Cancelada na última semana, em carta enviada pela UFJF ao público e em reportagem publicada em primeira mão pela Tribuna na quarta (3), a 26ª edição do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga foi confirmada pela universidade, que agora se compromete a realizar o evento entre outubro e novembro. O anúncio foi feito após intensa repercussão tanto no meio musical nacional, quanto na classe artística de Juiz de Fora. De acordo com nota oficial enviada nesta segunda (8), “a viabilização da edição se deve principalmente à manutenção de um dos principais patrocinadores, porém a sua realização em julho está impossibilitada devido à greve dos servidores técnico-administrativos da universidade”.
Mesmo com os cancelamentos da Orquestra Barroca e do festival, que aconteceria em julho, a Petrobras manteve o patrocínio. Conforme adiantado pela Tribuna, o aporte estava garantido pela empresa, mas o contrato poderia ter sido rescindido diante do cancelamento da Orquestra Barroca, noticiado na terça-feira (2). No documento, o Centro Cultural Pró-Música, da UFJF, se compromete a realizar o evento e a gravar um disco de um conjunto barroco. Em reunião na última quarta-feira (3), no Rio de Janeiro, a universidade conseguiu fazer com que a empresa mantivesse o acordo de repasse de R$ 200 mil, principal fonte para a realização do evento, arcando com a produção do festival e do álbum.
De acordo com a pró-reitora de Cultura Valéria Faria, o documento possibilita que a programação e a orquestra a gravar o disco sejam alteradas. A expectativa é de que, ainda essa semana, seja apresentada ao conselho do Pró-Música, formado por membros da classe artística e pela família Sousa Santos, uma nova agenda, que não deve ultrapassar o período de dez dias. Nos últimos anos, o festival se passava em 15 dias de julho. “Perder esse recurso este ano pode criar impedimentos para a captação em edições futuras. Queremos realizar e manter a qualidade de todas as apresentações”, afirma Valéria Faria, pontuando, ainda, o interesse em rever a recepção aos alunos bolsistas do festival e aos convidados, oferecendo maior conforto.
“Com o festival não acontecendo nas férias de julho, o público deve diminuir, mas esperamos que não seja uma redução muito grande, já que o evento é muito aguardado e respeitado”, comenta. O festival conta com um orçamento de aproximadamente R$ 370 mil, sendo R$ 70 mil financiados pela Prefeitura, R$ 200 mil pela estatal e o restante pela instituição de ensino. Abaixo dos valores já praticados pela organização ao longo dos anos, o montante previsto para 2015 garante a produção, desde que haja uma redução do formato.