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José Passini ganha biografia da jornalista Flávia Halfeld

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Professor José Passini completa 95 anos neste domingo (Foto: Divulgação)
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O ex-reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) José Passini até ponderou que não merecia ter um livro a respeito da própria vida. Mas a delegada da Polícia Civil aposentada e jornalista Flávia Halfeld rebateu. “Por que não? O senhor não é uma figura desconhecida. Mesmo que fosse, acho que tem muita coisa para contar.” Passini era amigo de longa data do pai de Flávia, Kleber Halfeld, falecido em 2015. “O Passini até conta com muita graça e prazer que me carregou no colo”, brinca. O ex-reitor, então, consentiu. Em vias de completar 95 anos neste domingo (11), José Passini ganhou a biografia “Do zero ao infinito – A trajetória de um determinado” (119 páginas, Editar), cujo lançamento oficial ainda está sem data para ocorrer em razão das restrições impostas pela Covid-19.
Desde a morte do pai, Flávia, membro da Academia Juiz-Forana de Letras, estava inclinada a colocar no papel de uma forma ou outra ideias que pudesse transmitir a outras pessoas. “Não sei se espiritualmente falando o meu pai me passou isso de escrever uma biografia. Muitas pessoas me perguntavam: ‘Ah, por que você não escreve uma biografia do seu pai?’ Porém, não tive o ímpeto de escrever uma biografia do meu pai, então a figura do Passini me veio.” A figura de Passini está de certa forma entrelaçada à de Kleber. Ambos se conheceram no Grupo de Estudos Espíritas Garcia. “O Passini foi um homem que se dedicou a vida inteira, desde que veio para Juiz de Fora, nos anos 1950, a tratar do espiritismo, com o qual tinha contato desde pequeno, e do esperanto (língua neutra auxiliar criada pelo médico polonês Lázaro Luiz Zamenhof como universal). Até hoje ele se destaca nestas duas áreas. A inspiração, então, surgiu realmente daí, da amizade entre ambos.”
Embora a biografia destaque sobretudo a trajetória de Passini junto ao espiritismo e ao esperanto, Flávia busca as raízes da família do ex-reitor da UFJF. Ele é natural do Distrito de Nova Itapirema, do Município de Nova Aliança, no interior de São Paulo. “Faço uma viagem sobre os imigrantes que vieram para o Brasil entre o fim do século XIX e início do século XX, falando sobre as duas famílias que acabaram se conhecendo e criaram uma prole grande. O Passini é justamente um dos filhos. De Nova Aliança, a família foi para Lins, passando todas as agruras que os imigrantes passam em países estranhos. Ele teve uma infância muito dura, sofrida, andava de pé descalço e a mãe aproveitava tudo o que podia.” Apenas após se casar, complementa Flávia, Passini veio para Minas Gerais, onde conheceu a família de Flávia.

Carreira acadêmica

Apesar de ter sido da paixão pelo esperanto que José Passini conheceu Kleber – professor da língua –, a família Halfeld ainda o incentivou a deflagar a carreira acadêmica nas Letras, relembra Flávia. “Aqui, Passini continuou dentro da doutrina espírita e começou a desenvolver mais o trabalho filantrópico. Ele teve apoio da minha mãe para seguir uma carreira acadêmica, fez a graduação e foi galgando dentro da Universidade os vários setores até ser escolhido para ser reitor.” Embora sempre participasse de congressos nacionais e internacionais sobre esperanto, Passini, enquanto reitor, não se preocupou em levar para a Universidade o espiritismo e o esperanto, pondera Flávia.
“Durante os quatro anos de mandato, ele enfrentou problemas como qualquer administração pública, mas, por exemplo, criou os cursos de fisioterapia, arquitetura e psicologia. Ainda levou a Faculdade de Farmácia para o campus, além de ter desmembrado o curso de comunicação da Faculdade de Direito, do qual era apenas um departamento. Dentre outras coisas, o Passini também levou o Colégio Técnico Universitário (CTU) lá pra cima e fez a abertura da passagem (viária) pelo campus.”
Embora amadurecesse a ideia da biografia desde a morte do pai, Flávia começou a apurá-la em 2019, quando passou a recolher os depoimentos de Passini na casa do ex-reitor. “Conversamos durante meses entre 2019 e o início de 2020. Estive semanas junto com o Passini. Passava semanalmente mais ou menos três horas com ele. Eu o ouvia, gravava, vinha para casa e, depois, submetia à aprovação dele. Sempre tinha um cafezinho e um lanche que a esposa do Passini, Norma, nos servia. Procurei apurar o máximo que pude para colocar no livro.” A obra ainda tem depoimentos de amigos de Passini, mas também de professores contemporâneos à época. “Ele fala ainda muito da amizade que tinha com o professor Manoel Barbosa Leite, que foi por muitos anos da Associação Cultural Brasil-Estados Unidos.” O título, já à venda, pode ser encontrado tanto no site da Editora Editar (www.editar.com.br) quanto por meio de contato direto com Flávia por meio do número (32) 99982-4140.

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