemos -, além de mostrar o encontro com os Engenheiros e a decisão de Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) de ir até o planeta natal dos caras para tirar satisfações – ou algo do tipo. “Covenant” poderia seguir a mesma trilha, mas Scott parece ter deixado as reflexões de lado para ir fundo em alguns dos elementos clássicos da série, que muita gente reclamou estarem ausentes no filme lançado há cinco anos. Ou seja: o povo queria ver o alien assassino e mortes horrendas e repugnantes.

Continuando. O ano é 2.194 e milhares de pessoas estão a bordo da nave Covenant, que levará todos para um planeta muy distante a ser colonizado. Só que um contratempo provoca a morte de parte dos tripulantes, todos em animação suspensa, enquanto um pequeno grupo é tirado da caminha criogênica. O líder dessa turma é Oram (Billy Crudup, de “Watchmen”), líder acidental que toma uma daquelas decisões estúpidas típicas de filmes de terror – e que contrariam toda a lógica de uma missão no espaço: apesar de ter como destino um planeta considerado habitável e seguro para colonização, ele desvia a rota da Covenant para atender a um sinal de socorro oriundo de um planeta próximo.
Enquanto macaco velho não mete a mão em cumbuca, o sujeito manda para o espaço todos os protocolos e segue com uma equipe para investigar um lugar completamente desconhecido e que não se sabe se é seguro para seres humanos. A única pessoa a ter alguma sensatez é a segunda em comando, Daniels (Katherine Waterston, de “Animais fantásticos e onde habitam”), que é contra o desvio de rota; mas, voto vencido, estará lá, ao vivo e a cores, para dizer “eu não avisei?” quando tudo der errado. E podemos ter certeza que tudo vai dar muito errado para a galera.

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O bicho vai pegar – e estraçalhar

Ao chegar ao planeta, eles descobrem a nave que Elizabeth Shaw pegou “emprestada” em “Prometheus”, além do androide David (Michael Fassbender). E alguns ovos e embriões muito esquisitos, nos quais nenhum biólogo sério colocaria as mãos. Mas é de burrice que são feitos os filmes com criaturas assassinas, e logo haverá um festival de facehuggers e, principalmente, o famoso e emblemático alien negro, gigante, viscoso, com uma segunda cabeça no lugar da língua, que solta ácido pela boca e curte matar todo mundo. E não será apenas um, mas vários desses aliens do mal cometendo as atrocidades que os fizeram famosos, e então “Alien: Covenant” se torna uma promessa de muitas mortes sanguinolentas, tentativas desesperadas de sobreviver, gritos de dor lancinantes, berros de socorro e Daniels tentando emular a tenent Ripley de Sigourney Weaver. Bastante diferente do “Quem somos nós? De onde viemos? Quem nos criou?” de “Prometheus”.

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ALIEN: COVENANT

UCI 5 (leg): 20:40 (qua)

Classificação: 14 anos

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