
O Pato Fu retorna à Juiz de Fora com o projeto “Música de Brinquedo”, no qual sucessos da música pop brasileira e internacional ganham novas versões tocadas com instrumentos de brinquedo. A proposta, criada pela própria banda, explora sonoridades simples e lúdicas para reinterpretar canções conhecidas pelo público.
O show reúne Fernanda Takai, John Ulhoa, Ricardo Koctus, Xande Tamietti e Richard Neves, que utilizam pianinhos, kazoos e miniaturas musicais. A apresentação conta ainda com o Grupo Giramundo, responsável pelos bonecos e elementos visuais em cena, além de Tiago Braga e Camila Lordy, operadores dos brinquedos e miniaturas.
Com mais de 30 anos de carreira, o Pato Fu mantém a experimentação como marca registrada. A banda se apresenta neste domingo (9), às 10h, no Terrazzo, com a turnê “Música de Brinquedo 2”. O show integra o Festival Aprendendo a Crescer, que também reúne atrações como Mundo Bita, Mini Joia, O Quintal da Guegué, Trupicada e Fuxico & Xaveco.
Tribuna: O “Música de Brinquedo” virou um marco afetivo para o público. O que, para você, torna esse projeto tão especial?
Fernanda Takai: “O repertório tem papel fundamental e a sonoridade de brinquedo é muito atraente. Além disso, a participação do Giramundo no show faz tudo ficar mágico.”
Tribuna: Com mais de 30 anos de carreira, o “Música de Brinquedo” também funciona como uma forma de renovar o olhar sobre a própria trajetória de vocês?
“Esse álbum e o espetáculo trazem uma constante renovação de público. A gente se sente muito amado por pessoas que se conectam com essa proposta de ter as crianças e adultos se divertindo juntos.”
Tribuna: O Pato Fu é conhecido por sua criatividade ao longo das décadas. Em que medida o “Música de Brinquedo” representa a essência inovadora da banda?
“É o Pato Fu nesse desafio técnico que é tocar com instrumentos imperfeitos e apostar no coletivo. Temos mais dois músicos, além dos integrantes e também três marionetistas. Subir ao palco sem o conforto dos instrumentos tradicionais e nossas canções autorais é totalmente diferente.”
Tribuna: Em um momento de tanta tecnologia e conteúdos rápidos, como você percebe o impacto de apresentar música de maneira lúdica e artesanal?
“Acredito que seja demonstrar como fazer as coisas com nossas próprias mãos, performar ao vivo sem qualquer conteúdo gravado, é muito bom! É como humanizar outra vez um espetáculo. Sem recorrer a cenários digitais ou computadores.”
Tribuna: Passadas tantas fases da música brasileira, o que você acredita que permanece universal quando o assunto é encantamento – especialmente para o público infantil?
“Nunca subestimá-lo! As crianças não gostam quando a gente se limita a tratá-las de uma forma muito tutorial. Temos que deixar o espaço aberto para que elas exercitem a imaginação também.”
Tribuna: O show dialoga com crianças pequenas, mas também com adolescentes e adultos. Como vocês pensam em criar uma experiência que realmente abarque todas as idades?
‘As canções que vem do universo adulto somadas a nossa atitude no palco, figurinos e o teatro de bonecos, proporcionam essa amplitude de gostos.”
Tribuna: Vocês atravessaram gerações de ouvintes. O que mudou – e o que não muda – na forma como o público se relaciona com o Pato Fu?
“Acho que mantemos nosso espírito jovem. Na origem da banda, reside uma inquietação. A gente tenta não se repetir. Surpreender a nós mesmos e então oferecer isso ao público.”
Tribuna: Existe algo nas crianças de hoje que te surpreende quando elas estão diante da música? Algum comportamento, reação ou sensibilidade que te marca?
“Parece que elas decidem bem mais rápido do que gostam ou não gostam. Dependendo da forma como são criadas podem ser pessoas muito impacientes e imediatistas. Mas se a gente não pular etapas, serão pessoas com maior discernimento frente ao mundo.”
* Estagiária sob supervisão da editora Mariana Floriano

