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Juma da versão original de ‘Pantanal’, Cristiana Oliveira lança livro em JF

Cristiana Oliveira
Cristiana Oliveira
 Aos 58 anos, Cristiana Oliveira lança livro, atua como palestrante e é empresária do ramo de cosméticos (Foto: Jonathan Giuliani/ Divulgação)
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Cristiana Oliveira diz que sempre foi medrosa. Agora, já madura, como fala, acredita que está se superando. “Eu estou mesmo aproveitando minha vida. Por que a gente vai ter medo?” Depois de sua terceira estadia em Bonito, no Mato Grosso do Sul, enquanto esperava o voo para voltar ao Rio de Janeiro, a atriz e ex-modelo fez esse balanço da sua vida, relembrando, também, como foi gravar a primeira versão da novela “Pantanal”, originalmente da Rede Manchete, que está sendo adaptada atualmente na TV Globo. “Ah! Lá no Pantanal eu era muito nova. Não tinha medo. Caía no rio, andava de teco-teco, nadava com os bichos e não estava nem aí. Mas, hoje, não quero mais viver isso, não. Quero viver o que ainda não vivi.” Aproveitando as novas experiências, Cristiana, nesta quinta-feira (9), lança seu primeiro livro, “Cristiana Oliveira – Versões de uma vida”, na loja da Leitura, no Shopping Jardim Norte, às 19h. Feito com Larissa Molina, o livro é uma autobiografia, que, além de passar pelos principais episódios de sua vida, coloca luz em suas brigas internas em decorrência de inseguranças com a aparência.
É inegável que fazer a Juma Marruá em 1990, aos 27 anos, foi importante para lançar Cristiana na vida artística. Naquela época, a novela, que tem sua trama inspirada na vida rústica do Pantanal, chamou atenção também pelas cenas de nudez e a mistura com o sobrenatural. A atual, que ocupa o espaço das nove na Globo, também ganhou o coração do público. Mas, para a atriz, as duas versões são incomparáveis, apesar de contarem a mesma história. “Essa de agora é muito diferente, ela está muito mais densa. Os atores estão muito bem preparados. Os personagens estão mais bem construídos e, por isso, a gente sente as interpretações mais fortes. Na minha época, era como se fossem vários meninos novos, claro que com os veteranos, no Pantanal, sem referência. Aquela Juma foi eu que criei. Era pura intuição.”
Cristiana ainda diz que, agora, as pessoas, ao encontrá-la, comentam sobre a Juma, a chamando de “original”. “Mas eu não sou mais a Juma”, ela responde. “A Juma, agora, é o que a Alanis Guillen criou”, completa, fazendo referência à atual atriz que interpreta a personagem. Ela já sabia que uma hora ou outra surgiria um remake da novela, exatamente por causa da repercussão na época. “E eu ainda acho que vão existir outras versões para frente. Isso, claro, se daqui 20 anos ainda existir o Pantanal, que vem sofrendo muito com o desmatamento e o avanço da plantação de soja.” Por causa da experiência de 30 anos atrás, inclusive, ela se tornou militante pelas causas do meio ambiente.

Cristiana Oliveira: um furacão na pele da primeira Juma Marruá, em 1990 (Foto: Divulgação)

Ideia de um livro

Mas, de fato, Cristiana é outra. Agora, aos 58 anos, consegue ver com clareza os percalços pelos quais passou. Sendo a nona filha, ela se chama de “raspa do tacho”, nome de um dos capítulos de seu livro. Por depender de seus irmãos mais velhos, conta que sempre foi insegura e, por isso, sofreu com autoestima, até quando considerada um símbolo feminino. “Só me achava bonita quando alguém me falava.” Cristiana não concorda com “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”: prefere que a deixem quieta, no seu canto. Mas a internet não perdoa. Quando começaram a surgir comentários sobre o seu peso ou intervenções estéticas, começou a pensar em como encarar essas críticas. Perto disso, entrou na menopausa e sentiu no corpo as mudanças dos hormônios. “Eu comecei a me questionar como estava sendo o meu envelhecimento”, diz. Esse foi o pontapé para pensar em um livro.
“Na verdade, muitas pessoas já tinham me sugerido escrever a minha história, já que sempre vivi intensamente. Mas não via isso como uma coisa imediata. Era uma coisa de futuro. Mas, aos 52 anos, na menopausa, comecei a escrever minha vida não como um livro, mas um monólogo, e fui me divertindo comigo mesma, por dentro. Quando meu empresário viu que isso poderia divulgar minhas palestras, decidimos que era hora de escrever.” O processo foi, logo depois, de contar suas histórias à jornalista Larissa Molina, que ficou encarregada de dar um tom literário à sua vida. Acostumada a escrever de maneira mais cômica, considera que Larissa foi mais séria. Mas, ao ler, enxerga sua vida. “O interessante foi que ela chorava ouvindo e eu falava chorando. Foi nostálgico e emocionante rever minha vida de fora, mas foi, também, triste, por causa de vários episódios, sobretudo os de perda.” Agora, tempos depois e já entendendo que a aceitação parte de dentro, só reclama de não ter entendido isso antes.

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Prefere flutuar

Atualmente, além de ainda estar em cena, lançando livro e atuando como palestrante, Cristiana é empresária. “Mas cada sensação de lançamento é diferente. Eu, agora, quando penso no livro, falo: ‘Meu Deus, Cristiana, você está lançando um livro'”, brinca. “Mas é uma euforia de algo que nunca vivi”, prossegue. Tudo isso porque ela se considera uma pessoa versátil. “O livro chama ‘Versões de uma vida’ porque eu sou uma pessoa que se reinventa e se adapta fácil. Eu não paro nunca. Quando paro, sou triste. A minha ansiedade é criativa.” Com vontade de viver ainda mais, principalmente ao lado de seu marido, Sérgio Bianco, nascido em Juiz de Fora, ela só não tem vontade de ter coragem de pular de asa delta, voltar a andar de teco-teco ou qualquer outra modalidade que envolva se arriscar nas alturas. Os outros medos foi perdendo aos poucos nesse processo de amadurecimento. “Eu sou assim: prefiro flutuar”, finaliza.

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