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Juiz de Fora: GPS afetivo

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Bem disse Ziraldo, no clássico infantil “O Menino Maluquinho”, que a única coisa que não se pode segurar é o tempo. Com a passagem dele, perdemos de vista lugares, pessoas e referências que marcaram épocas, e com a cidade de Juiz de Fora não é diferente. Com a ajuda de leitores, a Tribuna listou lembranças da cidade, lugares que foram “points” de outras gerações, o canto certo para lanches que até hoje persistem na memória, o lazer de crianças que hoje são adultos saudosos, ou a grande novidade da terrinha em outros tempos. Como uma espécie de GPS afetivo, a matéria conduz por lugares que já não habitam o mapa atual de Juiz de Fora, mas seguem intactos onde nem o tempo conseguirá apagá-los: nas memórias. Este é só o começo desta viagem no tempo. Ao longo da semana, a Tribuna relembrará outros locais caros aos juiz-foranos e que não mais existem. E mais importante, convida você, leitor, a participar do processo, dividindo suas histórias e sugerindo mais locais inesquecíveis da cidade. Sempre que recebermos seu texto, foto ou até mesmo vídeo de sua lembrança querida, vamos postar aqui, fazendo desta matéria, um mergulho nas lembranças dos juiz-foranos. Embarque conosco! Envie seu  material para internet@tribunademinas.com.br, pelo Facebook no jornal ou entre em conosco pelo WhatsApp da Tribuna 99975-2627 e esta página será atualizada  com novos fragmentos de memória afetiva, criando o que certamente será uma rolagem infinita de boas recordações e nostalgia.    

Quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

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Fotos: Arquivo pessoal/Zelon Fonseca Ribeiro

Situado em um ponto bem central da cidade, o Armazém Ribeiro, fundado em 1935, ficava na Avenida Rio Branco, 2869, esquina com a então Rua do Sampaio.  De propriedade de Odilon Ribeiro, a casa era chamada, quando foi aberta, de “secos e molhados”, como era comum aos estabelecimentos deste tipo.  O armazém funcionou até os anos 1970, e até então ainda utilizava o crediário no  estilo “caderneta”, em que a clientela só pagava no fim do mês, algo bastante comum antes da chegada dos supermercados.

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“O proprietário, senhor Ribeiro, como era chamado pelos clientes, colocou o cognome ”Rei do Whisky”, devido ao estoque e variedade de marcas e tipos de licores, vinhos, conhaques, whiskies e demais bebidas, importadas ou nacionais. Além das bebidas, também era grande a variedade de enlatados e o famoso bacalhau ”Imperial”, o melhor dos importados. Lembramos que também se tratava de um armazém completo, menos legumes, verduras e carnes frescas. O senhor Ribeiro era casado com Dona Zélia, seu braço direito à frente do armazém e tiveram dois filhos, Zelon e Carlos Henrique. Inclusive um fato curioso: o primogênito Zelon, cujo nome é formado por Ze de Zélia e lon de Odilon, nasceu dentro do armazém, cujo parto foi assistido por Dona Zuzu, renomada parteira, na época. O Armazém Ribeiro foi muito querido até a década de 1970, quando encerrou suas atividades, deixando assim saudade às famílias que sempre honraram com a preferência, através do ”Phone 1234”.”

Zelon Fonseca Ribeiro

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Segunda-feira 7 de dezembro de 2015

Kartódromo do Borboleta

 

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(Imagens: Arquivo TM)

Fundado em 1989, o Kartódromo do Alto Borboleta sediou várias edições do Campeonato Juiz-forano de Kart, reunindo diversos pilotos de todo o país. Além disso, o local também chegou a sediar torneios mineiros e nacionais, inserindo a cidade na rota do automobilismo esportivo, tornando as provas uma atração dominical para algumas gerações. O local foi fechado bem no início dos anos 2000, dando lugar a um condomínio do “Minha casa, minha vida”,  e a cidade nunca mais teve tradição no esporte ou domingos de corrida automobilística. “Quando assistia na TV anunciando que no domingo haveria corrida de kart em Juiz de Fora, a euforia já tomava conta de mim. Isso era início dos anos 90 e eu tinha entre 6 e 10 anos de idade. Durante a semana, ficava ansioso para chegar domingo e sair de casa bem cedo com destino ao kartódromo do Borboleta. Meu pai me levava sempre. Me lembro que a gente pegava o ônibus do meu bairro até o centro e de lá,  outro até o Borboleta. Desciamos no ponto final do bairro e ainda tinha uma boa subida a pé até chegar no kartódromo. Lá, a competição era dividida em várias baterias. Assim que acabava uma já iniciava outra. Me lembro que ficava cheio. Eles montavam arquibancadas para receber o público que ia em peso prestigiar. As famílias dos pilotos organizavam torcidas. Tinha equipe de som para anunciar os pilotos, os números dos karts, os vencedores e para interagir com o público. Distribuíam brindes. Era uma coisa bem organizada e com uma boa estrutura. Certa vez, eles arremessaram camisas para a arquibancada e meu pai conseguiu pegar uma pra mim. Fiquei muito contente. Recordo que passava o dia de domingo todo por lá. Às vezes, ao sair do kartódromo, a gente ainda passava no motocross que também ficava no Borboleta. Nos domingos que não tinha prova de kart, a gente costumava ir acompanhar apenas o motocross. Também ficava cheio. As pessoas ficavam sentadas no alto do morro ou em pé mesmo. Lá de cima dava para ver bem as motos lá em baixo. Era pura adrenalina. Infelizmente acabou tudo na segunda metade da década de 90. Hoje é tudo residência. Me lembro bem quando anunciaram que seria construído um condomínio residencial onde era o kartódromo. Fiquei triste, pois tinha certeza que jamais iria desfrutar alí daqueles momentos que marcaram a minha infância e parte da vida de muitos juiz-foranos. Porém, guardo na lembrança as manhãs e tardes de domingo que tanto me alegraram.”

Leandro Dias

 

Quinta-feira 4 de dezembro de 2015

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Miscelânea de Memórias

“Vamos nos lembrar da Leiteria Astória na esquina da Rio Branco com Halfeld, a revendedora de veículos VW – CIAMPI na Av. Rio Branco entre Halfeld e Marechal Deodoro, o Bar Choupana na Av. Independência, bailes no Clube Caiçaras, o DA de Engenharia na Galeria Pio X, Joalheria WIndsor na Halfeld, o Xalé no Bom Pastor, os ótimos bailes de carnaval em todos os clubes (muita fantasia, excelentes bandas, muita paquera) …..e por aí vai. Excelente a idéia desta matéria. “ Fernando Nascimento

Girafão Club

(Imagem: Emanuel Silva ou Teixeira Neto)

Em uma época em que o Centro de Juiz de Fora era cheio dos “fervos” noturnos, a Rua Floriano Peixoto também tinha seu representante: o Girafão Disco Club, que funcionou entre os anos 1970 e 1980. Além de noitadas, a casa também, realizava matinês aos domingos e recebia alguns shows de artistas locais e nacionais, pondo os juiz-foranos para  mexer o esqueleto na pista. “Ia muito nas matinês de domingo e lembro de quando teve um show d’As Frenéticas lá, me acabei! Era um tempo muito bom de diversão e paquera”  Isabel Paiva Fernandes

 

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Quarta-feira 2 de dezembro de 2015  

Miscelânea de memórias

“Na Marechal esquina da Galeria Pio X tinha a Casa das Crianças, uma loja que vendia brinquedos. Além disso tinha uma boite muito badalada onde é hoje o Santa Cruz Shopping, só não me lembro o nome. Tinha também a boite Cuca Legal muito frequentada por jovens da época. Saudades também do colégio São Luiz e colégio São Sebastião na rua Santo Antonio. Do Bierraus na parte baixa da Marechal.” Júlio Cézar

Acaseg

(Foto: Arquivo TM)

Muito antes de fit significar alguma coisa nos dicionários brasileiros, os juiz-foranos já se preocupavam sim com a saúde e a boa forma. Quem já era fit e não sabia nos idos de 1980 certamente deve ter puxado uns ferros na Acaseg, uma das primeiras academias da cidade, fundada em 1985 com toda pompa e circunstância, como mostra a foto, que traz o capitão da seleção de 1970, Carlos Alberto Torres, o proprietário Maurício Baptista de Oliveira  e o vice de finanças do Fluminense Antônio Barbosa.  Na época, a academia servia também como centro de musculação do Tupi. “Malhei lá sim (risos).  Foi moda na época, e uma grande novidade, as pessoas nem sabiam direito a dinâmica das academias, mas a Acaseg bombou mesmo. Mas falando sério, foi lá que comecei a me preocupar em me exercitar, ainda adolescente, e nunca mais parei” Rosângela Vieira    

 

Terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Angu & etc.

Imagens: Arquivo TM

O Angu & etc. funcionou em diferentes endereços durante sua vida em JF, na antiga Avenida Independência, no Alto dos Passos e na Rua Antônio Passarela. Mais que um bar, o espaço era difusor da cultura local, com música ao vivo dos artistas locais e lançamentos de livros e aberturas de exposições frequentadas por diferentes gerações entre os anos 1980 e 2000, quando as atividades foram encerradas de vez. Além disso, o tradicional angu com queijo ralado ainda perdura na memória gustativa de muitos que passaram suas noites por lá.

“Depois do Balcão, o Angu & Etc foi, na minha opinião, o bar que conseguiu reunir uma nova geração de músicos e artistas na cidade. Sob o comando da jornalista Welaine Elias, a calçada da avenida Independência (me recuso a chamá-la por outro nome) viveu as mais intensas conversas e discussões sobre o movimento cultural de Juiz de Fora. Fui, como diziam, ‘vassourinha’ do Angu e lá me apresentei como músico por inúmeras vezes. O palco (se é que podemos chamar assim) era mínimo, mas o suficiente pra caber todos os ideais de uma geração que fez (e faz…) acontecer no país. Por ali passaram  Emmerson Nogueira, Adilson Santos, PC Ramos, Cacáudio, Renata Santos, Cristiane Visentim, Marcela Lobbo, Janaína Theodoro, Mirinha Alvarenga, Jac Castorino, Rogério Freitas, Leandro Ramalho, Marcelo Correa, e outros tantos que fogem à memória agora. No Angu também fiz o lançamento de um livro meu, e ali chorei, conheci novas pessoas, amigos, namorei, tive raiva, fiz fofoca, redesenhei o logotipo, fiquei bêbado, aprendi a cozinhar. Estar na calçada da Independência (e até mesmo poder estacionar nela) de madrugada e poder acenar para um amigo que passava de carro ou mesmo a pé não tinha preço. E terminar a noite, mesmo que em outro lugar, comendo uma cumbuquinha de angu quentinho,  e ainda por cima jogando aquele queijo ralado pra derreter na hora também era impagável. E o Oswaldo Diniz tirando fotos e mais fotos pro mural do bar, registrando todas as atividades lícitas e ilícitas dos frequentadores… O Angu foi um bar onde aprendi a respeitar a diversidade cultural, social e sexual das pessoas. Maurício (o melhor garçom de Senador Firmino),  Anísio (diretamente da Casa Rosada – vou escrever sobre ela depois), Ligia, Welaine, Dona Maria Helena, Bel, Soninha, Beth, e quem mais não lembro o nome… Valeu cada colherada dessa polenta cultural.” Luiz Augusto (Knorr)

 

Segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Suco Bob’s

 

(Imagem: Acervo TM)

O Suco Bob’s era tão cool nos anos 1980 que a galeria onde ele estava situado, na Rua Halfeld (a Cathoud, ao lado do Banco do Brasil), era popularmente chamada de “galeria do Suco Bob’s”. Era o ponto de encontro de jovens e adolescentes bem no Centro da cidade, para um suco, um bordejo e um bate-papo. “Devia ter meus 15, 16 anos, e o Suco Bob’s era parada obrigatória para ver a galera ou dar uma paquerada (rs) Muitas vezes o suco mesmo era secundário” João Paulo Rodrigues

Miscelânea de memórias

“Muito legal, me recordo de quase todos, mais o Front ficou marcado na minha história, eu tinha 15 anos na época e só podia frequentar aos domingos no Front Sunday, eu trabalhava na época da festa de espuma no Front, entregava brindes para as pessoas mais animadas, e o brindes eram da “Pakalolo”, Zimbabwe, acho que essas lojas também ficaram na memória. Parabéns Tribuna de Minas!” Sabrina Thuler

 

Terça-feira, 24 de novembro de 2015

Miscelânea de memórias

“Lembranças de uma época dourada para os artistas juiz-foranos, casas que abriam espaços para shows de bandas locais como: Havengar (ao lado do antigo cemitério de Grama), Meninos Gerais (Alto dos Passos), Aeropub, Kairuan, Sanatórium, Lord Greystoke, Proval Oral, Satisfaction, Made in Brasil, Milkshake, Cervejaria Voadora, Mister Fly, Acauã, etc…tempos bem vividos nas noites de Juiz de Fora, reinava alegria.” Luís Fernando

“Foi uma volta ao passado maravilhosa! Relembrei de vários lugares sobre os quais várias vezes contei histórias pra minha filha. Que saudade do Balcão, a primeira vez que Saí à noite foi para ir lá. Vivabella, Colegio Magister, onde estudei e fiz muitos amigos, lembranças do Detona, Corazón, e das tardes de domingo no Lua Bonita, na BR. Ai, que saudade gostosa! Eu vivi sim, a melhor fase de Juiz de Fora.” Alexandra Filgueiras

Rei do Arroz

(Imagens: Arquivo TM)

Mais do que nas memórias, o Rei do Arroz permanece como referência geográfica no linguajar cotidiano de muitos juiz-foranos. Ao falarem sobre o ponto de ônibus na Avenida dos Andradas, defronte ao Palácio da Saúde, muitos ainda dizem “o ponto do Rei do Arroz”, em referência ao mercado que operou nos anos 1980 e foi à falência no início dos anos 1990. Antes disso, o mercado teve também uma loja na Praça da Estação, ilustrada na imagem. “Sempre que passo naquele trecho da Avenida dos Andradas, penso: ‘aqui era o Rei do Arroz’. Minha mãe sempre fazia compras lá, e eu costumava ir com ela quando criança. Boas lembranças” Raquel Duarte

 

Segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Trem Xangai

Imagens: Arquivo TM

Durante 74 anos, o Xangai, trem que fazia o percurso entre Juiz de Fora e Matias Barbosa, era não somente uma alternativa de transporte de baixo custo, mas também uma opção de passeio, um típico lazer juiz-forano de fim de semana.  A última viagem do trem, que transportava diariamente centenas trabalhadores e dezenas de estudantes do Colégio Militar, foi realizada no dia 31 de dezembro de 1997, 18 anos atrás. Ainda assim, o trajeto que margeava o curso do Paraibuna ainda vive na memória de várias gerações de juiz-foranos.   “Quando criança eu tinha o costume de pegar o Xangai para passear, principalmente com o meu pai” Lucas Portilho

“Tenho certeza que os passeios em família no saudoso Xangai ficaram marcados no coração de muitos juiz-foranos. Como era bom viver em Juiz de Fora!” Rodrigo Oliveira

Colégio Magister

(Fotos: Flávia Farany/ arquivo pessoal)

Fundado no fim dos anos 1970, o Colégio Magister formou diferentes gerações de estudantes de Juiz de Fora até o encerramento de suas atividades em 2002. Além de ser lembrado com carinho pelas iniciativas pedagógicas progressistas, o colégio também é citado por alunos e por juiz-foranos em geral pelo prédio onde operou, na Rua Braz Bernardino, um raro exemplar da arquitetura modernista na cidade. Com a demolição do imóvel, em 2005, o município perdeu mais uma obra do arquiteto Arthur Arcuri, considerado um dos maiores expoentes da arquitetura modernista da cidade e do país. “Estudar no Magister foi um privilégio. Penso que em nenhuma outra escola do mundo um aluno foi tratado com tanta humanidade, com tanto respeito e com tanto estímulo ao aprendizado quanto naquele espaço mágico, acolhido entre as paredes de uma antiga casa familiar. Lá, em plena ditadura militar, recebemos nossas primeiras lições de democracia, de feminismo, de igualdade racial e social, aprendemos a valorizar as diferenças e as múltiplas possibilidades de ser. Tínhamos, também, um intenso contato com a natureza: havia uma criação de galinhas que andavam soltas pelo jardim, e que no meio de uma prova apareciam ciscando dentro da sala de aula, para gargalhada geral de alunos e professores. Muitas saudades desse tempo, daquela casa, da árvore centenária cujas raízes, reza a lenda, chegavam ao Rio Paraibuna. Muito obrigada, Tribuna de Minas, pela oportunidade de externar, aqui, lembranças tão felizes!” Flávia Martins Iasbeck Farany

 

Sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Casa dos Temperos

(Foto: Acervo pessoal/
Daniel Vieira do Carmo)

“A foto é da inauguração da Casa dos Temperos em 1º de março de 1966. A loja era situada na Rua Marechal Deodoro, 429. O proprietário Virgílio Dutra Vieira encerrou as atividades em janeiro de 2006. Tenho boas recordações dos momentos que vivi nesta loja! Comecei a ‘trabalhar’ lá aos 9 anos de idade, sempre às sextas-feiras à tarde e aos sábados pela manhã! Lá pude aprender muito com meu avô! A experiência que tive lá influenciou na minha escolha profissional pela administração de empresas e ciências contábeis. Todos os funcionários eram da família: eu, meu pai, meu irmão, meus tios e, em algumas ocasiões, meus primos! Até hoje, quase 10 anos depois, quando passo na Marechal, sinto um aperto no peito e a falta do cheirinho de pimenta que aquela região tinha! Tempos inesquecíveis!”  Daniel Vieira do Carmo

O Pirralho

(Foto: Lucas Mafra)

Nem faz tanto tempo assim, quem precisasse de uma linha, um zíper, uma máscara ou um vestido de quadrilha já sabia a que recorrer: ao vasto e diversificado estoque de O Pirralho, tecnicamente uma loja de aviamentos, mas que oferecia bem mais do que material para costura. Situada no calçadão da São João, a loja encerrou suas atividades há quase dois anos, mas marca a memória de outros carnavais para muitos que vivem aqui. Você é um deles?

“O Pirralho era mais que uma loja, era uma marca registrada de Juiz de Fora. É triste passar pela São João e não ver mais a loja, sempre parece que falta alguma coisa.”
 Joana Ferreira
 

Quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Posto Elefantinho

(Imagens:Arquivo TM)

Já foi muito com a família ao Elefantinho? Certamente a infância e a juventude dos anos 1980 têm recordações das pizzas e lanchinhos no restaurante do posto, situado na Avenida Brasil, bem ao lado da antiga rodoviária (ainda citada como ponto de referência) ou onde hoje funciona o Batalhão do Corpo de Bombeiros. “Quem com mais de 40 nunca tomou uma cervejinha no varandão do restaurante? Era um clássico de fim de tarde.” Paulo Roberto Matos

“Era onde íamos em família para comer uma pizza, ou ter um jantar diferente, em uma época em que comer fora era sempre um acontecimento. Ia com meus pais e meus dois irmãos. Saudades desse tempo!” Juliana Ribeiro Rezende Em uma

Miscelânea de memórias

 “São tantos os lugares que não existem mais. Estive comentando com minha mãe e ela lembrou do arroz doce do Café Apolo. Quando ela ia no Centro com minha bisavó, elas sempre passavam por lá para comer o doce. Lembro-me também das Lojas Pernambucanas na Rua Marechal, ficava ao lado do Banco o Brasil , hoje Real Calçados. Das Lojas Buri, ao lado da Lojas Americanas. Lembrei-me também , quando li a matéria, de que quando trabalhei no Del Center, década de 90, existiam muitas lojas do Grupo Delmonte. Onde hoje é o Shopping , era Central Shopping, mas mudou de nome há pouco tempo. Ao lado da Leitura, tinha uma loja enorme que era o Del Avenida (eletrodomésticos e móveis). No final de ano, horário apertado de Natal, íamos almoçar e jantar no Restaurante Churraspeto, quase esquina com Floriano Peixoto, onde hoje é um estacionamento do lado do Banco Santander. Lojas Arapuã, tinha uma sede na Rio Branco, entre a Marechal e a Halfeld; e no Calçadão, em frente às Lojas Americanas. Lembrei-me também do Colégio Magister na Braz Bernardino, tinha umas árvores enormes. Da Livraria Atualidades Didáticas, também na Braz. Enfim, com a matéria voltei ao passado, e é muito bom relembrar desses lugares, que hoje só ficam na memória.”

Fernanda Isabel da Silva
Terça-feira 17 de novembro de 2015

Miscelânea de memórias

“Quero parabenizar a Tribuna por este belo resgate da história de Juiz de Fora, que saudades! Lembro-me de tantos lugares que ia com meu saudoso pai, minha mãe e irmãos e amigos, são tantos, vou citar alguns: Café Apollo ( ia sempre com a minha família), restaurante Ouro Preto na Rio Branco (onde funciona o cartório do Ormindo Maia). Neste restaurante tinha o melhor medalhão de filé com arroz à grega, o cozinheiro era ótimo. Oásis, Murilão, Vivabella, Squadro, Front, outro restaurante muito bom era o Concorde, pilotado pelo Edson, tinha também restaurante Avenida, e ia muito com a minha mãe nas Casas Regentes, na lanchonete da Lojas Americanas, e o supermercado Casas da Banha era onde é hoje o Bretas.  São tantos lugares que infelizmente não existem, mas estão na minha memória.

Alessandro Lara Ferreira

Shows no Tupinambás

Imagens: Sabrina Thuler/reprodução

“Dia inesquecível  o show dos Mamonas Assassinas, em dezembro de 1995. A galera na faixa dos 35 anos para cima se lembra muito bem deste dia, curtiram bastante o barro , menos os taxistas que não levaram ninguém em casa. Fomos a pé  e tomamos banho de mangueira antes de entrarmos, levamos bronca dos pais pelas roupas manchadas. Passado três meses, eles  (os Mamonas) vieram a falecer e tivemos a certeza de que valeu a pena cada barro deste dia! Ficará para sempre em nossa memória !”

Sabrina Thuler
 

Vivabella

Imagens: Arquivo TM

Para muitas gerações, sobretudo quem viveu a juventude nos anos 1980, o Vivabella era o ponto de encontro da moçada, tendo funcionado na Avenida Rio Branco, ao lado do Sport, e, posteriormente, na Rua Dr. Romualdo, já nos anos 1990, década em que encerrou as atividades. De noites de discotecagem a eventos como desfiles e festas de formatura, a casa é uma das lembranças caras das noites juiz-foranas. “Era a melhor casa noturna aos sábados. Era pequena e aconchegante, com algumas mesas nas laterais. Era o point dos anos 1980, todas as pessoas que vinham a JF passear  iam conhecer a casa. Fazíamos muitas amizades. Era do lado do Sport e tinha ainda o Vivabella Lanches, onde nos encontrávamos antes com os colegas. Fazíamos bailes nas sexta-feira de faculdade, aniversários. E tambem lá conheci meu marido.” Elizabeth Martins Sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Boite Grillo’s

Ao lado do Vivabela e do Raffa’s, a Boite Grillo’s era uma das poucas opções da noite juiz-forana entre o final da década de 1970 e início da 80. A casa noturna, que funcionava no Centro, chegava a reunir 1.500 pessoas em uma noite de sábado. Na época, o espaço era frequentado por um público mais jovem. Você se lembra? Chegou a ir? O leitor Marcus Valerio Mendes Pires se lembra e sugeriu essa postagem!   “Na coluna GPS Afetivo que tal relembrar a Boite Grillos na Av. Rio Branco?” Marcus Valerio Mendes Pires

Miscelânea de Memórias

“Recordar a época de ouro em Juiz de Fora é bom demais. Lembro dos jogos do Tupi e Sport no Salles de Oliveira e no José Procópio Teixeira, dos bailes de carnaval do Bom Pastor e Sport, da domingueira no Bom Pastor, do réveillon no Dom Pedro, dos jogos universitários, enfim, quem viveu essa época sabe muito bem do que estou falando.” Carlos

“Queria ver fotos da Papelaria Viviani, da Casa Combate, da Malharia Saturno (quantos uniformes do Santa Catarina comprados ali) Gostei demais da foto do Café Apollo. Comia uma torta de galinha maravilhosa lá com meus pai. Era servida num prato de porcelana com a logo do Café. Tinha ainda uma loja de brinquedos na Galeria Pio X, da qual não me lembro o nome agora, mas que era o paraíso da criançada. Ali comprávamos bonecos do Falcon, Batmóvel, soldadinhos, e tantos outros brinquedos.” Fransérgio Delgado

“Na rua São Bernardo funcionou desde os anos 50 até 1985 o comércio Casa Montenegro, de propriedade de meu sogro Oswaldo Evangelista. Era aquela venda que tinha de tudo; secos e molhados. Época das cadernetas. O movimento era grande. Não tinha supermercados como hoje. Saudades.” Cláudio Santiago

 

Quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Livraria Península

Logo ali na Marechal, em um tempo em que não havia tablets, smartphones e computador era coisa de (uns poucos) escritórios, a Livraria Península era um chamariz para a criançada. Quem viveu a infância dos anos 1980 deve se recordar das marcas de pegadas que levavam a uma escada de acesso a uma espécie de porão da loja, onde ficavam os livros infantis “Me lembro da Livraria Península, na Rio Branco, tinha um mundo fantástico naquele espaço no subsolo!!! Que nostalgia!!!” Mônica Andrade

Faisão Dourado

(Imagens: Arquivo TM/ Roberta Lockwood)
Tradicionalíssimo para diferentes gerações, o Faisão remete, em vários sentidos, a uma JF hoje inexistente. Primeiro, porque a primeira sede da casa, na Galeria Azarias Villela, ao lado do Cine-Theatro Central, fo demolida para dar lugar à atual Galeria General Roberto Neves. O outro endereço da casa, fechada nos anos 2000, também  faz referência a algo que desapareceu: a parte baixa da rua Halfeld (onde ficava o restaurante) vista como ponto nobre.  Seja como ponto para esticada das madrugadas ou para um almoço ou jantar mais cerimonioso, o Faisão faz parte da história da cidade e de muitas vidas dos juiz-foranos. (Lembram-se da “parede da fama” assinada por artistas e personalidades?). Qual é a sua?

“Não sou de JF, porém me lembro de quase todos estes espaços pois frequentava bastante a cidade. Importante lembrar também do Restaurante Faisão Dourado (ao lado do Cine Teatro Central e que depois se mudou para a Halfeld parte baixa, já perdendo a originalidade). Meu pai, sempre que nos levava para passear por JF, tinha que passar por lá.” Luciano

Miscelânea de memórias

 “Me lembro de mais alguns locais como o Corazon e o Prova Oral. Quarta double no boliche do Santa Cruz Shopping, a Cantina Halfeld em frente ao CES…. Que viagem….” Henrique

“Morei em Juiz de Fora de 1967 a 1978 e ainda tenho familiares que aí residem. Eu e minha mãe íamos muito a um cinema que existia no Bairro Bonfim. Fui a muitos bailes na Casa D’Itália, na Av. Rio Branco, que por sinal tinha só duas pistas. Aos domingos, era certo irmos a feira que ficava na Av. Marginal. Me lembro dos carnavais no largo do Cine Central onde, se não me engano, havia um chafariz.” Geraldo Oliveira Paiva

“Para quem já curtia computador (MSX, TK90 naquela época), tinha uma única loja na galeria Constança Valadares onde vendiam jogos. A gente levava um disquete, e o pessoal da loja gravava o jogo ou programa. Se levasse um cartucho, eles trocavam um disquete com jogo. Frequentava essa loja todos os dias praticamente. Lá pelos anos 90, quando a febre foram os videogames, tinha uma loja de um japonês na galeria do cursinho Cave que também era bem frequentada pelos jogadores.” Frederico

“Reportagem continua boa. Nossa, quanta coisa boa, quanta recordação boa. Lembrei de mais coisas também. Falando em cachorro-quente, lembro da loja que inauguraram dentro do Del Center que era a sensação do momento, chamava-se Cachorro Quente de Raça. Parece até que nesta época a moda era cachorro-quente. Daí veio o Pekika’s, parada obrigatória depois da night, final dos 80, início dos 90. Surgiu também mais tarde o cachorro-quente da roça.” Francisco

 

Terça-feira, 10 de novembro de 2015

(Imagens: Arquivo TM)

Funcionando por décadas, o Raffa’s foi o point de juiz-foranos de diversas gerações na noitada. Fundada em 1955, a casa só encerrou o trabalho em 2001, e o proprietário Rafael Jorge, que chegou a abrir outras casas noturnas na cidade, como a boate Karavan e o scotch bar Del Rey, chegou a ser considerado “O rei da noite de Juiz de Fora”. Pelo salão do Raffa’s, que ficava na Galeria Pio X, bem no Calçadão da Halfeld, passaram artistas de renome dos anos de ouro, como Ângela Maria, Maysa, Dolores Duran, Agostinho dos Santos, Ataulpho Alves, Cauby Peixoto, Grande Otelo, Marlene, Dorival Caymmi e muitos outros. “A boate tinha três ambientes e era chique demais. Cheguei a trabalhar no final do funcionamento dela como DJ com a ajuda do DJ Ronaldo, que comandava todo o som do local.” Fabrício de Mello   “Eu era vassourinha do Raffas. Tempo muito mas muito bom! Eita saudade bandida!” Eleni Nunes da Silva

Cine Veneza

(Imagens: Arquivo TM/ Matheus Pinheiro Teutschbein)

Situado na Avenida Rio Branco, perto da Rua Espírito Santo, o Cine Veneza encerrou as atividades no ano 2000, mas ainda hoje é ponto de referência geográfica para muitos juiz-foranos que assistiram a várias fitas em sua ampla sala de 650 lugares: “Me encontra ali em frente ao Veneza”. Nas páginas da Tribuna, o leitor pôde conferir a história do cinema, desde o furor de sua abertura, em 1987, à programação durante todo o seu funcionamento, e, claro, a triste notícia do encerramento das atividades. Entre as memórias que muitos têm do antigo cinema está a exibição de “Titanic” (1998), que ficou em cartaz por vários meses, com longas filas na calçada.

“Frequentei o Cine Veneza, onde assisti a bons filmes. Era um cinema de rua muito frequentado. Lembro da exibição do filme Titanic, quando a fila para entrar no cinema dobrava o quarteirão. Outro filme a que ali assisti foi “Uma babá quase perfeita”, também um grande sucesso de bilheteria, e também vi lá “Entrevista com Vampiro”. No final , o cinema já estava abandonado, lembro-me de assistir filmes em época de chuva, as goteiras eram muitas dentro do cinema! “ Tancredo Braga de Oliveira

“Sobre o Cine Veneza, me lembro de uma promoção/pesquisa que elegeu os cinco filmes mais queridos do ano de inauguração. Os frequentadores votavam e, no final do ano, os filmes escolhidos foram exibidos novamente, um por dia. Não perdi um dia sequer nessa nova exibição. Perdi sim, uma semana de aula na faculdade.” Luiz Pacheco

Café Apollo

(Imagens: Arquivo Maria do Resguardo)

Situado na Rua Marechal Deodoro, ao lado de onde ainda funciona a agência dos Correios, o Café Apollo (ou lanchonete Apollo, homônima à marca de café que também teve fábrica em Juiz de Fora) era mais um dos pontos clássicos de parada para um lanchinho no Centro.  Bastava virar a esquina da Rio Branco com a Marechal e já era possível sentir o cheirinho de café que vinha de lá e tomava toda a rua. Fundado no fim dos anos 1960, o Café Apollo funcionou até meados dos anos 1990, e o salão amplo com mesas e atendimento também no balcão foi cenário de criação de memórias gastronômicas e afetivas de várias gerações de juiz-foranos.

“Lembro-me que, na minha infância, minha mãe nos levava para comer o famoso ‘misto quente’ e a deliciosa ‘banana split’ de lá,  que era enorme! Eu ficava encantada vendo a balconista preparar, minha mãe pedia uma e dividia entre eu e minha irmã, cada uma com sua colher, disputando cada porção daquela delicia.”
Luciana dos Santos, 45 anos,  educadora financeira
“A melhor torta de frango da cidade.”
Roberto Scafuto
“Minhas lembranças do Café Apollo são muitas. Mas a mais marcante era o lanchinho que fazia com minha mãe após as compras na rua. Íamos  fazer compras de Natal e sempre tínhamos que lanchar no Café Apollo. Aqueles doces eram maravilhosos. Lembro-me de que era grande o lugar e que eles fizeram uma ampliação depois. Eu adorava mesmo era o lugar em si, com as mesinhas e aquele balcão enorme com os doces à exposição. Muito bom.”
Felipe Almeida
“Excelente Matéria! Poderia virar uma revista! Minha mãe e meu pai se conheceram trabalhando no Café Apollo e estão juntos até hoje, 35 anos juntos.” Anderson Rossi

Miscelânea de memórias

“Fui criança nos anos 80 e adolescente nos 90. Na virada do milênio, eu tentava o vestibular. E fica uma saudade imensa da Juiz de Fora daqueles anos 80 e 90. Lembro-me, na infância, dos passeios no trenzinho do Parque Halfeld, lanche na Lojas Americanas, ou uma passada na Loja de Frios da CCPL, onde hoje está a Faculdade Universo. A Rio Branco não tinha todo o trânsito que tem hoje e a Getúlio Vargas ainda era mão dupla. A gente podia também fazer um passeio no saudoso trem Xangai, ou então pegar um cineminha no Cine Excelsior, ou no Cine Veneza ou no Cine Star, no Mister Shopping. Ou talvez alugar uma fita de videocassete na Locadora Carioca. Depois veio a adolescência, e, com ela, as festinhas e baladinhas. Ouvíamos Engenheiros do Hawaii e Legião Urbana, e ficávamos horas esperando a música nova do Guns N’ Roses tocar na Rádio Cidade – para gravar na fita cassete comprada no Museu do Disco ou na Kika Colorida. Dentre as casas noturnas, tenho muita saudade do Arriba, que ficava no Alto dos Passos. Era point certo depois da última aula no cursinho sexta-feira. E a expectativa maior era pelo show do último dia do vestibular da UFJF, que acontecia no Tupinambás. Aquilo tudo era muito ‘venas’ (gíria da época que queria dizer que era “legal”, “maneiro”). Fica a saudade. E um prazer imenso de viajar no tempo pelo passado de nossa querida Juiz de Fora.” Cristiano Casagrande, professor universitário

“Lembro-me bem de ir, com a minha mãe, às Casas Regente, na Marechal, comprar tecidos, cortinas, tapetes, etc. Em seguida, a gente se fartava com as delícias dos doces e das tortas da Caramelada, na Galeria Pio X. À noite, geralmente nos finais de semana, meu pai costumava nos levar para jantar no restaurante do Posto Elefantinho, na Av. Brasil, bem como no Restaurante Avenida, na Rio Branco, ambos de propriedade do Luiz, um dos melhores comerciantes do gênero na época. Já, adolescente, ia ao Pingo’s.” Sidney Marcel Lara Ferreira

“Estou muito emocionada, sou juiz-forana e filha de Luiz Roberto Grassi, um paulistano de alma e coração juiz-forano.Vocês tocaram lá no fundo a minha alma relembrando da Billbox, a loja que meu pai e minha mãe criaram e inauguraram aí na cidade. Aos poucos fomos crescendo para outros estados, mas o começo de tudo foi aí . A cidade de Juiz de Fora sempre foi o xodó do meu pai. Ler a matéria foi uma das melhores sensações que já tive na minha vida, agradeço a lembrança, o carinho e reconhecimento. Chorei lembrando da Murilândia e do Supermercado Disco. Meu pai estaria muito orgulhoso e agradecido pelo carinho.” Renata Verde Grassi

 

Segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Escola de datilografia Remington

(Foto: Acervo Maria do Resguardo)

Se hoje é imprescindível ter conhecimentos básicos de informática para se ter um bom currículo profissional, até meados dos anos 1980 e início dos 1990,  o pré-requisito era saber datilografar. Em Juiz de Fora, quem teve aulas e domina a arte de operar máquinas de escrever pode ter passado por uma das escolas mais procuradas da cidade na época, a Remington, homônima a uma marca das máquinas. Ela ficava na Galeria Ali Halfeld, ao lado do Cine-Theatro Central. “Trabalhei durante alguns anos dando aulas de datilografia na Remington, que na época era uma das melhores escolas, onde as pessoas se preparavam para obter um emprego, melhorando o currículo ao aprender a datilografar. Ela era situada ao lado do (então) Cinema Central, em uma galeria. De lá, as pessoas saíam com seus diplomas de datilógrafos, prontos para bater a máquina. Não existia o computador de hoje, mas era também muito bom.” Margarida Regazio

Lanchonete das Lojas Americanas

(Foto: Acervo Maria do Resguardo)

Nem todos que passam pelo Calçadão da Rua Halfeld ou pela Rua Marechal Deodoro, pelas duas entradas das Lojas Americanas, lembra-se que o estabelecimento, décadas atrás, entre os anos 1970 e 1990, tinha uma badalada lanchonete, com acesso pela Marechal. Entre as lembranças gastronômicas estão o cachorro-quente, e delícias à base de sorvete, como sundae e banana split, boas pedidas  na parada estratégica para um lanchinho gostoso depois de uma voltinha no Centro. “Tinha um bolo com sorvete na lanchonete, que delícia!” Elizabeth Fernandes, via Facebook

“Ai meu Deus! E o sundae? O cachorro quente?”  Marilia Gaio, via Facebook
“O cachorro quente das lojas americanas… que delícia!”
Katia Marinho, via Facebook

Drogaria Americana

Nos anos 1970, a Drogaria Americana era ponto de referência em Juiz de Fora, não apenas pelo atendimento como farmácia, mas pelo grande relógio exposto na fachada da loja matriz, que informava a hora a quem passasse pelo Calçadão da Rua Halfeld. Com o fim do estabelecimento, nos anos 1980, o relógio, ponto tradicional do Centro, foi retirado, mas ficou na lembrança de quem já checou as horas por seus ponteiros. “Viajei no tempo com todas as postagens. Senti falta da quase centenária Drogaria Americana da Rua Halfeld, exibindo sempre o seu famoso relógio, que marcava com orgulho os segundos  de nossas  vidas. Quanta saudade! Tenho ligação afetiva com ela, pois constitui família com um dos seus sócios, sou viúva do saudoso Joaquim de Almeida Pires.” Eloá de Abreu Pires   Domingo, 8 de novembro de 2015

Del Center

(Fotos: Arquivo TM)

Fundado em 7 de setembro de 1980, o Del Center era uma grande loja de departamentos com roupas, brinquedos, eletrônicos e artigos diversos, situado bem no coração da cidade: A Avenida Rio Branco, perto do Parque Halfeld, onde hoje funciona o Magazine Luiza. Pioneiro no segmento, o estabelecimento possuía seis andares e o primeiro elevador panorâmico da cidade – e um dos primeiros de Minas Gerais -, uma atração a mais ao local, que  foi ponto de encontro e de passeio para muitos juiz-foranos até seu fechamento, em 30 de maio de 2004.

Lembro com carinho do Del Center com o elevador panorâmico que permitia observar todos os departamentos (um por andar). Uma imensa variedade de produtos que enchia os olhos de todos que passavam por lá. “

Gilson Salomão Pessôa, 37 anos, funcionário público

Sorveteria Polar

(Foto: Arquivo TM)

Também na Avenida Rio Branco, perto da esquina com a Rua Braz Bernardino (apenas um dos endereços que a casa teve, na foto, em 1982), quem não se lembra da sorveteria Polar? O lugar tinha sorvetes deliciosos e também salgados famosos, como o folheado de queijo. “Eu nunca tinha tomado sundae na minha vida! Minha irmã resolveu fazer a alegria da caçulinha da casa. As duas seguiram para o lugar sensação do momento: a sorveteria Polar. O balcão tinha um “andar” de baixo onde as pessoas apoiavam as bolsas. E foi lá, no lugar destinado aos adultos, que deixei meu sorvete e curti cada colher daquela delícia. Até hoje comentamos isso. A felicidade que tive ao tomar sundae e ainda me sentir acolhida como uma criança jurando ser adulta – nem que fosse durante as colheradas do sorvete! Deu saudade lembrar do sabor!” Renata Vargas, 43 anos, professora universitária

Front

 

Imagens: Arquivo TM/ César Romero

A geração que se aproxima ou já está na casa dos 30 anos certamente se lembra dos agitos no Front, que ficava na Rua São Mateus, no bairro homônimo. Além de festas como o banho de espuma, a casa também promovia shows locais e nacionais, inclusive de bandas que viriam a ser famosas em todo país nos anos subsequentes, como Pato Fu e Skank. “O Front ficava na Rua São Mateus e era o local mais badalado da cidade. Ponto de encontro dos jovens juiz-foranos. Mas eu tinha menos de 18 anos e tinha que esperar o domingo para entrar lá. Era o dia da matinê, com direito a funk melody – aquele que hoje a gente chama de funk das antigas – e banho de espuma! Era muito legal!” Mônica Cury, 33 anos, jornalista

Oásis

(Imagens: Arquivo TM/ César Romero)

Na pesquisa dos lugares mais queridos pelos juiz-foranos em sua memória, foi unanimidade algo que não era exatamente um lugar: o cigarrete do Oásis lanchonete e sorveteria, também no Centro, bem pertinho do Del Center. Quem não terminou várias tardes de passeio ou de compras pelas lojas do Centro ali? Juiz de Fora é um paraíso das guloseimas e dos lanches vespertinos. Qual juiz-forano não fala com entusiasmo sobre a arte de comer um cigarrete? Brincadeiras a parte, é impossível falar em salgado e não lembrar da Oásis. A lanchonete, com aspecto muitas vezes duvidoso, era garantia de uma tarde maravilhosa. Lembro-me de que no início da adolescência, adorava ir ao centro da cidade, fazer pequenas tarefas para meu pai ou minha mãe, e claro, fazia uma parada estratégica por lá. Curtia meu lanche como um trabalhador aprecia um chopp depois de um longo dia de trabalho. Sem dúvida, é um lugar que está na minha memória emocional, e claro, no paladar.” Juan Salomão, 27 anos, pesquisador

Murilândia

(Imagens: Arquivo TM/ César Romero)

A Murilândia ainda habita a memória de boa parte das crianças e adolescentes juiz-foranos dos anos 1980, com games, parquinhos e o programa cool da daquele tempo: jogar boliche, em uma época em que as pistas eram novidade por aqui. Nos anos em que reinava o “bolinho-com-guaraná” em casa, a Murilândia era precursora das festinhas de aniversário em salões, hoje moda nas comemorações infantis. “A Murilândia parecia aquelas lanchonetes de filme americano, tinha parquinho e um lago com peixinhos onde as pessoas jogavam moedas! Era genial!” Thiago Salomão, 31 anos, músico

Billbox

 

( Imagens: Arquivo TM)

Point certo para quem curtia música nos anos 1980, a Billbox ficava em um dos endereços mais tradicionais da cidade, a Galeria Pio X. Além da decoração descolada, com o clássico globo de espelhos e paredes pretas, a loja era endereço certo para ouvir um som “vênas” antes de escolher qual bolachão levar para casa. “De todas as antigas lojas de Juiz de fora que já não existem mais, a loja de discos Billbox é a que me desperta mais saudade – com certeza devido à minha eterna paixão por música. O aspecto mais marcante da loja na minha memória é o seu visual, com o revestimento preto das paredes, uma belíssima vitrine com os lançamentos expostos e, naturalmente, o som que rolava lá dentro durante todo o tempo. Juiz de Fora, nessa época, tinha inúmeras lojas de discos, e a Billbox era das mais centrais e descoladas. Eram tempos mais simples em que se dava mais importância à obra do artista, aos movimentos culturais e até à arte da capa, coisa que a era do CD enterrou e, hoje, o MP3 colocou a última pá de cal. Era uma época em que as músicas, artistas e discos eram bem mais relevantes, todos conheciam e compartilhavam entre si. Não tendo vergonha de ser saudosista e romântico, acho que cada tempo tem sua magia e importância, e que a tecnologia nos trouxe inúmeras vantagens, mas também matou muitas tradições que nenhuma modernidade substitui.” Vinícius Paiva, 37 anos, professor

Balcão Drinks

(Foto: Arquivo pessoal João Carlos de Souza Lima Figueiredo)

Situado no início da Rua São Mateus, perto da esquina com a Oswaldo Aranha, o Balcão Drinks era o ponto de encontro para uma cervejinha gelada, um bom papo e, de tempos em tempos, uma viola descompromissada, além do local certo para ver o movimento e, quem sabe, encontrar um possível paquera- que hoje a juventude chama de crush. O bar lotava o trecho do bairro, com pessoas nas ruas e calçadas batendo papo fora do bar, algo bem parecido com o que acontece hoje no mesmo local, com bares como o São Bartolomeu. “O Balcão se tornou um mito da década de 80. Em 1983, iniciou suas atividades naquela casa azul e branco e durou até o ano de 1991, em dois endereços. O primeiro endereço foi na Rua São Matheus, onde hoje funciona atualmente o  Bendito.  O segundo foi na Moraes e Castro, numa casa mais moderna , onde funcionou por dois anos. Os proprietários Ivan Godoy  e sua irmã Maria Godoy, assim como sua filha Bianca Godoy, conseguiam controlar uma turma enorme de jovens e que mantinham até contas mensais, porque frequentavam todos os dias e passaram a fazer parte de uma grande família, junto com os garçons Bilac e Tadeu, dentre outros.  O bar mantinha até jornal, feito pelo Knorr, que juntamente com outros amigos, coletavam dados e relatavam sobre o que acontecia lá. Era o local de encontro de jovens universitários, professores, políticos, escritores,  músicos, poetas, artistas e de violeiros que revezavam-se no violão. Havia um que ficava lá no próprio bar, rodando de mão em mão e que ainda existe e está bem guardado.  Uma relíquia que guarda a alma do local.  O bar abrigava, no fundo, apresentações de Pedro Bis e TQ, entre outros. As ruas ficavam lotadas de gente, o que dificultava muito o trânsito de carros naquele pedaço entre a Rua Oswaldo Aranha até a Rua Carlos Chagas: era muita gente, literalmente na rua, tomando cerveja em copos de plástico e o famoso meladinho ( pinga com  mel ). Muitos artistas e músicos nacionais passaram pelo bar e acabavam se enturmando com as galeras de todos os locais da cidade. Lugar de harmonia e música. Local de conversas e de amizade e que dá muita saudade.” João Carlos de Souza Lima Figueiredo, 53 anos, advogado

Supermercado Disco Gigante

(Foto: Arquivo Maria do Resguardo)

O Disco chegou a ser a maior rede de supermercados do Rio de Janeiro na década de 1980, possuindo também lojas no estado de Minas Gerais, inclusive a de Juiz de Fora. Além de alimentos, a loja seguia o formato de hipermercado,com eletrodomésticos, artigos de vestuário, livraria e papelaria,  tornando cada visita um atrativo em potencial para as crianças da época.  Os pontos em Minas Gerais foram vendidos para o grupo Bretas, e no local onde funcionava o Disco, há hoje o Hiper Bretas, na Rua Roberto de Barros, no Centro. “Tenho uma única lembrança que marca como era a inflação da época: certo dia fui lá e vi um bonequinho – me lembro, era um ninja branco daqueles meio de borracha grande. Isso devia ser uma sexta, e meus pais pois só puderam me levar lá na segunda pra comprar, depois de um final de semana comigo enchendo o saco deles. Quando cheguei lá na segunda de manhã, a loja que ficava dentro do supermercado estava fechada pra balanço dos preços. Foi a primeira vez que o sistema me derrotou. Fiquei sem o boneco.” Tiago Sarmento, 31 anos, músico

Cine Festival

(Imagens: Arquivo TM)

O Cine Festival foi fundado nos anos 1960, era anexo ao Cine-Theatro Central (que também já funcionou como cinema) e conhecido pela exibição de obras fora do circuito comercial durante alguns anos das décadas de 1980 e 1990. Entre 1983 e 1985, o cinema ficou fechado para reformas, e houve o receio de que ele não fosse reaberto. No entanto, a sala voltou a funcionar em 1985 indo até meados da década de 1990, quando o Central foi reformulado. Ainda assim, em seus anos de existência, o Festival contribuiu em grande parte para as memórias afetivas e cinematográficas de diferentes gerações. “O Cine Festival era um cinema ‘menor’. Não apenas em tamanho mas em qualidade de projeção e programação também. Se pensarmos que na época as referências eram o Cine Central, Cine Veneza, Cine Excelsior e até o Cine Star, ele acabava ficando de escanteio. Hoje seria uma linda sala de cinema independente com um belo café no foyer (risos). O Cine Festival era, na verdade, uma parte do Cine-Theatro Central. Especificamente, a região que hoje é a bilheteria e balcão nobre, no lado direito do prédio. Eram poucos lugares, que frequentemente se esgotavam e a programação de filmes era cheia de reprises e um último fôlego para filmes que já deram o que tinham que dar nas salas maiores. Lembro-me de ter visto lá vários clássicos da Disney e outra pérola, “Super Xuxa Contra o Baixo Astral”. Saindo de lá, era obrigatória uma parada na Oásis, uma lanchonete/rotisserie que ficava na Avenida Rio Branco onde hoje fica uma filial das Casas Bahia pra tomar um sorvete de manga, o último da grande vitrine de doces.” Teo Pasquini, 30 anos, ator

Shows no Tupinambás

 

(Imagens: Arquivo TM)

Os shows no campo ou no ginásio do Tupinambás certamente marcaram época para quem viveu os anos 1980 e 1990 na cidade e também na região. Muitos dos adolescentes da época viram o seu primeiro grande show no gramado do estádio, que trouxe grandes atrações nacionais e internacionais, de Padre Zezinho a Steel Pulse; de Os Trapalhões a Mamonas Assassinas , passando por apresentações históricas do Rei Roberto Carlos e de Chico Science. “Pra mim o mais marcante de todos os shows do Tupinambás foi o do Steel Pulse. Eu já estava São Paulo com o Mumaba fazendo sucesso, e vim de lá só para ir no show deles. Vi no gargarejo, ali bem perto do David Hinds (vocalista)! Jamais esqueci.” Eminho Dias Caetano, 43 anos, músico

Trenzinho da Alegria (do Parque Halfeld)

(Imagens:Arquivo TM)

Quem viveu a infância entre o fim dos anos 1980 e o início dos 1990 certamente já embarcou no Trenzinho da Alegria, que saía aos fins de semana e feriados do Parque Halfeld, com meninos, meninas e animadores fantasiados de personagens marcantes da época, como Mickey, Fofão, Popeye, entre outros. O veículo era uma referência tão importante à cidade que o trenzinho foi personagem de diversas matérias da Tribuna fora das páginas de lazer, como a que questionava o salário dos funcionários que encarnavam os personagens, a que mostrava a insatisfação com o aumento da passagem e a insegurança do vagão e os problemas que o embarque e o desembarque no Parque Halfeld causavam ao trânsito central. Apesar dos transtornos, a memória dos passeios ao som de músicas infantis e ao lado das “estrelas” de desenho da época ainda faz muitos marmanjos e marmanjas sorrirem. “O trenzinho do Parque Halfeld era pintado com a logo da Coca-Cola, que tinha sempre o Mickey , a Cuca (que eu morria de medo!), e outros personagens ‘animando’ as crianças. Era programa de sábado para as famílias com criança pequena. Eu morava no Bairu, e os pais combinavam de cada semana um levar, ia uma galerona! Eles mudavam os trenzinhos, tinha da Fanta, da Fanta Uva, era massa!” Liliane Turolla, 30 anos, empresária

Atrás das bananeiras

(Imagens: Arquivo TM)

Mais que um barzinho da moda, o Atrás das bananeiras foi um marco dos anos 1980 por buscar uma programação cultural que ia além da música de barzinho ao vivo, ajudando a fortalecer a cultura local, sobretudo a música independente. Grandes nomes da cena nacional, como Jorge Mautner, também chegaram a se apresentar na casa, inaugurada em 1983 com sarau de poesia, shows e apresentação do já existente Grupo de Teatro de Quintal, o TQ. Em 1984, o bar foi fechado por alegadamente não estar de acordo com o Código de Posturas do município, e, entre as razões, estava oficialmente listada a causa “questões relativas à moral e aos bons costumes”. O fechamento causou revolta na juventude e na classe artística da cidade, que foi para as ruas protestar pela reabertura do bar, conquistada ainda em 1984.  Mesmo assim, o espaço não chegou a ver os anos 1990, mas as memórias (e as amnésias) do que ele representou na cidade e nas vidas de seus frequentadores permanecem vivas.

 “Ele ficava na Itamar Franco, então ainda Avenida independência. Visto pela avenida era somente um muro de placas, mas era um bar alternativo e que marcou época. Ia pra lá usando T-shirt da Company e um Redley amarelo com cinza que não saía do meu pé nunca!” Alexandre Silva, 42 anos, protético

Dream’s Club

(Imagens: Arquivo TM)

Meio restaurante e meio boate, o Dream’s Club foi uma das primeiras casas noturnas de Juiz de Fora, sendo inaugurada em 1959, na Galeria Bruno Barbosa, no Centro. Em 1965, a casa foi fechada, sendo reaberta em 1975, na Avenida Rio Branco, perto do Alto dos Passos, onde funcionou até o final dos anos 1980.  Grandiosa, como as construções da época, a boate tinha dois andares, espaço para mesas e recebia shows ao vivo, além de ter disc-jockey lançando os embalos da pista de dança. Em todos os seus anos de funcionamento, o Dream’s faz parte das lembranças dançantes de diferentes gerações.

“Eu tinha menos de 18 anos e fui poucas vezes, já que nem sempre podia pagar a conta, mas a minha lembrança marcante era do fervor mesmo, era uma casa onde muitos jovens frequentavam, Minha prima me levava, ela era amiga do porteiro. Lembro-me de chegar na Rio Branco, olhar para cima, e ver aqueles vidros todos iluminados, e subia na direção deles.  Não era exatamente a minha turma, na época, havia muito mais preconceito que hoje, mas eu era abusada, e ia assim mesmo.” Sandra Portella, 40 anos, cantora

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