Foi lançado, nesta quinta-feira (7), o segundo disco de Mayra May, cantora e compositora juiz-forana, criada no Espírito Santo e, atualmente, radicada no Rio de Janeiro. “Te tatuei em braille” traz oito canções que passeiam pelo samba e apresentam ritmos como ijexá, partido alto e maxixe, além de referências às levadas dos enredos de escola de samba. O trabalho já está disponível nas principais plataformas de streaming.
O álbum tem um tom bem-humorado e, nas faixas, fala sobre história de amor, amores platônicos, desilusão e também sobre religiosidade. Exemplo disso é a canção que dá título ao trabalho. É um samba composto por Mayra em parceria com Rosana Marques que, no álbum, tem participação de Ana Costa. O enredo traz um amor não correspondido que ficou marcado na pele e, depois, em braille.
Outra canção do álbum também traz participação. É o caso de “Guia”, lançada anteriormente como single, e que conta com a voz de Alana Moraes. É a faixa que abre o trabalho e costuma abrir também os shows de Mayra, que conta que a escreveu com o intuito de pedir proteção, através desse ijexá. Ela foi inspirada ainda no direito fundamental de se escolher livremente sua crença ou religião.
Mayra traz ainda uma parceria com seu pai, Cezar Itaborahy, na música “Verde branco azul e rosa”, que ganha arranjo típico de enredo de escola de samba. Ela faz referência às agremiações Portela e Mangueira, e conta a história de uma pessoa apaixonada por uma mulher que frequentava ambas escolas. Tem também no trabalho a canção “Torta capixaba”, parceria com Chico Alves, que faz referência ao prato típico do Espírito Santo.
Alessandro Cardozo foi quem assinou a produção musical de “Te tatuei em braille”. Ele assina também os arranjos ao lado de Paulão 7 Cordas e Rafael dos Anjos. Já os instrumentos são assinados por Gabriel de Aquino, Dudu Oliveira, Pedrinho Ferreira, Leandro Saramago, Luciano King e Luiz Louchard.
Trajetória
Mayra cresceu dentro das rodas de samba que seu pai promovia ao lado de amigos. É por isso que conta que sabe letras inteiras de samba desde criança. Foi em Vitória que começou a tocar em bares e casas noturnas. Quando se mudou para o Rio de Janeiro, descobriu que tinha muito mais que aprender. Lá, é nome recorrente de redutos do samba, como Rio Scenarium, Feira da Lavradio, Bar Semente, Fuska Bar, Casa de Luzia, Fábrica Bhering, Bar do Zeca Pagodinho, Sala Baden Powell, Pavilhão Botafogo e outros. Além disso, participa de diversos festivais.
Ela atuou ainda como atriz do musical “Tem malandragem na Lapa”, em 2014. Seu primeiro disco, “Quem convidou”, foi lançado em 2016.
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