O pedacinho da placa tectônica Sul-Americana que passa por Juiz de Fora que se prepare, porque o chão vai tremer neste sábado (9) a partir das 16h, no Terrazzo, com o mar de camisas pretas que devem marcar presença na 13ª edição do JF Rock City, um dos maiores eventos musicais da região e que comemora em 2018 dez anos de existência, sem se esquecer do caráter beneficente que marca o festival desde 2011.
A comemoração é em grande estilo. As principais atrações do festival são o Sepultura, veteranos e ícones do metal em sua primeira apresentação na cidade, e os capixabas do Dead Fish, conhecidos pelo poder do seu hardcore. A lista de bandas se completa com outros nove nomes: de Juiz de Fora, Hagbard, Insannica, Coroña, Glitter Magic (tributo ao Black Sabbath), Hard Desire (tributo ao Led Zeppelin); além dos limites da cidade, marcam presença no evento Drácon (Muriaé), Hatefulmurder e Plastic Fire (Rio de Janeiro) e Noturnall (São Paulo); a última banda a entrar no line up foi a Beyond The Abyss, de trash metal, que venceu o concurso “Seletiva JF Rock City”. Do metal ao hardcore, passando pelo hard rock, vai ter opção para todo mundo.
A opção pelo Terrazzo mostra o quanto o festival cresceu desde os primórdios, quando era realizado no CCBM, e que encontrou espaço em outras casas da cidade. Ao optar por um único dia, ao contrário do que acontecia nos últimos anos, o festival espera atrair um público maior (foram colocados à venda quatro mil ingressos) e atendendo todas as tribos em apenas um dia. De acordo com um dos organizadores do JF Rock City, Rhee Charles Santos, a presença inédita do Sepultura é um motivo a mais para acreditar no sucesso do evento.
“O Sepultura já esteve para tocar aqui anos atrás e acabou não acontecendo, e a galera ficou muito frustrada. Acredito que isso vai animar quem ficou na vontade, mas, no geral, o pessoal que gosta de rock pesado ficará bem atendido”, acredita Rhee Charles, lembrando que o festival já trouxe nomes como Matanza, Raimundos e Andre Mattos (ex-Angra e Shaman).
Mas é preciso lembrar que o JF Rock City não é apenas diversão e valorização dos artistas locais (o que já valeria a pena, afinal), mas também filantropia. Desde a oitava edição, o público precisa doar um quilo de alimento não perecível. Segundo a organização do festival, mais de 15 toneladas foram arrecadadas desde então, com o recorde sendo de 2015, com 5,6 toneladas. Segundo Rhee Charles, o total doado em todos esses anos para a Ascomcer foi suficiente para suprir o Hospital da instituição pelo equivalente a nove meses, sendo que o excedente sempre foi repassado para outras instituições.
Para a edição 2018, que mudou o slogan de “Rock contra o câncer” por “Rock pela vida”, o público pode — além de adquirir o ingresso — optar pelo alimento não perecível ou um agasalho; parte será doada para a Ascomcer, e o restante ficará a cargo do Projeto Social Life, que dará destinação ao material para outras instituições da cidade. “No ano passado, conseguimos mais de quatro toneladas de alimentos, entregues para a Ascomcer e instituições a quem ela repassou posteriormente”, comemora Rhee Charles.
Além de fazer o chão tremer, as trevas do metal e o peso do rock são capazes de levar comida e uma luz de esperança para quem mais precisa. E olha que não é pouca gente.
XIII JF ROCK CITY – ROCK PELA VIDA
Sábado, a partir das 16h, no Terrazzo (Avenida Deusdedit Salgado 5.050)